O ventilador no esgoto de Demóstenes
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr |
Após um depoimento meloso e patético à Comissão de Ética do Senado, em
que apelou para Deus e para a clemência de seus pares, o ex-demo
Demóstenes Torres foi alvo de uma bateria de perguntas. A partir daí o
ventilador no esgoto do ex-paladino da ética e assassino de reputações
começou a fazer suas vítimas. O procurador-geral da República, Roberto
Gurgel, e o editor da Veja, Policarpo Junior, aparecem entre elas.
Tentando se fingir de vítima inocente, que desconhecia as atividades criminosas do amigo mafioso Carlinhos Cachoeira, ele culpou o procurador-geral por não ter investigado as denúncias da Operação Vegas da PF, que depois se desdobrou na Operação Monte Carlo. "Ele [Gurgel] prevaricou", afirmou o senador com todas as letras. "Ele não tomou nenhuma ação, o que houve foi uma inação". Será que agora o procurador-geral será finalmente chamado para se explicar na CPI?
A fonte da revista Veja
Num outro importante momento, Demóstenes Torres confirmou as estranhas
relações do crime organizado com a Veja. "Sei que o senhor Cachoeira
era fonte do senhor Policarpo", editor da revista. Ele até tentou
aliviar a barra da publicação, que sempre o protegeu com tanto carinho.
"Agora a ética em relação a isso tem que ser verificada", afirmou
Demóstenes.
Neste ponto, o ex-demo está coberto de razão. Realmente esta relação
precisa ser verificada. Nada melhor do que convocar Policarpo Junior e
seu patrão, Bob Civita, para depor na CPI! Será que os parlamentares
brasileiros vão ter a coragem dos seus pares britânicos, que colocaram
Rupert Murdoch no banco de réus para dar explicações sobre os crimes do seu império midiático? A ver!
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