segunda-feira, 13 de julho de 2009

Os Amigos do presidente Lula

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), anulou hoje (dia 13) todos os 663 atos secretos ( atos administrativos que não haviam sido publicados em boletins administrativo de pessoal).

As pessoas que foram contratadas por meio desses atos estão automaticamente demitidas.

A medida exige o ressarcimento integral aos cofres públicos de recursos que eventualmente tenham sido pagos de forma indevida.

O valor do dinheiro a devolver aos cofres públicos por Arthur Virgílio, caso tenha origem nestes atos secretos, finalmente serão revelados ao público no prazo de 30 dias.

A medida atinge em cheio o esquema de corrupção montado pela máquina do DEMos na administração do Senado.

Agora só falta tornar público e anular a segunda leva: os outros 700 atos que o senador Heráclito Fortes (DEMos/PI) ainda mantém secretos.

Leia a íntegra do ato de Sarney:


Ato do Presidente nº 294 de 2009

"Anula 663 atos administrativos cuja divulgação tenha desrespeitado o princípio constitucional da publicidade.

O presidente do Senado Federal, no uso de suas atribuições regimentais e regulamentares,

Considerando as conclusões da Comissão Especial instituída pelo Ato do Primeiro-Secretário nº 27, de 2009;

Considerando que o art. 37 da Constituição Federal vincula os atos da Administração Pública à sua ampla publicidade;

Considerando que as conclusões do Relatório da Comissão Especial instituída pelo Ato do Primeiro-Secretário nº 27, de 2009, evidenciam a não publicação de atos administrativos, em desrespeito ao princípio constitucional da publicidade,

Resolve:

Art. 1º Anular os 663 atos administrativos veiculados nos 312 Boletins Administrativos de Pessoal referidos no Relatório da Comissão Especial instituída pelo Ato do Primeiro-Secretário nº 27, de 2009, cuja divulgação não tenha obedecido ao princípio da ampla publicidade (art. 37, CF/88).

Art. 2º Determinar à Diretoria-Geral que, no prazo improrrogável de 30 dias, apresente à Comissão Diretora relatório circunstanciado contendo as providências adotadas com o objetivo de cumprir fielmente o disposto neste Ato e nas disposições constitucionais e legais de regência, assim como o integral ressarcimento aos cofres públicos dos recursos eventualmente pagos de forma indevida.

Art. 3º Este Ato entra em vigor na data de sua publicação.

Sala de reuniões da Presidência, em 13 de julho de 2009

Sarney ENQUADROU TV Globo

O senador José Sarney (PMDB/AP), quando foi presidente da República, foi muito... mas muito próximo de Roberto Marinho.

ACM foi ministro das comunicações de Sarney, com o apadrinhamento de Roberto Marinho, e nessa época o Império das Organizações Globo atingiu a auge. Uma era de ouro, e bota ouro nisso.

Sarney, se puxar pela memória, sabe demais sobre os "atos secretos" das Organizações Globo, naquela longínqua transição da década de 80 para 90, época chamada de década perdida... mas não para a família Marinho.

Além disso, o governo de Roseana Sarney, quando governadora na época em que FHC era presidente, já estabeleceu contratos com a Fundação Roberto Marinho bem mais polêmicos e de valores muito mais altos do que a Fundação José Sarney. A Fundação Roberto Marinho também deveria ser investigada na prestação de contas dos quase R$ 100 milhões recebidos do governo do Maranhão.

Em 1989, durante o governo Sarney, Roberto Marinho tornou-se banqueiro (tal qual Edemar Cid Ferreira do Banco Santos), ao conseguir junto ao Banco Central licença para operar o Banco ABC Roma (Ro-ma são iniciais de Roberto Marinho, e ABC é do Arab Banking Corporation, sócio na empreitada, que, mais tarde, adquiriu a parte dos Marinho, quando a Globo esteve à beira da falência, por volta de 2002, devido ao elevado endividamento externo e a alta do dólar no fim do governo FHC).

Ahhh... como seria bom se a TV Globo continuasse brigando com Sarney, e ele publicasse seu livro de memórias sobre as Organizações Globo. Certamente seriam noticiadas com estardalhaço pelas concorrentes Record, Band e SBT, comprometendo a própria sobrevivência da TV Globo.

