Enchetentes em São Paulo; Culpa do José Serra: Serra engavetou há 5 anos quatro piscinões
Os Amigos do Presidente Lula
A administração do então prefeito José Serra (PSDB) engavetou em 2005 um projeto de quatro piscinões que visavam acabar com as enchentes no vale do Anhangabaú, como a que fechou o túnel na última segunda-feira e interrompeu o trânsito no centro de São Paulo.
O túnel é uma das principais vias de tráfego do eixo norte-sul da cidade -passam por ele diariamente cerca de 100 mil carros, de acordo com a própria prefeitura.O projeto previa a construção de dois piscinões na praça 14 Bis e dois na praça da Bandeira. Eles serviriam para coletar a água de três córregos que contribuem para as inundações do túnel: o Saracura, o do Bexiga e o Anhangabaú.
A construção de piscinões nas duas praças é a solução mais simples para acabar com as inundações no vale do Anhangabaú, segundo Mario Thadeu Leme de Barros, professor de engenharia hidráulica na Escola Politécnica da USP.
Sem os reservatórios, afirma ele, o vale vai continuar sofrendo inundações porque a área em volta está quase 100% impermeabilizada por asfalto e concreto.
À época em que o projeto foi engavetado, a Secretaria de Infraestrutura Urbana da prefeitura dizia que buscava encontrar um uso melhor para os US$ 104 milhões (R$ 181 milhões hoje) que a prefeitura, na gestão de Marta Suplicy (PT), obtivera para a obra no BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
A ideia de que poderia haver um uso melhor para esse volume de recursos era do então secretário de Infraestrutura Urbana, Antonio Arnaldo, que morreu em 2008, com 74 anos. Não era a única voz contra os reservatórios. Diretores da Emurb (Empresa Municipal de Urbanização), como Geraldo Biazoto Junior e Regina Monteiro, diziam que os piscinões poderiam aumentar ainda mais a deterioração ambiental da região central.
Cinco anos depois, os técnicos concluíram que a construção dos piscinões projetados pela ex prefeita Marta Suplicy é a melhor forma de usar aqueles recursos.
Kassab vai copiar projetos da gestão de Marta Suplicy
O prefeito Gilberto Kassab (DEM) dise que vai executar o projeto de 2004, de Marta Suplicy sem nenhuma alteração.
A prefeitura diz não saber em que mês as obras começarão porque o processo de licitação está em fase final, mas pode sofrer atrasos por conta de eventuais ações judiciais.
Segundo a prefeitura, o projeto de 2004 não havia passado pelo licenciamento ambiental, mas que agora passou.
A construção dos piscinões e de galerias pluviais na avenida Nove de Julho foi decidida em 2004, no último ano da gestão de Marta Suplicy. Estava orçado em US$ 168 milhões (R$ 292 milhões).Da Folha
Moradores protestam contra enchente. Uma pessoa morre ao ser sugada por bueiro sem tampa
Revoltados com a enchente que atingiu o bairro na noite de anteontem, moradores do Jardim Bela Vista, na região de Brasilândia (zona norte de SP), atearam fogo em restos de móveis, pneus e colchões na manhã de ontem, para chamar a atenção para o problema.
O córrego Canivete, que deságua no rio Bananal, transbordou e invadiu as casas que ficam próximas. A água subiu mais de um metro e duas crianças precisaram ser resgatadas pelos bombeiros. No Estado, desde o dia 1º de dezembro, as chuvas já causaram 43 mortes, segundo a Defesa Civil.
