segunda-feira, 22 de junho de 2009

O futuro do "O CARA"














Depois de 2010.
O futuro do “O CARA”
Presidência do Banco Mundial e atuação voltada para projetos contra a miséria no mundo estão entre as especulações sobre o futuro do presidente.
DENISE ROTHENBURG
Ricardo Stuckert/PR - 8/5/09
Uma certeza no futuro de Lula: não aceitar cargo de "sub do sub".
Carlos Silva/Esp. CB/D.A Press
Eu acho que...O presidente Lula tem que curtir a vida dele depois que sair. Ele precisa descansar, viajar, ficar mais perto da família. O presidente já fez muita coisa e agora tem mais é que se aposentar. Ele está cansado.
Marlene Alves, 26 anos (doméstica)
Carlos Silva/Esp. CB/D.A Pres
Eu acho que...Ele deveria se candidatar a um outro cargo público, mesmo depois de ter sido presidente.Poderia continuar contribuindo para o país, fazer como o José Sarney, que chegou à presidência do Senado.
Mesmo com o foco voltado ao portfolio de obras realizadas que pretende registrar em cartório ao final de seu mandato, o presidente Lula já vislumbra os cenários para seu futuro político pós-2010 dentro do projeto de “cidadão do mundo”, como declarou na Suíça, há alguns dias. Mas isso não quer dizer Lula, como ex-presidente, aceitará qualquer cargo. Nada que seja “sub do sub”, comentam os amigos dele, jurando repetir palavras que ouviram do próprio. De bom grado, só se for algo assim… a presidência do Banco Mundial. Essa possibilidade foi publicada recentemente como uma sondagem que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez a Lula. E entre analistas estrangeiros essa perspectiva é vista como uma jogada de mestre dos EUA. Observadores dos movimentos políticos do presidente norte-americano avaliam que Obama realmente trabalhará por Lula. E não será pela farta barba e cabelos grisalhos do presidente brasileiro. O governo americano tem feito todo um esforço para mudar a imagem dos Estados Unidos nos mais diversos aspectos, seja na relação com o Oriente Médio, seja no quesito olhar social para os menos desenvolvidos. E Lula se encaixa como uma luva, ou melhor, como “o cara” capaz de ajudar os EUA nessa empreitada. Lula no topo do Banco Mundial, com as bênçãos de Obama, será uma forma de os Estados Unidos mostrarem que se preocupam com investimentos e desenvolvimento da América Latina e dos países mais pobres. Isso porque Lula, no cenário internacional, personifica o combate à miséria e é visto como o operário que deu certo — o oposto do que ocorreu com o polonês Lech Walesa (1). Sua popularidade interna e externa nunca se igualou à que desfruta o presidente brasileiro. Da parte de Lula, nas poucas vezes em que sobra tempo para falar do futuro, ele diz que deseja trabalhar em algo que lhe permita captar investimentos para os países da América Latina e África. Afinal, desde que assumiu o seu primeiro mandato, ele bate na tecla de que nada adianta tanta riqueza de alguns se no Brasil e em vários outros pontos do planeta ainda há centenas de milhões na mais absoluta miséria. Mas, ao mesmo tempo em que cita esse desejo, o presidente rechaça qualquer comentário mais incisivo àqueles que insistem em perguntar-lhe sobre qual é o plano A. Geralmente, o presidente repete que “está cedo para falar deste assunto e quem tem tempo não tem pressa”. Lula sabe o que não deseja. Ele já deixou transparecer, por exemplo, que está reticente à montagem de um instituto. Prefere algo mais original, para não ficar no que já foi feito pelos antecessores, no caso, Fernando Henrique Cardoso. No Palácio do Planalto, ninguém trata abertamente do futuro de Lula ou da família presidencial, D. Marisa, por exemplo, tem insistido na volta para São Paulo, a fim de ficar perto dos filhos. O presidente, no entanto, já manifestou planos de morar em Pernambuco, seu estado natal.

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