Mas isso ainda não vai acontecer agora.

A TV Globo ainda não repercutiu a revista Veja desta semana, como seria de se esperar. As críticas à Sarney, e ao próprio Senado nos telejornais tem esfriado e sido tratadas com discrição.
O foco das denúncias não tem sido apenas contra Sarney. Ora coloca as denúncias (discretas) contra o Senado como um todo, ora arrolam outros senadores no meio, aliviando Sarney.

Ou seja, Sarney ENQUADROU a Globo.

Para continuar mostrando serviço à José Serra (que injetou uma fortuna do dinheiro dos cofres paulistas na Globo com a escandalosa propaganda da SABESP em rede nacional)... as críticas ácidas contra Sarney dentro das Organizações Globo resumem-se atualmente ao decadente jornal "O Globo" e seus blogueiros, cada vez menos influentes e com tiragens cada vez menores, devido às seguidas barrigas e proteção à corrupção demo-tucana.

Querem uma prova? Olhem o vídeo com a charge animada, exibido no Jornal da Globo do dia 8. Quem ficou mal na charge foi Arthur Virgílio.



A Globo sabe que Sarney é Sarney desde sempre. Nunca se preocupou com isso. Pelo contrário, sempre ajudou a elegê-lo a todos os cargos que disputou. De repente, resolveu descartar Sarney, quando tornou-se um aliado político do arqui-inimigo da Globo: o Presidente Lula. Com isso, Sarney não atende mais aos projetos de poder globais de levar demo-tucanos ao Planalto.

Mas se a Globo sabe que Sarney é Sarney desde sempre... Sarney também sabe que a Globo é a Globo desde sempre... Por isso Sarney ENQUADROU a Globo.

Partido Pirata, você votaria nele?


Funcionários do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não muito afeitos ao mundo virtual vão estranhar o nome de um novo partido que, nas próximas semanas, pedirá o registro provisório. A nova legenda vai requisitar ao TSE o batismo de Partido Pirata, a exemplo do que foi feito em outros 20 países, sendo que em seis deles já é formal e disputa eleições.

No Brasil foi criado há dois anos por um grupo interessado na discussão de direitos autorais e liberdades civis. Hoje o Partido Pirata ainda é um grupo de pessoas reunidos em torno das mesmas ideias, mas sem nenhuma regra formal ou controle por parte de seus integrantes. Ao todo, são cerca de mil pessoas cadastradas no site do "partido".

O Partido Pirata é um fenômeno da internet. Nasceu após sucessivas brigas entre a indústria fonográfica e um site sueco (o piratebay.com) criado por jovens que queriam facilitar a vida de internautas que gostariam de compartilhar arquivos. Em torno da recorrente batalha sobre direitos autorais, liberdade de expressão e outras questões, o partido espalhou-se da Europa pelo mundo.

No Brasil seus integrantes pretendem ter como bandeira o direito autoral, a transparência das informações governamentais e a inclusão digital. "A questão dos direitos civis é primordial, mas acreditamos que também possamos avançar em temas importantes, como a disseminação do governo eletrônico", diz Jorge Machado, porta voz do grupo.

Jorge, professor de políticas públicas da faculdade de Sociologia da USP, diz que a maior dificuldade à formalização do Partido Pirata são as barreiras físicas. Na internet, diz, o grupo circula com facilidade e conhece os atalhos para se estruturar. Mas quando passa ao mundo real, as coisas ficam mais complicadas.

Para os piratas, a maior dificuldade está na estrutura necessária para conquistar os 500 mil filiados exigidos. "Se a filiação pela internet fosse permitida, seria mais fácil". diz Jorge

Com o registro provisório, buscam ganhar popularidade. "Temos que ir para a rua, como um partido comum, buscar reconhecimento popular".

O povo quer saber


O ex-diretor do Senado Agaciel Maia está no limite. Tem dito a amigos que o relento já cobrou sua dívida. Lembra que serviu indistintamente aos 81 senadores e, se ficar mais encurralado do que está, pode puxar da gaveta atos secretos de outra natureza.

O povo quer saber

Quando o senador Arthur Virgílio vai pagar os 10 mil dolares que emprestou de Agaciel Maia, para passear em Paris ?