Ontem, por volta das 11h, cerca de 150 pessoas fecharam a rua Ibiraiaras, no cruzamento com a Martim Pererê, com móveis e colchões, e atearam fogo nos objetos. A Polícia Militar foi chamada e deteve um dos manifestantes
"Pago R$ 600 de IPTU e tenho a casa destruída todo verão. Até quando vou ter que pagar por isso?"dizia uma moradora.Na Folha
Diarista morre ao ser sugada por bueiro sem grade
Uma diarista morreu durante a chuva de anteontem à noite após cair em uma escadaria e ser arrastada pela correnteza. O acidente ocorreu próximo à casa da vítima, em Perus, na zona norte paulistana.Ela acabou engolida por uma galeria pluvial que está sem grade de proteção há mais de um ano.
Segundo testemunhas, a força da água arrastou Shirley da Cruz Silva, 27, por cerca de 30 metros do escadão, e mais dez metros dentro da tubulação.
A vítima foi achada cerca de uma hora depois por um policial militar e moradores. Ela estava em um bueiro da rua Cavalo Marinho, perto do Rodoanel.
A via é paralela à rua Dedalion, onde a vítima morava, e o acesso entre elas é feito por dois escadões, um ao lado do outro, que possuem uma valeta de escoamento de água pluvial.
Ainda de acordo com testemunhas, a diarista caiu quando tentava passar de um escadão para o outro. Segundo eles, ela tentava fugir de um deles, por onde a água descia com mais força.Segundo moradores do bairro a morte de Shirley poderia ter sido evitada. Eles afirmam que há mais de um ano pedem que a Prefeitura coloque grades na galeria, por onde uma pessoa consegue deslizar com facilidade. Segundo a Subprefeitura de Perus, foi aberto um procedimento administrativo interno para apurar a ocorrência. O órgão informou que “lamenta o acidente”
Familiares da vítima disseram que entrarão com ação contra a Prefeitura de São Paulo pelo fato de a galeria estar aberta desde o fim de 2008.
Protesto contra o aumento da passagem de ônibus por Kassab
O amigo leitor do blog do Tsavkko comunica o chamadocontra o aumento das passagens de ônibus em São Paulo, autorizada pela prefeitura de demo-tucana de Kassab:
E o Governo do Estado (de José Serra) já anunciou que Metrô, CPTM e EMTU também serão reajustados em breve.
NÃO ENGULA O AUMENTO DA TARIFA DE ÔNIBUS PARA R$ 2,70
Aumento abusivo de 17,4% - muito acima da inflação
SP terá a 2a tarifa de ônibus mais cara do Brasil
JUNTE AMIGOS, PARENTES E VIZINHOS E FAÇA A SUA PARTE:
VENHA PARA A RUA PROTESTAR. o transporte precisa ser PÚBLICO
ATO PÚBLICO CONTRA O AUMENTO
Quinta-feira, 7 de janeiro Concentração às 16h no Teatro Municipal (próximo ao metrô Anhangabaú)
REUNIÃO DA REDE CONTRA O AUMENTO DA TARIFA
Domingo, 10 de janeiro, às 15h, no espaço Ay Carmela!
(Rua das Carmelitas, 140 – próximo ao metrô Sé)
E o Governo do Estado (de José Serra) já anunciou que Metrô, CPTM e EMTU também serão reajustados em breve.
Bateu o desespero no ninho tucano
O PSDB protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) ação direta de inconstitucionalidade para contestar medida provisória editada pelo governo Lula que abre créditos extraordinários para órgãos e entidades do Poder Executivo, informou nesta quarta-feira a assessoria do STF.
O partido questionou o repasse extra de cerca de 18 bilhões de reais por entender que, pela Constituição, o crédito extraordinário só pode ser aberto para "atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública".Para o PSDB, tudo que vem acontecendo em decorrer das chuvas, como em Angra, Rio Grande do Sul, São Luiz do Paraitinga e Estado de São Paulo, não é calamidade pública
A argumentação do PSDB no tribunal afirma ainda que a medida provisória não pode tratar de créditos extraordinários a não ser como resposta imediata do Estado diante de despesas urgentes.
De acordo com o texto da medida provisória, os recursos decorrem de superávit financeiro apurados no balanço patrimonial da União do exercício de 2008, de eliminação de dotações orçamentárias, entre outras fontes.
