O preconceito destilado por Boris Casoy (junto a outros jornalistas não identificados no Jornal da Bandeirantes) contra os garis, demonstra o erro da elite em semear a segregação social.
Essa elite trata gente e profissões mais humildes como se fossem invisíveis, inferiores, como se fossem insignificantes.
Mas as pessoas "invisíveis", tem até poderes que a elite mal imagina.
A maioria das pessoas vai simplesmente trocar de canal, tratando Boris Casoy como lixo não reciclável. Não agem pelo sentimento de vingança, vão simplesmente desprezar Boris. Mas semear o desrespeito, o preconceito, a ofensa, acaba atingindo alguém onde o calo dói mais, e pode despertar instintos de retaliação em alguns.
Imaginem se um trabalhador da cozinha de algum restaurante em que Boris Casoy vier a comer, resolver "dar um trato" no bife dele?
Coisas como bater o bife que será servido à ele com o salto do sapato, por exemplo.
Até a noite de Domingo, dia 3, as diversas cópias dos vídeos no Youtube com Boris desdenhando dos garis, já somam mais de 1 milhão de exibições (o mais visto supera 800 mil).
Da mesma forma que existem bastidores na TV, existem bastidores da gente "invisível". Pessoas como Boris Casoy deveriam pensar mais nisso, antes de semear a segregação social com seu idiotismo travestido de complexo de superioridade.
Getúlio Vargas teve um chefe da segurança pessoal: Gregório Fortunato.
José Serra tem um ex-sócio e compadre: Gregório Preciado.
A semelhança acaba na rima. Se o Gregório de Vargas morreu pobre e na prisão, acusado de mandante no atentado contra Carlos Lacerda, o Gregório do Serra tem usufruído do patrimônio que ostenta e proporciona aos parentes, em lugares paradisíacos como Trancoso (BA), apesar dos escândalos e processo que corre nos tribunais há anos.
Gregório Marin Preciado é um espanhol naturalizado brasileiro, e casado com a prima de José Serra (PSDB/SP), Vicencia Talan Marin. Até aí tudo bem, não fossem os fatos:
- dele estar sendo processado por uma dívida junto ao Banco do Brasil, perdoada irregularmente pela diretoria demo-tucana na época (Ricardo Sérgio de Oliveira era diretor, ligadíssimo a José Serra);
- pelo consórcio de privatização montado com o mesmo Ricardo Sérgio, levando a Previ, o Banco do Brasil a associarem-se à espanhola Iberdrola, representada por Gregório Preciado, para comprar as empresas estaduais de eletricidade: COELBA (Bahia), a CELPE (Pernambuco) e a COSERN (Rio Grande do Norte);
Em 2002 Preciado já era conhecido pelo patrimônio imobiliário em Trancoso e Porto Seguro, na Bahia, e pelas amizades: família Serra, filho (reconhecido) de FHC, e outros menos famosos.
Coincidentemente, tanto o filho de FHC como a filha de Serra tornaram-se felizes proprietários de casas de luxo na região.
Em 2002 o jornal Estado de Minas já publicava (e o Correio Braziliense reproduzia):
Um funcionário de Preciado contou ao Estado de Minas que seu patrão é amigo do ex-ministro da Saúde. "A dona Mônica, mulher do Serra, vem sempre aqui", relatou... Em outra casa de Preciado, no centro de Porto Seguro, o filho de Serra, Luciano, teria passado o réveillon de 2001 na casa de Preciado.
Casa de Gregorio Preciado em Porto Seguro: visitas frequentes da mulher de Serra em 2002
Agora a família Serra já progrediu e já passa o reveillon na mansão própria da filha em Trancoso (BA), Verônica (a "ronaldinha" de Serra), como aconteceu na virada deste ano.
A amizade de José Serra com Preciado chegou ao limite da irresponsabilidade na década de 1990 (os fatos abaixo estão narrados e documentados na denúncia do Ministério Público Federal, cuja íntegra está aqui):
- Segundo relatório da CPI do Banespa, outro ex-sócio de Serra em empresa de consultoria financeira, Vladimir Antônio Rioli (ex-vice-presidente de operações do Banespa), também beneficiou Gregório Preciato, com um empréstimo de R$ 21 milhões. Detalhe: O próprio Gregório foi membro do Conselho de Administração do Banespa, de 1983 a 1987 (quando José Serra era secretário de planejamento de governo de São Paulo, na gestão Franco Montoro).
- Em 1993 as firmas GREMAFER e ACETO (de Gregório Preciato), tomam um empréstimo no Banco do Brasil.