Arthur Virgílio apresentou uma versão em nota oficial no site do PSDB, alegando que pagou Agaciel Maia, com restituição do ano-base 2004, depositada na conta dele em 2005.Nós provamos que ele mentiu:A declaração do ano-base 2004 (exercício 2005), não teve direito a nenhuma restituição. Quando o senador vai pagar Agaciel?

-Qual foi o valor subtraído dos cofres públicos do Senado, que ele prometeu devolver?

-Quando a esposa do senador vai vender os bens para pagar a conta?

-Por que consta na Receita Federal esse processo na dívida ativa do senador?

A irmã do subchefe de gabinete do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) foi nomeada por ato secreto na direção geral em 20 de março de 2007. Com salário de R$ 7.484,43, Ana Cristina Nina Ribeiro ingressou no órgão comandado pelo então diretor-geral Agaciel da Silva Maia um mês depois de o irmão dela, Carlos Homero Vieira Nina, começar a trabalhar para o tucano, que é líder do PSDB no Senado.Porque Ana Cristna continua trabalhando no gabinete do senador?

O senado pagou por cinco anos o tratamento de saúde da mãe do senador Arthur Virgilio. Quer dizer, o senado não. Nós povo que pagamos impostos.Mas, o senador disse que vai mandar investigar se o pagamento foi ou não ilegal, ese for, devolver o dinheiro ao cofre público. Já foi aberta a investigação?

O senador Arthur Virgílio disse na tribuna do senado que entraria com uma representação contra ele mesmo no conselho de ética. O povo quer saber. O senador já entrou com a representação?


E por fim, nós queremos saber. Quando o senador IDIOTA aloprado vai nos pedir desculpas por ter nos acusado,INJUSTAMENTE, por crime de quebra de sigilo?

Lula debate pré-sal com o ministério hoje


Pela segunda vez neste ano, o Presidente Lula se reune todos os seus ministros. Na pauta, dois temas: o novo marco regulatório para exploração de petróleo na camada pré-sal e os efeitos das medidas econômicas adotadas pelo governo até agora para enfrentar a crise financeira internacional.

O projeto com a nova regulamentação sobre a exploração de petróleo na camada pré-sal está em fase final de elaboração e os técnicos envolvidos na preparação estão sendo convocados para trabalhar inclusive nos finais de semana para concluí-la o quanto antes.

O Presidente quer que, no retorno dos trabalhos do Congresso, dia 4 de agosto, o marco regulatório esteja pronto para começar a ser debatido. Na reunião, os ministros vão conhecer as linhas gerais da proposta e os argumentos do governo para adotar o novo modelo.

Lula quer que todos os governistas tenham um discurso na ponta da língua para defender o novo marco regulatório, que demorou cerca de um ano para ser preparado. A comissão ministerial instituída para isto trabalha desde julho de 2008.

Segundo auxiliares do Presidente, o governo ainda mantém a disposição de usar os recursos obtidos com a exploração do petróleo do pré-sal para "resgatar dívidas históricas com a sociedade", nas palavras usadas por Lula em discursos que se referiu ao tema. O resgate se daria pela aplicação de parte da receita com o pré-sal em educação e saúde.

O governo quer que o debate sobre o novo modelo de exploração se torne a principal pauta do Congresso no segundo semestre, e tem pelo menos dois bons motivos para isso: limitar a repercussão das investigações sobre a Petrobras, alvo de uma CPI no Senado, e aprovar a nova legislação antes de 2010, ano de eleição e quando tradicionalmente o Congresso produz menos.

Além disso, os integrantes da equipe econômica vão apresentar um balanço das medidas tomadas para enfrentar a crise internacional. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, devem apresentar os cenários econômicos esperados para o segundo semestre.

Na primeira reunião ministerial neste ano, em fevereiro, Lula também reuniu seus ministros para falar da crise econômica. Naquele momento, o país enfrentava demissões em massa em vários setores da economia e via os empresários anunciando o cancelamento dos investimentos. Desta vez, o cenário econômico é mais positivo.

O misterioso escritório político de Cristovam Buarque no DF

Os senadores recebem verbas indenizatórias para manter escritórios políticos em seus estados de origem, junto às suas bases eleitorais, distantes de Brasília.

Cristovam Buarque foi eleito pelo Distrito Federal, portanto o gabinete de senador já é localizado em Brasília e atende à função de escritório político.

