quarta-feira, 4 de junho de 2008


O homem que vestiu terno

Arte de Eduardo Guimarães
http://blogCidadania


Ele veio garoto para o Sul. Um garoto pobre, uma família grande de nordestinos numa parte do país que os considerava um preço a pagar pela construção da São Paulo moderna. A São Paulo deles.

O menino nordestino tinha tudo para não ser nada na vida. Mas também tinha aquilo que é preciso para ser muito: coragem e capacidade de sonhar.

Num país em que tantos desistem antes de começar, e por razões muito boas, o garoto nordestino via na vida uma oportunidade em vez de um fardo.

Havia um sonho, no entanto, que lhe tomava as noites e o mergulhava em devaneio. Era um sonho que, para muitos, seria de uma banalidade ininteligível: era o sonho de simplesmente vestir um terno, que ele achava lindos, um símbolo de ascensão social impensável para os de sua origem.

O menino se tornou um homem e, então, um líder. Vestiu seu terno e chegou ao topo, dando a uma nação inteira muito mais do que um bom governo, dando aos meninos que sonham vestir ternos a certeza de que a qualquer um é possível vesti-los

Nenhum comentário: