segunda-feira, 15 de junho de 2009

PSDB se prepara para detonar Ciro


Antes de ter seu nome oficializado como candidato ao governo do Estado de São Paulo por uma coligação envolvendo o PSB, o PT e o PDT, o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) já fornece um estoque de munição considerável para os adversários o atacarem . Ao longo da última década, o ex-governador cearense e ex-ministro da Fazenda no governo Itamar Franco declarou repetidas vezes que um dos maiores problemas do país é a elite econômica paulista . Mesmo tendo nascido em Pindamonhangaba (SP), a cidade natal do ex-governador paulista Geraldo Alckmin. Os tucanos já tem pronto o discurso. Outros partidos que disputarão o governo estadual, em especial o PSDB, que lutará para ficar mais quatro anos no , querem pregar em Ciro a pecha de "estrangeiro" que não gosta de São Paulo .

O tucanos também avisam que vão usar declarações de Ciro durante a campanha eleitoral. Uma das mais controversas declarações de Ciro ocorreu em 2001, quase no fim do segundo mandato de FHC. Comentando sobre uma reunião que o então presidente havia tido com empresários paulistas, Ciro comparou o encontro a uma reunião da Operação Bandeirantes, a Oban, grupo paramilitar criado para combater movimentos de esquerda durante a ditadura militar.

Um ano depois, durante a campanha presidencial, Ciro voltou à carga, afirmando que o país ainda continuava sendo comandado por barões, sendo os atuais ligados ao sistema financeiro. "O atual modelo que concentra uma oligarquia de barões paulistas no poder precisa ser destruído", afirmou o então candidato à sucessão de FHC em comício na cidade mineira de Sabará.

As críticas de Ciro ao empresariado paulista remontam até mesmo ao tempo em que era aliado de FHC, na época candidato à Presidência da República, com o apoio de toda elite econômica. O então ministro da Fazenda afirmara publicamente que os empresários de São Paulo estariam em complô contra o Plano Real.

As críticas à elite econômica de São Paulo continuaram ao longo dos últimos anos. Em 2006 Ciro Gomes afirmou que a "tragédia do Brasil é a classe dominante paulista". A declaração foi motivada pelo fato de o deputado federal ter encontrado em um teatro de São Paulo a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy, o atual secretário de cultura do Estado de São Paulo, João Sayad, e o governador de São Paulo José Serra. "Em São Paulo o PT e o PSDB são a mesma coisa", disse ele na época. Em tucano, já avisou que todos esses discursos de Ciro estão bem guardados para quando Ciro se declarar candidato.

Apesar de todas as críticas feitas à elite econômica paulista, Ciro recebeu mais de dois milhões de votos em São Paulo quando concorreu à Presidência da República em 2002. Percentualmente, teve um desempenho em São Paulo muito próximo de sua média nacional. Enquanto recebeu em todo o país 12% dos votos válidos, foi escolhido por 10% dos eleitores paulistas.

E você querido leitor, concorda com as declarações de Ciro Gomes? Acha que tais declarações tiram votos?

Lula vai insistir com Medvedev sobre abertura de mercado de carne russo


O Presidente Lula deverá insistir amanhã junto ao presidente russo, Dmitri Medvedev, em reunião bilateral em Ecaterimburgo, na melhora do acesso das carnes brasileiras ao mercado russo. A carne representa 50% das exportações totais do Brasil país para a Rússia.

A bilateral em Ecaterimburgo ocorre no momento em que Moscou embaralha as cartas para aderir à Organização Mundial do Comércio (OMC), na qual o Brasil quer recuperar fatias de mercado que os russos transferiram para produtores americanos e europeus de carnes suína e de frango.

O premiê russo, Vladimir Putin, surpreendeu todo mundo, dizendo que agora a Rússia quer recomeçar a negociação na OMC, mas em outras bases: juntamente com o Cazaquistão e Belarus, através de uma união aduaneira.

A reação entre negociadores foi no começo de que os russos estariam blefando. Agora mais gente acha, porém, que os russos mudaram suas prioridades e preferem concretizar antes um bloco econômico. Primeiro, a Rússia exporta pouco. Entrando na OMC, vai ter menos margem para bloquear arbitrariamente as importações. É o contrário da China, que precisava entrar na entidade para proteger suas exportações de arbitrariedades no exterior.