No entanto, o cidadão brasileiro paga, através das verbas indenizatórias do Senador Cristovam, R$ 1.588,00 por mês para aluguel de escritório político:


Se algum eleitor quiser visitar o escritório político do Senador, não encontra o endereço em seu sítio na internet. Até o momento em que esta nota foi escrita, só encontra o endereço do gabinete no Senado Federal:


Por uma destas incríveis coincidências, o suposto dono do imóvel (que recebe o aluguel), onde fica o misterioso escritório político, é Honorato da Silva Soares Neto, chefe do serviço de portaria do Senado Federal:


Com a palavra o senador Cristovam para explicar ao distinto público.

A imprensa quer a cabeça de Sarney, mas esconde a farra do DEM e PSDB


Suplentes da Mesa Diretora da Casa têm uma equipe permanente de funcionários sem concurso que custa mais de R$ 90 mil mensais aos cofres públicos. Há servidores com salário de quase R$ 9 mil.

A notícia do jornal Correio Braziliense, prova que não a imprensa quer derrubar Sarney, mas esconde a turma do DEM e PSDB. Quais o interesses da mídia?. O primeiro, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), cuida, por exemplo, dos contratos com as empresas terceirizadas. Para cobrir as ausências dos titulares, existem os suplentes. Quatro senadores esporadicamente convocados para a tarefa, mas auxiliados nessa missão por um quadro permanente de servidores, escolhidos sem concurso público e mantidos ao custo anual de R$ 1,2 milhão apenas com salários.

Existem hoje 24 comissionados para assessorar os quatro suplentes da Mesa: César Borges (PR-BA), Adelmir Santana (DEM-DF), Cícero Lucena (PSDB-PB) e Gerson Camata (PMDB-ES). Normalmente, as indicações atendem a critérios políticos. Camata, o quarto na linha sucessória, dispõe do maior número de auxiliares. São 11 assistentes.

O peemedebista capixaba não desfruta de mais recursos financeiros do que os três colegas. Camata decidiu manter um número maior de servidores, com salários mais baixos. Terceiro suplente, Cícero Lucena optou por configuração diferente: dois assessores com salários de quase R$ 9 mil cada e o restante da verba (R$ 8 mil) distribuída entre três assistentes.

Entenda o caso
Enxugamento em pauta

Até o próximo mês, o Senado espera concluir o estudo que definirá a reestruturação administrativa da instituição. É uma tentativa de aliviar a pressão externa que vem sofrendo por causa da onda de denúncias. Apesar das resistências internas, a cúpula da Casa definiu como meta reduzir em 40% as despesas com pessoal — desde 2003, R$ 1,5 bilhão foi gasto com o pagamento de “gratificações por exercício de função”. Resta saber como será feito o enxugamento: se cortando os valores das comissões pagas ou a quantidade de servidores comissionados. A instituição tem atualmente 6,2 mil funcionários, dos quais 3 mil foram escolhidos sem concurso público, incluindo os das quatro suplências. Os senadores pressionam para manter a cota de nomeações feitas livremente. É moeda política. Uma comissão de funcionários concluiu na semana passada estudo sobre a matéria, a partir de sugestões apresentadas pela Fundação Getulio Vargas. Um dos servidores encarregados de analisar o tema, Dirceu Matos, informou ao Correio que as funções comissionadas atreladas aos gabinetes dos quatro suplentes de secretários devem escapar, pelo menos por enquanto, dos ajustes ora em estudo. Elas, no entanto, poderão ser discutidas futuramente, quando o Senado revisar o plano de cargos e salários.

O custo dos “regra-três”

Primeiro suplente
César Borges (PR-BA)

R$ 23.660,71
por mês com dois assessores técnicos
e três assistentes parlamentares

Segundo suplente
Adelmir Santana (DEM-DF)

R$ 12.775,51
por mês com cinco assistentes
parlamentares

Terceiro suplente
Cícero Lucena (PSDB-PB)

R$ 24.940,92
por mês com dois assessores técnicos
e três assistentes parlamentares

Quarto suplente
Gerson Camata (PMDB-ES)

R$ 28.885,29
por mês com 11 assistentes
parlamentares

Sérgio Gerra não declarou Cavalos de Raça ao fisco

O sempre excelente blog Cloaca News demonstra que o presidente do PSDB, o senador tucano Sérgio Guerra (PSDB/PE), não declarou Cavalos de Raça na declaração de bens apresentada durante as eleições de 2002.

