do blog: Cidadania
A vigarice e a burrice andam juntas. Todo vigarista conta com a estupidez para aplicar seus golpes.
Todavia, aquele que é considerado por muitos o maior dos presidentes norte-americanos, Abrahan Lincoln, afirmou um dia que “É possível enganar algumas pessoas por muito tempo e muitas pessoas por algum tempo, mas é impossível enganar a todos o tempo inteiro”.
A história prova que é verdade, que “A mentira tem pernas curtas” e que o vigarista é o maior dos estúpidos.
Algumas vigarices são tão burras, mas tão burras que não reflexionam que a ousadia deixa de sê-lo quando aposta contra verdades irrefreáveis, tornando-se mera burrice.
Vejam só, a seguir, a forma como a mídia tratou os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados ontem.
Na tarde de quarta-feira, 18 de março, os portais de internet Globo e UOL inverteram a notícia de que o Brasil, contrariando a tendência mundial de eliminação de postos de trabalho, gerou empregos, preferindo destacar que o nível de emprego com carteira assinada cresceu menos no mês passado do que em fevereiro de 2008.
No dia seguinte (hoje), os dois maiores jornais paulistas, em suas primeiras páginas, também maltrataram os fatos. Com requintes de crueldade.
O Estadão optou por “criptografar” a notícia, dizendo que “Indústria ainda demite, mas serviços contratam”. O troféu vigarice, assim, foi para a Folha de São Paulo, que, apostando na burrice que acha que caracteriza seus leitores, afirmou que o “Emprego em fevereiro tem pior resultado desde 1999”.
Pois eu não tenho dúvidas de que a maioria refletirá que, estando o mundo em meio à maior crise econômica dos últimos oitenta anos, o país gerar empregos enquanto no resto do mundo eles se liquefazem, por poucos que sejam esses empregos essa foi uma enorme vitória brasileira.
No mês de março, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, afirmou, com base em dados preliminares do Caged, que a geração de postos de trabalho com carteira assinada poderá chegar a cem mil, dando início a uma recuperação da economia que já dá sinais não apenas no mercado de trabalho, mas na produção industrial e no comércio varejista.
Eu vos pergunto, então: vale a pena distorcer os fatos, priorizar o pessimismo, num quadro econômico que, na pior das hipóteses, desautoriza essa linha de pensamento?
E fico me perguntando o que fundamenta essa crença da mídia e da oposição em que seria possível deter a recuperação da economia priorizando aspectos negativos de notícias como esse do emprego em fevereiro, apesar de o aspecto positivo ser o mais importante.
Talvez seja aquela história da boca entortada pelo uso continuado do cachimbo. Ou, pura e simplesmente, mitomania.
Apesar de a manipulação da realidade ter funcionado durante séculos no Brasil, de ter funcionado por aqui como em nenhuma outra parte do mundo, os últimos anos têm mostrado que o brasileiro está muito mais atento.
Espalham-se as notícias de empresas que demitiram em dezembro do ano passado e que, menos de dois meses depois, tiveram que recontratar os demitidos. O caso mais flagrante tem sido o das montadoras de veículos.
Essas empresas que demitiram precipitadamente e que estão tendo que recontratar, sofreram forte prejuízo. Numa demissão, paga-se ao demitido o equivalente a quatro, cinco ou mais salários. Assim, se ele tiver que ser recontratado em menos de quatro, cinco ou mais meses, a empresa que o demitiu perdeu dinheiro.
O escarcéu que a mídia fez recentemente por conta do surto de desemprego e paralisação da economia no último trimestre de 2008 foi uma tentativa de perenizar os problemas que a afligiram naquele período. Os fatos mostram que não funcionou.
Houve uma situação atípica e insustentável em outubro, novembro e dezembro do ano passado. O que aconteceu que fez o país perder quase oitocentos mil empregos desde então e paralisar suas indústrias naquele trimestre, foi uma interrupção abrupta do fluxo de crédito na economia.
Com a crescente normalização do crédito numa economia com bons fundamentos como a nossa, era inevitável que ela caminhasse para voltar a crescer e a gerar empregos.
A mídia e a oposição estão entrando em desespero. O Brasil caminha rapidamente para dar um show diante do mundo, saindo da crise enquanto quase todos estão mergulhando mais fundo nela.
Ninguém, além da mídia e da oposição, dimensionou adequadamente o que acontecerá politicamente no Brasil se, enquanto chegam notícias tenebrosas do exterior, por aqui os índices econômicos começarem a se tornar positivos.
Se isso acontecer, podem pintar José Serra de ouro e cravejá-lo de diamantes que ele não se elege. Em seis meses, sua candidatura poderá estar literalmente soterrada por uma aprovação e uma capacidade de transferência de votos de Lula que dificilmente deixará de eleger Dilma Rousseff.
Sair da crise tão cedo será também uma façanha que permitirá ao Brasil ter saído dela muito maior do que entrou, despontando no cenário internacional como um dos “players” globais de maior peso.
Eu digo e repito a vocês, pessoal: a vigarice e a burrice são anãs diante da estatura majestosa da verdade. Cedo ou tarde, acabam sendo esmagadas por ela. Esses vigaristas da mídia não perdem por esperar.
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