Para certos negociadores, a demanda de Lula pode ajudar, pois se Moscou abandonar a negociação na OMC se submeterá menos a demandas dos EUA e da UE, e poderia atender interesses brasileiros.

Mais certo é que o presidente Dmitri Medvedev deverá pedir ao Presidente Lula para o Brasil reexaminar uma proposta de transferência de tecnologia do construtor Sukhoi para tentar participar do projeto FX-2, o novo jato supersônico de combate que a Força Aérea Brasileira quer construir.

Os russos foram preteridos na disputa de US$ 2 bilhões, que agora está concentrada na americana Boeing, a sueca Gripen e a francesa Dassault para produção de 20 aparelhos. Moscou percebeu que o Brasil não vai comprar "caixa preta" e acena com mais transferência de tecnologia, que precisará ainda ser detalhada para as autoridades aeronáuticas e a Embraer.

O Brasil, por seu lado, cobra dos russos também a certificação para aviões da Embraer. Sem as certificações, as companhias dizem que não compram o aparelho. Na prática, os russos estimulam a produção de seu próprio jato regional.

Moscou tem interesse em participar de energia elétrica, sobretudo no rio Madeira. Oferece turbinas especializadas que evitam a necessidade de grandes alagamentos de áreas. E o produtor Gazprom quer instalar representação no Brasil, na busca de parceria com a Petrobras para exploração de petróleo na área do pré-sal.

Acordo Brasil-Suíça


Um acordo de cooperação em material penal entre o Brasil e Suíça, que estava congelado desde 2007, entrará finalmente em vigor no dia 27 de julho. Com isso, o país poderá ter atendido mais rapidamente seus pedidos de informação à Suíça sobre casos de lavagem de dinheiro e crimes financeiros. Os suíços vão dar assistência em informações envolvendo fraude fiscal, mas não sobre evasão fiscal, que não é crime, ainda, no país

Brasil reforça em US$ 5 bi reservas da Argentina


O Brasil vai reforçar em US$ 5 bilhões as reservas internacionais da Argentina por meio do mecanismo de troca (swap) de moedas, anunciaram representantes dos dois governos. A notícia foi divulgada pelo assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, ao jornal "Clarín" sexta-feira. No sábado foi confirmada pelo chefe de Gabinete da presidência argentina, Sergio Massa.

O swap de reservas é uma operação pela qual cada parte toma recursos em moeda do outro, entregando sua própria moeda em troca. A operação será feita por meio dos bancos centrais e segue o modelo adotado pela Reserva Federal (o BC americano) quando ofereceu US$ 30 bilhões ao Brasil e ao México no ano passado, no começo da crise financeira internacional. Em março, o Banco Central da Argentina (BCRA) fez com a China um acordo idêntico, em que Banco Popular (Banco Central) chinês disponibilizou recursos equivalentes a US$ 10 bilhões em yuans.

Trata-se de uma "operação contingente", ou seja, as transações se realizam somente se necessário. Para a Argentina representa um reforço da posição financeira do BCRA para controlar a oscilação do peso frente ao dólar, embora os recursos não se somem às reservas. A posição oficial das reservas internacionais do país está há meses estabilizada em US$ 46,5 bilhões e o BC argentino tem mantido o câmbio em 3,70 pesos por dólar com enorme esforço devido à forte saída de capitais do país devido ao complicado cenário político com a aproximação das eleições legislativas de 28 de junho.

Segundo Sergio Massa, o swap com o Brasil foi acertado entre a presidente Cristina Kirchner e o Presidente Lula durante o último encontro oficial bilateral no fim de abril. Este é o segundo reforço financeiro do Brasil para Argentina este ano. Em abril, na mesma reunião entre Lula e Cristina, ficou acertada uma ampliação de US$ 120 milhões para US$ 1,5 bilhão do limite de operações de comércio exterior bilateral garantidas pelo Convênio de Crédito Recíproco (CCR).

O objetivo é incrementar o comércio bilateral que caiu pela metade no começo deste ano, embora já tenha começado a se recuperar. A Argentina vem levantando cada dia mais barreiras às importações, independentemente da origem. A última cartada dos vizinhos é a exigência aos importadores de que exportem um dólar para cada dólar que pretendem importar. Em entrevista ao jornal "Página 12" publicada neste domingo, a ministra da Produção, Débora Giorgi disse que as barreiras e a forte redução das importações fazem parte da política do governo Cristina Kirchner de "industrialização com substituição de importações".

