terça-feira, 14 de julho de 2009


“Aspone” tucana defende

ONG e prêmio fajutos

CIDADANIA

Atualizado às 16h09m de 14 de julho de 2009

O mico em vídeo

Segundo uma “aspone” de José Serra hoje no Painel do Leitor da Folha de São Paulo (vide abaixo), o governador invisível (na mídia) não precisa inflar seu currículo.

Ela mesma (aspone), porém, inflou a premiação fajuta que o tucano recebeu de uma ONG metida em montes de escândalos com dinheiro público e fundada em Curitiba por uma tucana.

A ONG tucana "com sede em Paris" não pode ser comentada com um mínimo de profundidade nem pela Folha nem pela "aspone" serrista, pois os fatos sobre ela (ONG) a desmontam.

Não é surpresa que Serra infle seu currículo com premiações fajutas. Ele já havia se apropriado do programa da aids dos doutores Adib Jatene e Lair Rodrigues e dos genéricos de Jamil Haddad.

Os blogs e sites de "menor repercussão", como diz a "aspone" abaixo, pelo visto não são de repercussão tão pequena. Aliás, como signatário do blog que levantou a bola da premiação fajuta de Serra, sinto-me recompensado pela carta dela.

Enquanto isso, o leitor da Folha fica se remoendo de curiosidade quanto a esse caso. E poderá esperar sentado para saciá-la.



FOLHA DE SÃO PAULO

PAINEL DO LEITOR - 14 DE JULHO DE 2009

"Texto de Ricardo Melo dá curso a boataria que circulou nos últimos dias pela internet, em sites e blogs de menor repercussão. Repete o jornalista que o governador Serra teria atribuído à ONU um prêmio recebido na semana passada, outorgado por uma ONG.

Como consta de todo o material distribuído sobre a homenagem, em momento algum o governador ou sua assessoria disseram diferente: o prêmio é da WFO (World Family Organization), entidade com sede em Paris, filiada à ONU e fundada em 1947. É, ao mesmo tempo, endossado pelo Comitê Econômico e Social (Ecosoc) da ONU.

Durante reunião anual do Ecosoc (entre os dias 6 e 9 últimos) na sede europeia da ONU, em Genebra, o prêmio foi entregue ao governador, como um dos eventos dessa reunião plenária, na presença de jornalistas brasileiros.

Acrescente-se que não é prática do governador ostentar títulos que não tem. Primeiro, porque não seria ético. Segundo, porque seu currículo dispensa maquiagens."

JUNIA NOGUEIRA DE SÁ, coordenadora de Comunicação e Imprensa da Secretaria de Comunicação do Governo de São Paulo (São Paulo, SP)







Crônica política

Jornalismo cifrado

Sempre ela, a Folha de São Paulo, para “inovar”. Infelizmente, são inovações para lá de ruins para o jornalismo e boas para certos políticos bicudos. Agora, a Folha criou o jornalismo cifrado.

Apesar de estar fora do país, do outro lado do Atlântico, não consigo me desconectar do Brasil. Lendo a Folha deste 13 de julho, deparei com a coluna de alguém chamado Ricardo Melo na página A2 do jornal.

Entre outros casos políticos (além do caso Sarney, do qual ninguém agüenta mais ouvir falar), o colunista destaca um envolvendo a ministra Dilma Rousseff e outro envolvendo o governador José Serra.

Sobre Dilma, Melo requenta a história dos títulos de doutorado e de mestrado que constavam do currículo da ministra no site do governo. Mas, pasmem, o colunista falou também daquela premiação fajuta do Serra... Lembram-se?

Para quem não sabe, na semana passada Serra viajou à Europa (por conta do contribuinte quadrúpede de São Paulo) para receber “da ONU” um “prêmio como melhor ministro da Saúde”. Era uma farsa, o prêmio era de uma ONG brasileira amiga dos tucanos e metida em escândalos com dinheiro público. A ONG picareta apenas usou uma sala emprestada numa instalação da ONU.

Leiam o texto cifrado, abaixo. Comento logo em seguida.

FOLHA DE SÃO PAULO, 13 de julho de 2009

RICARDO MELO

Só depois das cinco

SÃO PAULO - O presidente do Senado, José Sarney, pode tentar o quanto quiser, mas nada apaga a certeza de que, por conivência ou omissão, patrocinou uma rede de compadrio à custa de recursos públicos. Dinheiro este que certamente o Maranhão agradeceria tivesse sido utilizado para mitigar a miséria do Estado que deu fama e fortuna ao senador.

Presidencialista, o regime brasileiro descarta a dissolução do Legislativo e convocação de eleições parlamentares em situações de calamidade como a do Senado. Resta, portanto, a alternativa de trocar Sarney... por quem? O tucano Arthur Virgílio, que ora posa de vestal, ainda não conseguiu explicar sua estadia em Paris às expensas da Agacieltur. Marconi Perillo, o vice, ostenta currículo tão embaraçado -e embaraçoso- que o próprio PSDB teme virar a bola da vez caso o posto caia no colo do correligionário.

O PT talvez seja o mais PatéTico. Sai de guarda-chuva no sol e veste sunga em pleno temporal. Seu ex-candidato, Tião Viana, foi pilhado gastando dinheirama alheia para custear o celular da filha. Agora, o partido pede licença a Lula para pedir a licença de Sarney e nem sequer isto consegue. Como último recurso, seus senadores aparentam crise existencial e invocam "a governabilidade" -mantra para disfarçar a acomodação completa aos confortos do poder.

Ah, existe o DEM. Isso mesmo, aquele que apoiou Sarney e, antes disso, todos e qualquer um, e que finge cara de susto diante dos escândalos sem fim...