Em 1994, a GREMAFER e a ACETO não tinha dinheiro para pagar as dívidas com o Banco do Brasil, mas arranjaram dinheiro para fazer doação de R$ 62.442,82 à campanha de JOSÉ SERRA ao Senado, naquele ano.
- José Serra também teve um terreno no Morumbi (bairro nobre da cidade de São Paulo) em sociedade com Gregório Preciado, comprado em 1981. Venderam o terreno em 25 de abril de 1995, coincidentemente um mês antes do Banco do Brasil pedir o arresto do terreno na justiça para receber a dívida de Gregório Preciado. A decisão foi protocolada na Justiça em 25 de julho, mas resultou nula por causa da venda.
- Os favores a José Serra foram além das doações de campanha: o prédio da GREMAFER (mesma empresa inadimplente no Banco do Brasil) foi comitê de campanha nas eleições de 1994 (ao senado) e 1996 (a prefeito).
- Desde 1993, uma outra empresa de consultoria de José Serra, em sociedade com sua filha Verônica, denominada ACP Analise da Conjuntura Econômica e Perspectivas LTDA, sempre funcionou no prédio da firma GREMAFER (Rua Simão Álvares n. 1.020, São Paulo), de propriedade de Gregório Preciado.
- Após os favores, houve renegociação irregular da dívida, e aconteceu os 2 perdões indevidos no Banco do Brasil: um prejuízo no valor de R$ 73 milhões (em dinheiro da época, sem correção para o valor de hoje), uma parte em 1995, quando José Serra era Ministro do Planejamento de FHC (com influência nas nomeações da diretoria do Banco do Brasil, como de Ricardo Sérgio) e outra em 1998.
Esse "perdão" da dívida virou a ação 2002.34.00.029731-6, movida pelo Ministério Público Federal, em curso no Tribunal Regional Federal da 1a. Região (Distrito Federal).
José Serra passou o reveillon 2009 em Trancoso na casa da filha. Não se sabe se na calada da noite foi estourar um campanhe na mansão vizinha da prima e do compadre Gregório.
O que se sabe, pelos processos e escândalos, é o quanto demo-tucanos e suas "amizades" nos custam aos cofres públicos brasileiros.
Em cunha (SP) morreram 6 pessoas da mesma familia: A empresária Alice Moron Silva, de 41 anos, foi internada ontem, às 15h20, no Hospital 9 de Julho, em Cerqueira César, na capital paulista. Ela perdeu toda a família em um deslizamento de terra em Cunha, no Vale do Paraíba em São Paulo, no réveillon. Morreram o marido dela, o empresário Mário Penha, de 46 anos, os filhos do casal -Eduardo, de 15 anos, e Sabrina, de 11-, a única irmã dela, Ingrid, e os pais, Manolo e Érica. Alice chegou a São Paulo de helicóptero vinda de Guaratinguetá e foi transferida de ambulância do aeroporto de Congonhas para o hospital.
O sobrinho da empresária, Pablo Lozada, de 26 anos, contou ontem no hospital que ficou sabendo da tragédia na noite de sexta-feira. Segundo ele, a tia chegou consciente, com vários arranhões no rosto e com a roupa impregnada de terra.
Destruição em Paraitinga.
Eram 11 horas da manhã de ontem quando ruiu a primeira torre da Igreja da Matriz, construída no século 19, em São Luís do Paraitinga, no Vale do Paraíba. Uma grande onda de água se formou nas águas do Rio Paraitinga, que cobriam as ruas da cidade. A forte correnteza levou abaixo, logo depois, a segunda torre da Matriz e três casarões vizinhos tombados pelo patrimônio histórico. Moradores que viam a cena, ilhados nas ruas de paralelepípedo da parte mais alta da cidade, começaram a chorar.
As cheias que atingiram Paraitinga nos últimos dois dias ameaçam um dos mais importantes patrimônios culturais do Estado. Ainda é impossível saber quantos casarões ficaram de pé, entre os mais de 90 tombados - 10 já vieram abaixo.
Nas ruas do centro histórico, completamente submerso, só era possível enxergar o topo de postes de luz e os picos dos telhados das casas com dois andares ou mais. Desde as 2 horas da madrugada, a energia da cidade foi desligada para permitir que o tráfego de botes de resgate ocorresse sem riscos de se enroscar nos fios. Só se sai e chega à cidade de barco.