À mesa com Marconi Perillo ...

O senador Marconi Perillo (do PSDB de José Serra) parece ser daqueles que não querem se passar por um "bufão" em meio à "hight-socity".

A côrte goiana abrigada em seu gabinete como assessores, conta com Maria Emília Miotto Godoy, especializada em Etiqueta e boas maneiras.

Maria Emília Godoy tem até uma coluna entitulada "Etiqueta reciclada" na revista "People" de Goiânia, para dar dicas e conselhos de como "gente fina" deve se comportar.

Nada contra o Senador tucano adestrar-se no uso de talheres em banquetes, na degustação de vinhos finos, em como se comportar nos salões ... mas tinha que pendurar essa conta no Senado, para o contribuinte pagar?

Longe da mesa com Marconi

O jornal Folha de José Serra (Folha de São Paulo) trouxe a notícia sobre o aparelhamento do senado por Marconi Perillo.

Pelo menos cinco ex-secretários de seu governo em Goiás (1999-2006) foram lotados na estrutura da Primeira Vice-Presidência (em vez de empregá-los em seu gabinete de Senador).

Todos batem ponto em Goiânia, no escritório político do tucano.

A área jurídica do Senado afirma que já existe a minuta de um ato que proíbe expressamente que funcionários da Mesa Diretora trabalhem fora de Brasília. Deve ser votada na próxima reunião do órgão.

"Não há norma que vede [a contratação de funcionários nos Estados], mas, nas poucas vezes em que a advocacia do Senado foi consultada, sugeriu pela não contratação. Os servidores têm que trabalhar para a Mesa, que fica em Brasília", disse o advogado-geral do Senado, Luiz Bandeira de Mello.

Veja também nas notas anteriores daqui do blog, o que a Folha de José Serra (Folha de São Paulo), "esqueceu" de apurar:

Perillo abre cargo em seu gabinete para deputado cassado por caixa-2

Fraudou licitação e foi premiado com um polpudo salário no gabinete de Perillo


Você acredita nisso?:Heráclito diz que empregou filha de FHC, "porque ela precisava trabalhar pra viver"


Heráclito Fortes, o "moralizador da crise", conta que deu emprego à filha de FHC "porque ela precisava trabalhar pra viver"

José Sarney está abatido. Na cadeira em que preside a sessão do Senado, na terça-feira, tem o ar grave, circunspecto. Todos os partidos, fora o PMDB, pedem que saia do cargo. "Eu sou médico, cirurgião, pós-graduado. Pode colocar aí: o presidente Sarney não está deprimido", diz o senador Mão Santa (PMDB-PI). "Ele tem é um comportamento compatível com a idade dele. E outra: você deve muito a esse homem. José Sarney fez a transição democrática neste país sem o registro de nenhuma morte!"

Mas, senador, o presidente parece pálido, talvez a crise... "Que crise? Crise nenhuma!! Um jornal e um repórter valem pela verdade que dizem, meu caro!! Sabe o que dizia Wisom Xôchou?". Quem? "Winston Churchill", diz o assessor, ajeitando a gravata do chefe.

Os jornalistas que fazem reportagens sobre o Senado ficam em um cercadinho na margem esquerda do plenário. Para conversar com um parlamentar, é preciso esperar que ele olhe (sem ignorar). Com o dedo polegar e o indicador, fazendo sinal de "por favor, só um minutinho", o jornalista deve usar uma expressão de clemência (foi assim com Mão Santa). Quase sempre o parlamentar atende ao apelo.

Quando o jornalista cruza com um senador do lado de fora do plenário, tem de estar preparado para correr atrás dele, em galerias cobertas por grossos tapetes azuis. O repórter Paulo Sampaio, enviado na semana passada a Brasília, apressa o passo atrás de Renan Calheiros. O senador pernambucano Jarbas Vasconcelos, do PMDB, dissera há pouco que Renan "manda em todo mundo no Senado, menos em mim e no Pedro [Simon] (PMDB-RS)". Renan acelera. O repórter quase corre atrás dele. "Não quero falar. Eu também fui presidente, isso acaba sendo divulgado...", diz o senador.