A medida provisória, que foi apresentada ao Congresso no final de dezembro de 2009, direciona recursos para itens como o apoio à implantação do trem de alta velocidade que ligará o Rio de Janeiro e São Paulo, para a construção de terminais fluviais no Amazonas e implantação e melhoria de sistemas públicos de abastecimento de água em municípios de até 50 mil habitantes.
Em outra frente, o PSDB e o DEM entraram com duas representações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o PT por propaganda eleitoral antecipada, de acordo com a assessoria do órgão.
Os partidos alegam que a propaganda eleitoral gratuita do dia 10 de dezembro que o PT levou ao ar em rádios e TVs foi uma publicidade fora de época da candidatura à Presidência da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, além de uma promoção pessoal da ministra.
No segundo caso, o PT teria procedido da mesma forma em inserções publicitárias também veiculadas no rádio e na televisão durante o mês de dezembro.
Os partidos pedem a cassação do direito de transmissão do programa partidário do PT no primeiro semestre de 2010 e a aplicação de multa.
Os três questionamentos junto à Justiça foram feitos no final de expediente do dia 31 de dezembro do ano passado e divulgados apenas nesta quarta-feira.
PT x Serra
Em São Paulo, a bancada do PT na Assembleia Legislativa ingressou em dezembro no Ministério Público Eleitoral com representação contra o governador José Serra, provável candidato à Presidência da República pelo PSDB.
Alegando propaganda eleitoral antecipada, o partido questiona entrevistas que Serra concedeu a programas populares entre os meses de outubro e novembro do ano passado.
A representação cita os programas de Silvio Santos, Ratinho, Datena e Luciana Gimenez.
"No entendimento da bancada do PT, essa verdadeira maratona de entrevistas do governador não estaria relacionada a nenhum evento, divulgação de campanha de utilidade pública ou de caráter educativo, informativo ou de orientação social", diz nota dos deputados estaduais petistas.Agência Estado
Lula liga para Yeda oferecendo ajuda
Mais uma vez o Presidente Lula interrompeu as férias para ligar para a governadora Yeda Crusius. Lula colocou a estrutura do governo do Federal à disposição da tucana para ajudar na recuperação das cidades atingidas pelas fortes chuvas dessa semana. Na conversa com a governadora, Lula afirmou que a ajuda será dada às famílias que tiveram perdas e também à economia do Estado, que também deve sofrer prejuízos com as cheias
Lula x FHC: por que os tucanos evitam as comparações
O ano de 2009 se foi. 2010 começa com muito otimismo e esperança de que o Brasil será melhor que nos anos anteriores.
As eleições e a Copa do Mundo são os dois ingredientes que apimentarão este final de década do segundo milênio.
Previsões de jornalistas escolhidos pelo diário britânico Financial Times dão conta que a seleção brasileira de futebol será campeã na África do Sul e que Dilma será vitoriosa na batalha à Presidência da República. Ótimas previsões!
A disputa eleitoral ganhará nova dimensão quando os tucanos escolherem o contendor de Dilma, que tudo indica será o governador de São Paulo, José Serra (PSDB).
Nas eleições de 2010 haverá duas novidades. A primeira é o fato de Lula não ser candidato. A segunda é que pela primeira vez haverá duas candidatas - Dilma e Marina.
Nessa edição do pleito presidencial mais uma vez tucanos e petistas polarizarão a disputa. Ainda que Ciro e Marina possam se apresentar para ocupar a cadeira do Palácio do Planalto, o jogo se concentrará entre a oposição demo-tucana capitaneada pelo PSDB, e os partidos aliados, tendo o PT à frente.
Dois projetos estarão em jogo. Um conservador e elitista que levou o Brasil à bancarrota. Outro mudancista, que permitiu ao País trilhar novos caminhos, com a inclusão de grande massa do povo no processo produtivo.