A má notícia: o que está por vir é desanimador. Num país em que a candidata da situação ao Planalto maquia até o currículo e o rival da oposição recebe mimo de ONG dizendo que é prêmio da ONU - num país assim, a melhor opção continua a ser tocar a vida, vigiar os políticos e, em dia de eleições, sair de casa só depois das cinco.

Nojento, não? O colunista fala sobre uma notícia que o jornal em que escreve não deu. A quase totalidade dos leitores da Folha ficou sem saber quem é o “rival da oposição” que “recebe mimo de ONG dizendo que é prêmio da ONU”. E não entendeu do que se trata.

O leitorado da Folha entendeu a questão do currículo de Dilma, claro, porque o jornal ficou publicando matérias e cartas de leitores sem parar sobre o assunto, mas não sabe quem é o “rival” de Dilma que inventou um prêmio da ONU para si.

Agora, a Folha inventou o jornalismo cifrado, exclusivo para videntes, para aqueles dotados de capacidade mediúnica para adivinhar do que é, diabos, que o jornal está falando quando comenta notícias que não publicou.

Ah, falando nisso, vocês querem saber o que foi que a Folha publicou sobre o prêmio fajuto de Serra? Então tomem:

FOLHA DE SÃO PAULO, 9 de julho de 2009

GOVERNO SERRA RECEBE PRÊMIO POR ATUAÇÃO NA SAÚDE

O governador José Serra foi homenageado ontem pela Organização Mundial da Família pela atuação na área da saúde como ministro do governo FHC. Na sede da ONU em Genebra, Serra lembrou as políticas que implementou, como a quebra de patentes de medicamentos para o tratamento da Aids. A outra escolhida, Cherie Blair, ex-primeira-dama britânica, não compareceu.

Livro de Altamiro Borges

Altamiro Borges, o blogueiro mais simpatico do país e que me apresentou a um nectar dos deuses chamado "Seleta", acaba de lançar seu livro sobre a mídia. Abaixo, a capa da obra do Miro e, a seguir, sua apresentação formal.

A mídia hegemônica vive um paradoxo. Ela nunca foi tão poderosa no mundo e no Brasil, em decorrência dos avanços tecnológicos nos ramos das comunicações e das telecomunicações, do intenso processo de concentração e monopolização do setor nas últimas décadas e da criminosa desregulamentação do mercado que a deixou livre de qualquer controle público. Atualmente, ela exerce a sua brutal ditadura midiática, manipulando informações e deturpando comportamentos. Na crise de hegemonia dos partidos burgueses, a mídia hegemônica confirma uma velha tese do revolucionário italiano Antonio Gramsci e transforma-se num verdadeiro “partido do capital”. Por outro lado, ela nunca esteve tão vulnerável e sofreu tantos questionamentos da sociedade. No mundo todo, cresce a resistência ao poder manipulador da mídia, expresso nas mentiras ditadas pela CNN e Fox para justificar a invasão dos EUA no Iraque, na sua ação golpista na Venezuela ou na cobertura tendenciosa de inúmeros processos eleitorais. Alguns governantes, respaldados pelas urnas, decidem enfrentar, com formas e ritmos diferentes, esse poder que se coloca acima do Estado de Direito. Na América Latina rebelde, as mudanças no setor são as mais sensíveis. No caso do Brasil, a mídia controlada por meia-dúzia de famílias também esbanja poder, mas dá vários sinais de fragilidade. Na acirrada disputa sucessória de 2006, o bombardeio midiático não conseguiu induzir o povo ao retrocesso político. Pesquisas recentes apontam queda de audiência da poderosa TV Globo e da tiragem de jornalões tradicionais. O governo Lula, com todas as suas vacilações, adota medidas para se contrapor à ditadura midiática, como a criação da TV Brasil e a convocação da primeira Conferência Nacional de Comunicação. Este quadro, com seus paradoxos, coloca em novo patamar a luta pela democratização da mídia e pelo fortalecimento de meios alternativos, contra-hegemônicos, de informação. Este desafio se tornou estratégico. Sem enfrentar a ditadura midiática não haverá avanços na democracia, nas lutas dos trabalhadores por uma vida mais digna, na batalha histórica pela superação da barbárie capitalista e nem mesmo na construção do socialismo. Aos poucos, os partidos de esquerda e os movimentos sociais percebem que esta luta estratégica exige o reforço dos veículos alternativos, a denúncia da mídia burguesa e uma plataforma pela efetiva democratização da comunicação. O livro A ditadura da mídia tem o modesto objetivo de contribuir com este debate. Não é uma obra acadêmica, mas uma peça de denúncia política. Ela não é neutra nem imparcial, mas visa desmascarar o nefasto poder da mídia hegemônica e formular propostas para a democratização dos meios de comunicação. O livro foi prefaciado pelo professor Venício A. de Lima, um dos maiores especialista no tema no país, e apresenta também um comentário do jornalista Laurindo Lalo Leal Filho, ouvidor da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Ele reúne cinco capítulos: 1- Poder mundial a serviço do capital e das guerras; 2- A mídia na berlinda na América Latina rebelde; 3- Concentração sui generis e os donos da mídia no Brasil; 4- De Getúlio a Lula, histórias da manipulação da imprensa; 5- Outra mídia é urgente: as brechas da democratização. O exemplar custa R$ 20,00. Na venda de cotas para entidades sindicais e populares (acima de 50 exemplares), o valor unitário é de R$ 10,00. Para adquirir sua cota, escreva para: aaborges1@uol.com.br.

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