Brasil já é ator global, conclui seminário


A posição da União Europeia (UE) em relação ao Brasil está evoluindo rapidamente em meio à crise global, pela conclusão de um seminário que comemorou os dez anos da cátedra Mercosul do "Sciences Po" (Instituto de Estudos de Política de Paris).

A constatação foi de que Bruxelas considera que o país tornou-se de fato um ator global, apesar de problemas internos, e um interlocutor privilegiado para discutir os principais temas da agenda internacional, como clima, energia e regulamentação financeira.

Significa que cada vez mais a UE, no que tange ao futuro econômico do planeta, está discutindo com o Brasil e não com o Mercosul (que inclui Argentina, Uruguai e Paraguai).

O seminário, que teve como um dos temas como o novo papel do Brasil afeta as relações com a Europa, foi aberto pelo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, Pascal Lamy, e pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e teve a participacao de altos funcionários europeus e sul-americanos.

"A sutileza é que antigamente a UE queria sobretudo promover e sustentar os processos de integração, como o Mercosul", afirma o professor Alfredo Valladão, diretor da cátedra. "Mas hoje, com a crise global e com a necessidade de abordar temas globais, a UE prefere aprofundar sua relação com o Brasil, parceiro estratégico, mesmo tomando o cuidado para não causar estragos dentro do bloco do Cone Sul. E essa prioridade de discutir com o Brasil vem sobretudo quando a questão de comércio, que pode quebrar o bloco, não é tão importante."

Outra constatação foi de que todo mundo está muito mais preocupado com questões financeiras, clima e qual vai ser o modelo econômico do pós-crise do que com negociação comercial. Há concordância de que não pode haver protecionismo, mas o que mais preocupa é o tipo de regulação financeira futura, por exemplo.

O ministro Celso Amorim, em todo caso, reiterou a importância política do Mercosul para o Brasil. E declarou-se favorável ao que chamou de um acordo comercial "pragmático" com a UE. Ele não explicou, mas acordo pragmático significa liberalização modesta, em que a Europa abriria pouco seu mercado para a agricultura do Mercosul, e o bloco também abriria menos na área industrial para os europeus, mas dando ênfase política à relação. (Valor)

Lula pedirá que G-20 considere interesse do trabalhador


Presidente, que alegará que trabalhadores são principais 'vítimas' da recessão, será destaque da reunião da OIT

O Presidente Lula vai defender nesta segunda-feira, 15, em Genebra, que os interesses dos trabalhadores sejam incorporados nas decisões do G-20, alegando que eles são as principais "vítimas" da recessão. Lula será um dos destaques da reunião promovida a partir pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) que alertará que o mundo pode precisar de quase uma década para retornar às mesmas taxas de desemprego dos meses antes da crise financeira.

O encontro, que está sendo chamado de Cúpula contra o Desemprego, debaterá medidas para superar o risco de demissões em massa. Segundo os dados da OIT, entre 39 milhões e 59 milhões de pessoas podem perder seus empregos entre 2007 e final de 2009.
O discurso de Lula, na comemoração dos 90 anos da OIT, defenderá os direitos dos trabalhadores e insistirá que não é o momento de empresas adotarem qualquer tentativa de flexibilização das condições e benefícios do trabalho. Segundo o assessor de Assuntos Internacionais da presidência, Marco Aurélio Garcia, Lula e a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, ainda irão convidar a OIT para que faça parte do G-20.

Para Juan Somavia, diretor da OIT, está na hora de as políticas governamentais de socorro aos setores mais afetados pela crise serem "reposicionadas para gerar empregos". "Depois da reunião do G-20, em abril, agora temos um encontro para falar sobre a economia real. Precisamos ter uma solução produtiva para essa crise", disse.

Domingo, 14 de Junho de 2009

Lúcia Flecha de Lima - Vida privada e vida pública


A “embaixatriz” – título indevido – Lúcia Flecha de Lima é dona de sua vida, de seu corpo e deles faz o que bem lhe aprouver desde que não os transforme, o corpo principalmente, em instrumento de ganhos em grandes negociatas com dinheiro público.