A terça-feira foi particularmente agitada na Casa. Comemoravam-se os 15 anos do Plano Real, com as presenças de Fernando Henrique Cardoso e Aécio Neves, acomodados entre Sarney e a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, alvo de investigação que apura improbidade administrativa em seu Estado.

"Coitados, sentaram os dois [FHC e Aécio] entre os "caindo de podres". Olha a cara do Aécio", ri baixinho um jornalista. À saída, Aécio é cercado por câmeras de TV e por um bolinho de assessores e jornalistas. Acha que a Yeda queimou seu filme, governador? "Nada, isso não contamina, não. Cada um tem seus problemas."

Os jornalistas podem frequentar também o café que fica ao fundo do plenário do Senado e se sentar com os parlamentares para tomar um chazinho, um suco e comer bolachinhas. O lugar tem as paredes brancas, mesas redondas e um biombo na entrada da cozinha. Ali, é um permanente entra-e-sai. Mesmo quem está envolvido em alguma situação delicada parece tranquilo. É o caso do primeiro-secretário Heráclito Fortes (DEM-PI). Responsável, no momento, por "moralizar a crise", empregou em seu gabinete Luciana Cardoso, filha do ex-presidente FHC, que recebia para trabalhar em casa.

Heráclito leva à boca uma colherada de um minifrapê diet de abacaxi, servido pela copeira do café. Depois que se submeteu à cirurgia de redução do estômago, ele precisa fazer sete refeições pequenas por dia. Já perdeu 25 kg (de 125 kg).

O democrata diz que Luciana foi "injustiçada". "A menina precisava trabalhar pra viver. Quando o Fernando Henrique foi embora do Palácio da Alvorada, me disse: "Nossa maior preocupação é a Luciana, que precisa ficar em Brasília". O marido dela é funcionário público, trabalha no Itamaraty, entende? Então, eu disse: "Não se preocupe, presidente". Ela organizava recortes para montar uma biografia minha. A Luciana é tão correta que, quando a dona Ruth estava muito mal, em São Paulo, ela pediu autorização para ficar com a mãe. Depois da morte, ela me ligou perguntando se podia ficar mais uns dias. Numa situação daquelas, ainda perguntou se podia, entende?"

Tião Viana (PT-AC), um dos mais atuantes do "grupo ético", atende ao chamado de "um minutinho" do repórter e prega, pela enésima vez, o afastamento do maranhense José Sarney da presidência do Senado.

Quando se pergunta como sua filha conseguiu gastar R$ 14 mil em telefonemas de celular, disparados do México e pagos pelo Senado, Viana faz uma expressão de quem acabou de comer um pirarucu estragado. "Já disse o que tinha de dizer sobre isso. Deixa cicatrizar. O Jarbas Vasconcellos passou dois meses sem falar, eu também tenho direito. O dinheiro não é do Senado, é meu." Vai pagar em quantas vezes mesmo? 72? "Depois a gente fala, amigo..."

Na galeria atapetada, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) dá entrevista para uma TV e defende a saída de Sarney. A reportagem aproveita o ensejo. Senador, ficou a dúvida: foram R$ 10 mil ou US$ 10 mil (emprestados a ele por Agaciel Maia)? "R$ 10 mil", diz ele, com a bochecha intumescida e vermelha. "Eu estava numa situação, mestre, em que você faria a mesma coisa [pedir R$ 10 mil a um assessor que pediu ao diretor-geral do Senado]. Naquela situação, não existe santo. Qualquer ser humano faria. Já está tudo saldado."....Mentira!

Logo depois, o repórter recebe um telefonema de Sandra Ibiapina, assessora de Virgílio, convidando para um cafezinho no gabinete. "Você pegou o senador meio acelerado, venha até aqui conversar comigo com calma", sugere.

Apesar dos escândalos administrativos, a pauta do dia entre as secretárias e assessores parlamentares é o bunker de cerca de 140m2 que Agaciel mantinha, entre o andar de seu gabinete e o debaixo, para reuniões secretas e, segundo a revista "Época", encontros íntimos [teriam sido encontrados no local um DVD do filme pornô "Tardes Molhadas" e um tubo do lubrificante KY pela metade, com validade de dezembro de 2009]. A matéria também fala do BMW de Cristiane Tinoco, secretária de Agaciel.