No debate será inevitável as comparações entre o atual governo e a era FHC. Mas será essa comparação que permitirá ao povo definir com mais clareza sua escolha. Se quer voltar ao passado ou se quer avançar rumo ao futuro.
Para ficar mais fácil fazer essa escolha, basta comparar alguns dados. Em vinte itens, veja a situação do Brasil antes, com FHC e depois, com Lula.
Nos tempos de FHC, o Risco Brasil estava em 2.700 pontos. Nos tempos de Lula, 200 pontos.
O salário mínimo quando Lula assumiu a Presidência da República, em 2003, estava em 64 dólares. Agora, está entre 290 e 300 dólares.
O dólar que valia R$ 3, agora vale R$ 1,78. FHC não pagou a dívida com o FMI. Lula pagou-a em dólar.
A indústria naval, tão importante para o desenvolvimento do País, FHC não mexeu. Lula reconstruiu.
FHC não construiu nenhuma nova universidade. Lula construiu dez novas universidades federais. Quanto às extensões universitárias, no governo do tucanato não houve nenhuma. No governo Lula foram 45.
As escolas técnicas foram esquecidas na era FHC. Ele não construiu uma sequer. Lula construiu 214.
No campo da economia, as reservas cambiais no governo FHC foram 185 bilhões de dólares negativos. No governo Lula, 239 bilhões de dólares positivos.
O crédito para o povo/PIB no governo tucano foi de apenas 14%. No governo Lula, com as políticas anticíclicas, alcançou 34%.
Em relação à infraestrutura, FHC não construiu nenhuma estrada de ferro. Pelo contrário, as privatizou. No governo Lula, três estão em andamento.
Quando Lula assumiu o governo, 90% das estradas rodoviárias estavam danificadas. Agora, 70% estão recuperadas.
No campo da indústria automobilística, na era FHC, 20% em baixa. Na era Lula, 30% em alta.
Nos oito anos em que FHC presidiu o País, houve quatro crises internacionais, que arrasaram o Brasil. Na era Lula, foi enfrentada uma grande crise, que o Brasil superou em razão das reservas acumuladas e das políticas anticíclicas empreendidas pelo governo.
O cambio no governo FH era fixo, e estourou o Tesouro Nacional. No governo Lula é flutuante, com ligeiras intervenções do Banco Central.
A taxa de juros Selic atingiu na era FHC incríveis 27%. No governo Lula chegou ao seu menor percentual desde quando foi criada, em 1983, 8,5%.
A mobilidade social no governo tucano foi de apenas 2 milhões de pessoas. No governo Lula, 23 milhões de pessoas saíram da linha de pobreza.
FHC criou apenas 780 mil empregos em oito anos. Lula criou 12 milhões.
O governo tucano nada investiu em infraestrutura. Com o PAC Lula pretende investir R$ 504 bilhões até 2010.
Por fim, no mercado internacional, o Brasil, no governo FHC não teve crédito. No governo Lula, o País foi reconhecido como investment grade pelas três maiores agências de classificação de risco internacionais. Ou seja, deixamos de ser um país em que o capital externo só entrava para especular para ser um país de investimentos.
Estas são as comparações que os tucanos querem evitar a todo custo na peleja de 2010.
(Marcos Verlaine) Jornalista, analista político e assessor parlamentar do Diap
Boris Casoy e a delinquência criminal
Nosso amigo leitor do blog Anais Políticos nos lembra da importância de divulgar a delinquência criminal perpetrada durante o Jornal da TV Bandeirantes, e divulgar os direitos dos garis de exigirem reparação na justiça.
Boris Casoy não cometeu apenas uma "gafe". Ele cometeu um crime tipificado no Código Penal Brasileiro.
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Neste caso, para que haja responsabilização, é preciso haver representação do ofendido. No caso, os dois garís. Claro que eles dificilmente se habilitarão a tal, a menos que sejam adequadamente auxiliados por um advogado.