O rio subiu cerca de 10 metros e cobriu a delegacia, o mercado municipal, a maioria das pousadas, escolas, postos de saúde, hospitais, deixando quase toda a cidade embaixo d"água. Mais de 5 mil moradores estão desabrigados, metade da população .Leia mais aqui
A afirmação é do ministro Paulo Bernardo (Planejamento): "As empresas dão dinheiro de caixa dois porque tem caixa dois. E o caixa dois contamina as eleições. Vamos ser francos".
Para o ministro, o maior problema hoje no financiamento das campanhas eleitorais é que "criminalizaram as doações legais". "As empresas fazem doação legal. Na hora da prestação de contas, falam que elas têm conluio com esse e aquele candidato, deu dinheiro porque tinha interesse", afirma.
Em sua opinião, a doação direta para os partidos deveria ser incentivada como forma de fortalecer o sistema partidário.
Ele observa ainda que o candidato que está na frente nas pesquisas eleitorais recebe mais dinheiro, mas que é muito comum o fenômeno das empresas que doam para os dois lados: "Digamos, para ficar bem com todo mundo". Leia a seguir os principais trechos da entrevista para a Folha assinante
FOLHA - Qual a sua expectativa sobre o financiamento de campanha na eleição deste ano?
PAULO BERNARDO - Está ruim e vai continuar ruim.
Folha - Por quê?
PAULO BERNARDO - Porque visivelmente o Congresso não consegue reunir maioria para votar projetos de reforma política, profunda mesmo. Temos um sistema que induz a absurdos, como as doações de caixa dois. As pessoas são induzidas pela mídia a achar que caixa dois existe por causa de eleições, mas não é verdade. As empresas dão dinheiro de caixa dois porque tem caixa dois. E o caixa dois contamina as eleições. Vamos ser francos. E tem um problema adicional. A lei prevê doações legais, feitas formalmente para candidatos e partidos. Quando sai a prestação de contas, é tratado como se fosse um absurdo, uma irregularidade.
FOLHA - A sua avaliação é que criminalizaram o caixa um?
PAULO BERNARDO - Está criminalizado, a eleição está criminalizada. Então, se uma empresa faz uma doação para um candidato ou se faz por partido, que é legal também, na hora que sai a prestação de contas, falam que ela tem conluio com esse e aquele candidato, deu dinheiro porque tinha interesse.
FOLHA - Isso estimula a doação pelo caixa dois, na sua opinião?
PAULO BERNARDO - Acho que inibe a doação legal. Tem as doações para os partidos, o que é legal, mas é tratado como se fosse bandalheira.
FOLHA - A doação oculta...
PAULO BERNARDO - Mas a doação não é oculta. O cara faz um cheque, deposita na conta e o partido distribui para quem quiser.
FOLHA - Conversei com empresários e eles estão dizendo que vão priorizar a doação aos partidos, porque avaliam que a contribuição para os candidatos ficou criminalizada.
PAULO BERNARDO - Quem doa dinheiro oficialmente, faz a doação legal, vai para o jornal como participante de algum conluio, como se ele estivesse querendo fazer alguma irregularidade. Agora, repetindo, não é verdade que caixa dois exista só na eleição.
FOLHA - Mas o sr. não acha que, pela doação aos partidos, a empresa não está tentando dissimular para quem doou?
PAULO BERNARDO - Eu acho que, diferentemente do que os jornais têm propagado, penso que a doação para um partido é uma forma digna de fazer a contribuição. Faz para o partido, tem vínculo com aquele programa daquele partido. Isso fortalece os partidos.
FOLHA - Reservadamente, alguns empresários disseram que, junto com a doação para os partidos, segue uma lista de quem deve receber o dinheiro, uma prova de que eles estão querendo fugir da identificação com esse e aquele candidato.
PAULO BERNARDO - Parece que é verdade. Agora, de qualquer forma, cria um vínculo com o partido, porque o tesoureiro desse partido pode passar ou não esse dinheiro, não é verdade? Essa é uma doação legal. Eu não entendo por que essas pessoas criminalizam isso.
FOLHA - O sr. acha que a ministra Dilma vai ter mais facilidade de arrecadar dinheiro no ano que vem por ser do governo, que controla o BNDES, os fundos de pensão?
PAULO BERNARDO - Olha, a gente tem observado é que o candidato que está na frente nas pesquisas costuma receber mais recursos. A história é essa.
FOLHA - O Serra?
PAULO BERNARDO - Não, eu não disse que é o Serra. Estou dizendo que, normalmente, o candidato que está na frente nas pesquisas recebe mais dinheiro e é muito comum o fenômeno da empresa que doa para os dois lados. Digamos, para ficar bem com todo mundo.
Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas afirmou neste domingo que nos próximos cinco anos, o Brasil deve reduzir o número de miseráveis pela metade e aumentar em 50% as classes A e B. Segundo informações do jornal O Estado de São Paulo, os dados levantados pelo diretor do Centro de Políticas Sociais da instituição, Marcelo Neri, informam que, em 2015, os pobres serão apenas 8% dos brasileiros, caindo para quase um quarto da proporção que vigorava em 1993, de 35%.Leia a seguir a matéria
Nos próximos cinco anos, o Brasil deve reduzir o número de miseráveis pela metade e aumentar em 50% as classes A e B. A projeção é de Marcelo Neri, diretor do Centro de Políticas Sociais, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Conforme sua estimativa, no início de 2015, os pobres serão apenas 8% dos brasileiros, caindo para quase um quarto da proporção que vigorava em 1993, de 35%. Em pouco mais de duas décadas (1993-2005), um contingente de 51,6 milhões de brasileiros muito pobres, numa população de 147 milhões, será reduzido para 16,1 milhões, em 222 milhões - ou seja, uma queda de quase 70% em termos absolutos, mesmo levando-se em conta o aumento populacional.
A linha de pobreza utilizada por Neri corresponde a uma renda per capita familiar de R$ 137 na média do Brasil (a linha varia de acordo com a região). Nesse conceito, que representa uma linha de pobreza relativamente baixa (alguns consideram que seja uma linha de extrema pobreza), os pobres correspondem exatamente à classe E.
Neri diz que aquele é um cenário "auspicioso", ou de "otimismo condicionado à manutenção das políticas razoáveis aplicadas entre 2003 e 2008". Mas não julga a projeção nem um pouco improvável. Na verdade, baseia-se na hipótese de que a fase que ele chama de "era de ouro" dos avanços sociais no Brasil, de 2003 a 2008 (ou de 2001 a 2008, quando se toma a desigualdade) prolongue-se por mais cinco anos, depois de um momento de estagnação em 2009, em função da crise global.
Entre 2003 e 2008, 32 milhões de brasileiros ascenderam às classes A, B e C, e 19,3 milhões saíram da pobreza, provocando uma redução de 43% na proporção de pobres. O consumo popular cresceu e fortaleceu o mercado interno.
Simultaneamente, ele supõe que a queda da desigualdade verificada de 2001 a 2008 prossiga até 2015, levando os índices brasileiros para o nível atual do Espírito Santo. Com base na Pnad de 2008, o índice de Gini da renda familiar per capita do Brasil em 2008 era de 0,5486, comparado a 0,518 do Espírito Santo. Em 2003, o Gini brasileiro era de 0,583. O Gini é um indicador de desigualdade que varia de zero a 1, e indica piores distribuições à medida que vai aumentando.
Classe média
As projeções apontam uma profunda mudança no perfil social do Brasil, que caminharia para se tornar um país de classe média. Se à classe E for acrescentada a classe D, que também está próxima à pobreza, chega-se a uma proporção da população de 40% em 2008, que deve cair para 28% no início de 2015. Já a classe C, correspondente à classe média popular, cresce de 49% para 56,5%, tornando-a a maioria absoluta do população. As classes A e B, finalmente, sobem de 10,5% para 15,7%. Assim, a classe média como um todo, que hoje já corresponde a pouco mais de 60%, incluindo-se a classe C, sobe para 72%.
Neri se apoia em algumas evidências de que a melhora social brasileira no período 2003-2008 tem fundamentos sólidos. Ele nota que, nesse período, enquanto a renda média de todas as fontes cresceu em média 5,26%, a renda do trabalho teve uma expansão anual de 5,13%. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
Como os eleitores vão votar em 2010? Vão votar na candidata do governo, Dilma Rousseff, ou no Presidente Lula? Nas eleições de 1994, os eleitores votaram no candidato do PSDB, o presidente Fernando Henrique Cardoso, ou no Plano Real? Lula não estará na cédula como o Real também não estava. Essas são as perguntas da pesquisa encomendada por tucanos. A resposta, não foi divulgada.
Mas...a oposição não pode esquecer...
Ontem, pesquisa Datafolha (do jornal aliado ao PSDB), mostrou que Lula é o campeão em matéria de confiança no país.Se você não viu, veja aqui o link. Some isso ao fato de que, no horizonte do Palácio do Planalto figura a hipótese de que o vice presidente José Alencar possa assumir algumas vezes a Presidência da República, em plena campanha sucessória.