Sandra Ibiapina conta que Cristiane -que começou como secretária- mandou um e-mail aos senadores explicando que é solteira e que o BMW foi comprado por ela para realizar um "sonho de final de juventude".

Nos túneis de mármore e corredores que ligam os vários prédios anexos do Senado, funcionárias usando sapatos altos e bolsas grandes recebem beijocas sapecadas por parlamentares de passagem. Às vezes, eles param para cumprimentá-las olhos nos olhos, segurando no queixo, alisando a escova definitiva. "O Senado sempre foi uma casa de tolerância", diz no plenário o senador Cristovam Buarque (PDT-DF). Depois, tenta explicar: "Quis dizer que a Casa sempre teve muita tolerância nas relações pessoais. Entendeu?"

Volta e meia toca uma sineta estridente, tipo recreio, ouvida em todo o prédio. É para chamar os parlamentares para sessões ou avisar que algum deles falou demais, além do tempo regulamentar. Nesse caso, o presidente Sarney, que passa a maior parte do tempo estático, mexe os dedinhos em um painel para abaixar o volume do microfone de quem abusou no discurso.

Num intervalo, a reportagem sobe ao 9º andar do Anexo 1, para visitar e entender melhor o setor que cuida dos serviços de "Direitos e Deveres" e o de "Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional". Entra na primeira sala, onde há três funcionários. Pergunta que direitos e deveres são aqueles. "Menino do céu, todos os que a lei 8.112 regulamenta", explica uma senhora de bochechas artificialmente rosadas, sombra colorida e batom forte.

Entre outros direitos, a lei 8.112 regulamenta horas extras, gratificação natalina e adicional por atividades penosas. No rol dos deveres, está cumprir as ordens superiores, exceto as manifestamente ilegais.

Na sala da qualidade de vida e reabilitação funcional, a chefe, Denise Costa, se senta ao lado de uma bolsa preta lustrosa Guess. Apesar do cargo, ela diz que não tem autonomia para falar sobre o programa: "Diante da situação da casa, nós não podemos dar informações". Muita gente a ser reabilitada, Denise? Ela precisa de autorização da "doutora Dóris Marize", diretora de RH, para responder.

Denise pede para o repórter aguardar a chegada do assessor de imprensa. Na presença dele, ela já pode falar. Mas é difícil entender quais são as "várias ações do programa". Ela começa pelas "não ações". "Funcionário comissionado não é contemplado", explica. A "atividade corporal de integração vai ser implementada com o tempo". E "outras atividades, no segundo semestre".

De volta ao plenário, a coluna avista a cabeleira do senador Wellington Salgado (PMDB-MG), vulgo "Cabelo", que pagou com verba de seu gabinete uma jornalista da rádio Itatiaia, de BH, para fazer releases radiofônicos do ministro Hélio Costa, das Comunicações. "Eu não vou enfartar por causa dos outros. Se você quer saber, tô perdendo dinheiro aqui. Meu valor HH (homem-hora) lá fora é muito maior", diz o senador, que é dono de universidade.

No entendimento de Salgado, o que deflagrou escândalo na Casa foi "a modernidade e a informática, que tornaram tudo muito transparente". "Você tem que ver que o Senado é uma casa de idosos, de gente da época do telefone." Mônica Bergamo

Nota


Em resposta á imprensa, aos inúmeros pedidos de entrevista, para falar sobre a nota divulgada pelo PSDB e matérias publicadas nos jornais, o Globo, Correio Braziliense, Ilimar Franco, e outros, que citam esse blog, nós editores, (Helena e Zé Augusto), queremos comunicar que:

NÃO damos entrevista à imprensa.

Porém, queremos deixar claro algumas questões:

1-NÃO somos funcionários públicos.

2- NÃO recebemos nenhuma ajuda financeira do Partido dos Trabalhadores e do Governo Federal.

3- NÃO temos nenhum vínculo com o Partido dos Trabalhadores.

4- NÃO damos informações sobre vida pessoal.

Nosso blog tem; ética, compromisso com o país, credibilidade e honestidade, conferida por nossos leitores.

Somos independentes.

SÓ, temos compromisso com nossos leitores e a verdade factual.

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