Isso, sem mencionar a indenização cível, financeira, por danos morais, a que os dois seguramente têm direito. Duvido que algum juiz se furtasse a condenar Boris em alguns milhares de reais em favor desses trabalhadores vilipendiados em sua decência.
O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana de São Paulo (Siemaco), também recorrerá à justiça: irá entrar com uma ação civil pública para que ele se retrate na Justiça.
Boris Casoy não cometeu apenas uma "gafe". Ele cometeu um crime tipificado no Código Penal Brasileiro.
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Neste caso, para que haja responsabilização, é preciso haver representação do ofendido. No caso, os dois garís. Claro que eles dificilmente se habilitarão a tal, a menos que sejam adequadamente auxiliados por um advogado.
Isso, sem mencionar a indenização cível, financeira, por danos morais, a que os dois seguramente têm direito. Duvido que algum juiz se furtasse a condenar Boris em alguns milhares de reais em favor desses trabalhadores vilipendiados em sua decência.
O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana de São Paulo (Siemaco), também recorrerá à justiça: irá entrar com uma ação civil pública para que ele se retrate na Justiça.
Serra recebe vacinas compradas pelo governo Lula, omite o nome do Presidente em seu discurso e não convida governistas para cerimônia
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB),fez campanha política ontem, no Instituto Butantan, na cerimônia de recebimento das vacinas contra a gripe A H1N1, que serão distribuídas pela Secretaria de Saúde a partir deste mês.
Por diversas vezes, durante seu discurso, Serra virou-se para seu secretário de Saúde, Luiz Roberto Barata Barradas, para confirmar informações ou corrigir-se, refazendo sua fala para a gravação de rádios e emissoras de televisão presentes ao evento para o horário político. Por fim, admitiu que estava pouco seguro para falar do assunto.
As vacinas, na verdade, serão pagas pelo Ministério da Saúde(do Governo Federal), por conta de um acordo com três diferentes fornecedores. O investimento total é de R$ 1,006 bilhão para as 83 milhões de doses que serão distribuídas em todo país. A informação sobre a cerimônia realizada em São Paulo com as vacinas enviadas pelo governo Lula e os números divulgados pelo governador foram recebidos, segundo a assessoria do ministério, com surpresa e um certo mal-estar.
O acordo firmado previa que o instituto Butantan receberia 33 milhões de vacinas, e não 41 milhões, como divulgado no evento. Além disso, os números finais e estratégias de distribuição seriam divulgados pelo próprio Ministério da Saúde apenas entre fevereiro e março e não agora. Nenhum representante do governo federal esteve presente à cerimônia, porque José Serra não convidou.
Serra disse que nçao ia falar sobre eleições, respondendo à indagação de um repórter: "Se eu falar disso, as manchetes serão todas sobre eleição e vocês (jornalistas) esquecem de falar das vacinas, que é o motivo do evento". Em via oposta, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), afirmou ontem pela manhã, em entrevista à Rádio Eldorado: "Vou torcer para que o Serra se defina por sua candidatura a presidente da República". Kassab afirmou, ainda, que não é candidato a governador do Estado e que ficará até o fim do mandato na Prefeitura.
Gripen NG seria um presente dos céus dado pela FAB para um presidente que não fosse estadista
A imprensa brasileira (PIG) produz besteiras escritas e faladas em abundância, mas poucas vezes vi tamanha fartura de besteiras como o que é dito sobre o suposto relatório da FAB (Força Aérea Brasileira) que teria escolhido o caça sueco Gripen NG no projeto F-X2.O noticiário apresenta um quadro onde o presidente Lula estaria escolhendo um caça por capricho pessoal, e a FAB estaria contrariando o presidente, com um relatório técnico (que na verdade é um parecer para subsidiar a tomada de decisão).