Ou seja, daqui para frente os tucanos precisam botar as barbas de molho, pois tudo indica que a ministra apadrinhada do Presidente Lula vai emplacar, enquanto o PSDB se digladia ...
Mesmo gastando R$ 70 milhões por ano com passagens aéreas, a Câmara (Brasilia)estuda a aquisição de um jatinho modelo Legacy, por R$ 43 milhões. A proposta foi apresentada à Mesa Diretora, no ano passado, por Ernandes Amorim (PTB-RO). Segundo ele, os parlamentares têm dificuldades de transporte para seus estados.
Eles querem um Legacy:No apagar das luzes do ano marcado pela farra das passagens, deputado de Rondônia sugere à Mesa Diretora da Casa a compra de um jato executivo para facilitar o trabalho dos parlamentares
Para o deputado Ernandes Amorim (PTB-RO), as passagens e diárias pagas com o dinheiro do contribuinte ainda não são suficientes para bancar os trabalhos dos parlamentares. Ele quer mais. Pleiteia a compra de um avião. Ou de um jato, "tipo Legacy", como sugeriu (um modelo executivo não sai por menos de US$ 25 milhões, ou cerca de R$ 43,5 milhões). O pedido extravagante foi feito em requerimento entregue à Mesa Diretora da Casa em 16 de dezembro, e defendido na tribuna do plenário. Segundo o parlamentar, a aeronave serviria aos 513 colegas, que, diz ele, não têm condições de se locomover para desenvolver os trabalhos das comissões nos estados.
Fica difícil visualizar a dificuldade a que o parlamentar se refere analisando as cifras dos gastos da Câmara com diárias e passagens. Desde o início da atual legislatura, em 2006, as despesas com passagens da Casa nunca ficaram abaixo dos R$ 68 milhões por ano, segundo números do portal Siga Brasil. Em 2009, dos R$ 78,9 milhões empenhados na rubrica, R$ 33,5 haviam sido pagos até o fim do ano. Com diárias - usadas para bancar despesas com hospedagem e alimentação dos parlamentares e seus assessores -, outro R$ 1,4 milhão foi gasto em 2009.
Ironicamente, a proposta foi feita pelo parlamentar oito meses após revelação de que os parlamentares promoviam uma verdadeira farra com a cota de passagens aéreas. Em abril de 2009, o site Congresso em Foco deflagrou uma série de reportagens que mostraram desvios no uso do benefício. Na Câmara, tinha deputado que havia bancado, com dinheiro público, viagens para namoradas, amigos, celebridades e familiares. Miami e Flórida, nos Estados Unidos, e
Paris, na França, estavam entre os destinos prediletos das autoridades brasileiras que viajaram às custas do contribuinte para o exterior.
Ainda assim, o deputado rondoniense diz que é difícil para ele e os colegas levarem os trabalhos das comissões da Câmara até os seus estados. Mas ele deixa escapar um certo recalque ao defender a aquisição do avião dos deputados. "O Poder Legislativo é o mais rebaixado entre os poderes. Hoje em dia, qualquer empresário tem um avião. Por que a Câmara não pode ter?", questiona. Ernandes Amorim diz ainda que, sempre que os parlamentares precisam se locomover, precisam "pedir esmolas" para a Força Aérea Brasileira (FAB). "Eles nunca podem nos atender", reclama.
Amorim defende que a aeronave possa ser emprestada aos senadores, quando for necessário. E, embora garanta que a aquisição do jatinho não seria regalia, usa um episódio pessoal para ilustrar a necessidade da compra. Diz que sofreu um acidente em 2009 e que teve que gastar muito para poder ser transferido de hospital. "Se a Câmara tivesse um avião, só iria pagar o combustível", analisou.
Impasse à parte, o fato é que Ernandes Amorim é um verdadeiro defensor da qualidade de vida dos parlamentares. "Quando fui quarto secretário do Senado, exigi a compra de carros novos. Estavam todos velhos, com problemas. Agora, como deputado, defendo a aquisição de um avião", lembrou.
Em 2000, Amorim entrou para a história do país como o segundo senador a ser cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele foi condenado à perda de mandato por abuso de poder político e econômico nas eleições de 1994. Agora deputado, diz que o Poder Legislativo está em desvantagem se comparado aos demais que compõem a República. "Estamos empobrecidos diante de outros órgãos. Não quero luxo, mas também não quero ficar pedindo esmola para a Aeronáutica", arrematou.Do Correio
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