quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A Popularidade de Lula

http://Cidadania
Janeiro vai terminando e nada de pesquisas sobre a popularidade de Lula. Após o dezembro negro, no qual seiscentos mil empregos foram perdidos, se houvesse alguma queda na popularidade do presidente ela já teria sido divulgada, pois é claro como o Sol que ao menos o jornal controlado por José Serra, que é dono do instituto Datafolha, mede essa popularidade o tempo todo.
Particularmente, depois da carnificina empregatícia de dezembro, eu esperava que, por estes dias, aparecesse alguma pesquisa dando conta da materialização do tão acalentado sonho midiático – de a popularidade do presidente cair, por pouco que fosse .
Claro que posso queimar a língua, mas, em minha opinião, se houvesse o troféu da queda da popularidade de Lula para exibir, esse troféu já deveria ter sido exibido em triunfo. Ou será que, desde o fim de novembro e início de dezembro, a mídia não se interessou em monitorar se seu trabalhinho sujo, que agravou as demissões,teria surtido efeito?
Como se sabe, governo e oposição monitoram a popularidade presidencial quase diariamente, seja através de “tracking” (pesquisas por telefone) ou até por pesquisas de campo. A mídia, ator ativo do jogo político, idem.
Más notícias sobre a própria popularidade costumam se refletir até no semblante do presidente e ele não me parece preocupado ultimamente, mas também é sabido que o governo não tem acesso às pesquisas mais apuradas, dos grandes institutos, o que pode significar que Lula pode estar sangrando popularidade sem saber.
De qualquer maneira, após um auge de demissões em dezembro e de quase quatro meses de agravamento progressivo do desemprego ou de ameaça de desemprego via férias coletivas, já deveria dar para a mídia exibir o troféu da desmoralização presidencial.
O acirramento progressivo do ímpeto alarmista pode significar, também, que está sendo considerado “necessário” colocar mais medo do desemprego nas pessoas para que elas finalmente se revoltem com o governo, principalmente porque o uso reiterado da frase de Lula sobre a “marolinha” soaria como humor negro para quem acaba de perder o emprego.
Outro fator que pode influir na popularidade de Lula é o intenso noticiário dando conta da calamidade de desemprego no resto do mundo. Seria uma influência positiva, pois justificaria, para aqueles que apoiavam o presidente tão intensamente no mês passado, o que está acontecendo no Brasil.
A lógica aponta para queda na popularidade de Lula. Centenas de milhares de empregos perdidos afetam milhões de pessoas, pois cada trabalhador dispensado arrasta a família, em alguma medida, para seu problema, mesmo não sendo arrimo de família. Se isso não acontecer, mídia e oposição entrarão num pânico que pode levá-las às raias da loucura.
Eu não me espantaria se a popularidade de Lula caísse. Isso não significaria muita coisa num momento como este, e, dependendo do tamanho da queda, poder-se-ia tranquilamente acreditar em recuperação em pouco tempo, se fosse uma queda pequena.
Agora, o que desafia a imaginação é a popularidade do presidente não cair. Alguém consegue imaginar o que isso significaria? Seria preciso um nível de consciência da sociedade extremante alto para entender que, além de estarmos sendo menos atingidos pela crise, se estamos sendo atingidos é por fatores alheios à responsabilidade do governo.
Os relatórios de organismos multilaterais dando conta da maior resistência do Brasil à crise, são para poucos. A mídia quase não divulga que FMI, Banco Mundial, OCDE e outros colocam o Brasil como o país mais resistente aos problemas econômicos que afligem o mundo.
Se o conjunto da sociedade entender isso apesar dos meios de comunicação, o quadro político para 2010 sofrerá uma mudança radical. Serra e seus jornais e tevês podem retomar as propostas golpistas de 2005/2006.
Para o país, uma queda da popularidade de Lula pode não ser tão má. Tornaria a oposição e a mídia menos desesperadas e não seria nada irreversível. Chego a ter medo do que farão se o presidente não cair nas pesquisas...

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