Aí, a própria expressão se auto define. O dinheiro é público. A “embaixatriz” protagonizou episódios vergonhosos durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, apogeu de seu falecido marido o embaixador Flecha de Lima. O caso com ACM facilitou muito mais que embaixadas de alta relevância para o marido. Foram grandes os “negócios” envolvendo um banco nas Bahamas do qual o senador era sócio junto com o banqueiro Ângelo Calmon de Sá – Banco Econômico, liquidado por fraudes diversas – e obras para a construtora OAS de um ex-genro de ACM, mas que nunca perdeu as ligações com o antigo sogro.

A sigla OAS chegou a ser aquinhoada com o epíteto Obras do Amigo Sogro. E não foram poucas as vezes que a “embaixatriz” foi chamada a desembaraçar debaixo dos lençóis situações que poderiam favorecer concorrentes da empresa, tanto no Brasil, como no exterior.

Quando a diplomacia não alcançava êxito a “embaixatriz” entrava em cena.

Lúcia Flecha de Lima é irmã do deputado estadual Ademir Lucas, do PSDB de Minas Gerais, ex-prefeito de Contagem e foi uma das protagonistas mais poderosas em muitas das privatizações feitas no governo de FHC. Tinha uma concorrente direta e poderosa, a mulher do ex-colunista social Wilson Frade – ESTADO DE MINAS – mãe de Paola, mulher de Pimenta da Veiga, ministro das Comunicações feito debaixo dos lençóis, em substituição a Mendonça de Barros. A sogra de Pimenta da Veiga representava os interesses da ANDRADE GUTIERREZ, empreiteira com sede em Belo Horizonte – o marido também tinha vínculos indiretos com a empresa – e a ANDRADE GUTIERREZ foi uma das participantes do consórcio com a família Jereissati e a Telefônica de Portugal na formação da TELEMAR.

Registre-se que numa conversa telefônica divulgada pelo jornal FOLHA DE SÃO PAULO, logo após a reeleição de FHC, num episódio em que o ministro Mendonça de Barros foi pego com a boca na botija enrolado em propinas da Telefônica Espanhola, o economista André Lara Resende chamou a TELEMAR de “telegangue”, advertiu FHC dos riscos do grupo comprar o lote a ser privatizado – incluía a TELEMIG – e o ex-presidente, que debaixo dos lençóis e com a sogra de Pimenta da Veiga já havia definido a negociata, foi monossilábico nas respostas, até quando Lara Resende afirmou que “estamos entrando nos limites da irresponsabilidade”.

Lara Resende não sabia que FHC estava sendo lacônico pelo fato de já haver decidido. Além dos lençóis e da sogra de Pimenta da Veiga estava no meio da história o senador Tasso Jereissati. À época a mídia divulgou que Tasso estava brigado com seu irmão Carlos por conta de “negócios”. Despiste para isentá-lo de eventuais responsabilidades, ou irresponsabilidades como disse Lara Resende, que porventura pudessem vir a acontecer.

A TELEMAR ganhou o lote que disputou sob os lençóis. Pimenta da Veiga virou ministro das Comunicações por indicação da sogra, feita sob os lençóis. E brigado ou não Tasso está nos “negócios” da família.

Não existe privacidade nesses episódios e nem em tantos outros envolvendo a “embaixatriz” e tampouco a sogra de Pimenta da Veiga. Esse tipo de comportamento proliferou no governo FHC e era o método preferido por ACM para acumular o que hoje é um patrimônio de dois bilhões de reais em disputa judicial. Lúcia quer parte do botim.

Resolveu largar de lado o pudor.

Se prestarmos atenção todos esses fatos envolvem tucanos, referem-se ao governo de FHC e José Serra está pronto para reimplantar o modelo caso seja o vencedor das eleições de 2010.

É da gênese tucana esse tipo de podridão. É o jeito FIESP/DASLU de ser. Não tem nada a ver com a DASPU. Ali existe um código de dignidade e essa gente não tem a menor idéia do que seja isso.

No título “embaixatriz” fizeram e fazem uma pequena confusão. E meretriz. No máximo cortesã, mais adequada, já que próxima dos reis, príncipes, banqueiros, empreiteiros, deputados, senadores, embaixadores, etc, etc, além de ter sido amiga da princesa Diana.

Num dos comícios do irmão Ademir Lucas em Minas Gerais, Contagem, a senhora em questão, no palanque, no máximo do circo, proclamou que se o irmão vencesse iria trazer Diana ao Brasil e especialmente a Contagem. E embora tenha sido prefeito de Contagem duas vezes Ademir perdeu uma das eleições, justamente essa.

Não existe vida privada nesse tipo de ação. A conta vem para o brasileiro comum que é induzido diariamente pela mídia a acreditar que a corte britânica é um padrão de vida a ser seguido. E que episódios com o que envolveu Bil Clinton e uma estagiária no salão oval da Casa Branca se resolvem com desculpas.

Tudo bem se a conta não viesse cá para baixo e se esses fatos todos não fossem os fatores determinantes das grandes negociatas nos anos FHC.

Simples de entender. Quando o ex-presidente colocou o Brasil a venda os apetites do mundo dos “negócios” se aguçaram de tal forma que na absoluta amoralidade e aética, virou o jogo do vale tudo. Lúcia Flecha de Lima, como a sogra de Pimenta da Veiga e outras menos votadas entram na história por aí, debaixo dos lençóis. Tornaram-se eficientes funcionárias nesse jogo de eu fico com a telefonia, você fica com a energia, eu levo a VALE, eu não aceito menos que vinte por cento e por aí afora.

O problema da “embaixatriz” é a gula. Quando viu o tamanho do patrimônio do senador ACM no inventário já objeto de racha familiar entendeu de querer a sua parte, pois sentiu-se mais que caso do senador, mas parte das “empresas”. E era de fato.

O que está trazendo esse tipo de fato a tona, a discussão, não é o comportamento da “embaixatriz” que meio mundo sabia e a outra metade tinha certeza. Mas a própria forma da senhora em questão lidar com o assunto.

Continua arguta e viva nos “negócios”, quer o seu.

À época que explodiu o escândalo do Banco Econômico FHC tentou diminuir o poder de ACM nos “negócios” e apareceu uma tal “pasta vermelha”. ACM, ciente que a pasta faria um estrago sem tamanho em sua quadrilha, ameaçou céus e terras e devolveu a ameaça – “se eu abrir a boca, contar o que sei cai a República”. E a pasta sumiu. Dia desses, por conta da demora da Justiça em resolver o problema do Banco Econômico, outra negociata, o banqueiro Ângelo Calmon de Sá saiu da incômoda posição de devedor, para credor. Recebeu alguns bilhões, tudo no esquema juros para lá, juros para cá, propinas aqui e propinas ali.

Deve ser culpa do delegado Protógenes, com certeza. Dele e sua mania de investigar banqueiros.

Lúcia Flecha de Lima não passou só sob os lençóis de ACM Não. Para atender aos desígnios do “chefe”, trabalhou arduamente em lençóis de governantes e ministros estrangeiros, funcionários graduados de governos onde a OAS quisesse plantar suas máquinas e “intermediou” no escurinho do cinema muitas transações do Banco Econômico e do banco que Calmon de Sá e ACM tinham nas Bahamas.

O diabo desse trem é que o “escurinho dos cinemas” eram as assombrosas recepções que a senhora em questão promovia nas embaixadas onde o marido pontificava – se é que pontificou em alguma coisa – feitas todas com dinheiro público, inclusive o hábito de se pagar a alguns colunistas sociais – de forma indireta – por notas destacando os méritos da dama chamada muitas vezes de locomotiva do Brasil no exterior. O jornal ESTADO DE MINAS vive até hoje desse tipo de expediente, chantagem com governantes.

Aí, insisto, não há vida privada. Há um imenso esgoto por onde correm tucanos, seus “negócios” e as equipes de “vendedoras”.

Lúcia vendia esses “negócios” sob os lençóis e por ser considerada uma eficiente operadora, além de muito bem relacionada, virou ícone desse mundo sórdido que durou oito anos, o mandato do repugnante e abjeto Fernando Henrique Cardoso.

Já que citei o senador pastel Eduardo Azeredo no primeiro artigo que escrevi sobre o assunto, explico porque. Muitas vezes o palácio do governo de Minas foi usado como motel nos acordos e acertos dessas patrióticas operações. A TELEMAR passou por ali. O governador à época era ele, mas o governo era exercido por sua mulher e o deputado (renunciou para não ser cassado) Fernando Brant.

Onde tem vida privada nisso? Pagamos o preço até hoje. A polícia nesses casos não recolhe "embaixatrizes" aos costumes, mas protege.

Por Laerte Braga

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