Chega a ser ridículo esse viés do noticiário. Vamos "desenhar" para a imprensa entender:
Se o presidente quisesse "sacanear" a FAB, como insinua a imprensa, o Gripen sueco seria o melhor presente que a FAB poderia dar ao presidente Lula: simplesmente porque é o mais barato, e sobra mais dinheiro no orçamento da União para programas sociais e outros investimentos em infra-estrutura que renderiam muito mais popularidade do que a compra de 36 caças mais caros.
Se o governo Lula quisesse empurrar goela abaixo da FAB um caça francês, simplesmente já teria feito: em recente acordo Brasil-França adquiriu helicópteros e cinco submarinos, a serem construídos em parceria com empresas e a Marinha brasileiras. A França foi escolhida por permitir que o conhecimento tecnológico seja transferido para a indústria local.
Por que os caças da FAB franceses ficaram de fora desse acordo já fechado? Justamente porque o governo não havia decidido pelos franceses politicamente, como o noticiário prega falsamente, e justamente por ouvir os pareceres técnicos da FAB.
Se a decisão política estivesse tomada, o "pacote" dos submarinos e helicópteros incluiria os caças franceses já naquele momento, e o assunto já estaria encerrado. No fundo, a FAB ficará satisfeita com qualquer escolha, pois todos modelos são bons, e cumprirão as funções de defesa.
O projeto FX vem desde a era FHC. Não foi implantado na época e a seleção ficou obsoleta com o tempo, daí surgiu o FX2. O governo neoliberal demo-tucano deixou o Brasil quebrado, e priorizava apenas os custos, se lixando para tecnologia e indústria nacional. Pelo contrário, cedia à pressões para fazer compras governamentais no exterior. Depois que o governo Lula recuperou as finanças nacionais, criou a Estratégia Nacional de Defesa. Esta política estratégica privilegia a fabricação e tecnologia nacionalizada dos equipamentos para nossas Forças Armadas. É diferente da visão anterior, neoliberal e de encomendas no estrangeiro.
Desde que o plano Estratégia Nacional de Defesa entrou em vigor, no governo Lula, os critérios que mais pesam na decisão da compra dos caças são a transferência de tecnologia, e não apenas o preço (que também é importante, é claro, mas passou a ter um peso menor do que tinha).
A Aeronáutica, em seus institutos militares de pesquisas, tem experiência positiva com a Suécia em cooperação tecnológica. Tem experiência negativa com os EUA e já teve experiência negativa com a própria França. Dentro da FAB há grupos que discordam entre si. Parece que o pessoal envolvido com Pesquisa e Desenvolvimento preferem o desafio de desenvolver conjuntamente o Gripen NG (um projeto em desenvolvimento, ainda). O pessoal de combate se dividem: parte é mais simpática à solução conservadora do modelo estadunidense, por ser mais testado, porém os EUA são os que mais restringem transferência de tecnologia. Parte pendem para o Rafale por considerarem-no mais avançado e desempenhar mais funções em um combate. Outros estrategistas da FAB que pensam em desenvolver um caça de 5a. geração são simpáticos ao Rafale francês, pois consideram sua tecnologia mais avançada do que os outros modelos.
Assim, qualquer decisão agradará mais a uns e menos a outros, dentro da própria FAB, e conforme a decisão tomada, podem ter certeza que os que tiveram a opinião contrária à escolhida serão escalados para dar entrevistas nos canais da Globo, nas páginas da revista Veja e nos jornais Folha e Estadão.
A decisão final será simples e segue a Estratégia Nacional de Defesa: se a proposta dos suecos for melhor em termos de transferência de tecnologia avançada do que da França, eles serão os vencedores. O mesmo vale para a França, desde que o fabricante cumpra o que Sarkosy andou prometendo: baixar o preço e comprometer-se por contrato com transferência de tecnologia. O resto é conversa de botequim dentro de redações.
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