O desemprego e a natureza de escorpião do PIG=
(Folha-Veja-Globo, etc,etc,etc,etc...)
A fábula é antiga e de uso inflacionado, mas vale a pena rememorá-la. E a razão ficará clara, dentro de alguns parágrafos.
Era uma vez um sapo e um escorpião à beira de um rio. O escorpião pede ao sapo que o ajude a atravessar até a outra margem, mas o batráquio, escaldado pela longa história de morticínio de sapos por escorpiões, hesita, ao que o aracnídeo pondera que não haveria por que ele atacar seu benfeitor, pois ambos poderia se afogar se ele o picasse durante a travessia.
Confiante na lógica do escorpião, o sapo permite que ele suba em seu costado e, juntos, começam a atravessar o rio. Durante o percurso, porém, o escorpião dá uma ferroada no sapo, que, perplexo, pergunta ao seu carrasco, enquanto afunda na água, o motivo de atitude tão ilógica, ao que o escorpião responde que fez o que fez porque aquela era sua natureza.
Algumas vezes, a natureza do escorpião fala mais alto até em seres humanos.
Vejam só o caso da mídia: o alarmismo que ela vinha praticando sofrera uma redução drástica depois da queda da venda de espaços publicitários nas Globos, Vejas e Folhas da vida, campeões disparados em alarma social no Brasil.
O empresariado deu o troco à mídia depois de esta passar os últimos quatro meses incentivando os consumidores a não fazerem negócios com ele.
Ontem (quinta-feira) e hoje, porém, a natureza do escorpião da mídia falou mais alto e ela voltou a dar ferroadas nos sapos que a carregam nas costas, ou seja, nos anunciantes.
Simplesmente, os meios de comunicação não resistiram a alarmar um pouco mais o país ao divulgarem os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e do IBGE sobre o desemprego e ao não esclarecerem claramente o contexto das demissões na Embraer.
Só para constar: o Caged apontou perda de cerca de 100 mil empregos com carteira assinada, o IBGE apontou alta do desemprego ao patamar de 8,2% e a Embraer anunciou cerca de 4 mil demissões
Não irei entediá-los com as tabelas do Caged ou do IBGE que analisei. Farei uma síntese do que descobri, de forma a não obrigá-los a complicados cálculos mentais que vocês não têm obrigação de fazer.
Como eu disse, houve cerca de 100 mil demissões formais em janeiro deste anos. Em relação aos seiscentos e tantos mil empregos perdidos em dezembro, pode-se dizer categoricamente que houve uma freada brusca no ímpeto demissionários das empresas.
A perda de empregos em janeiro, portanto, representa uma boa notícia, pois ficou claro que o que aconteceu em dezembro foi uma decisão coletiva do empresariado de alguns setores de demitir preventivamente e numa paulada só, e que as demissões de janeiro constituíram-se em mero resíduo do processo iniciado em dezembro.
Mas não é só isso. Analisando-se os dados do Caged de janeiro deste ano e comparando-os com os de janeiro do ano passado, descobre-se que alguns setores, como a construção civil, tiveram criação de vagas (mais de 11 mil) no mês passado, e que, entre os setores que perderam e criaram vagas, o comércio varejista e a indústria de transformação responderam pela eliminação de cem mil empregos.
No caso do varejo, isso se deve à maior dispensa neste ano de contratados temporários para as festas de fim de ano. Em janeiro de 2008, perderam-se cerca de 14 mil empregos no varejo; neste ano, cerca de 50 mil.
No cômputo geral do mês, porém, em janeiro do ano passado foram criados 140 mil empregos, enquanto que, neste ano, perdemos os tais cem mil, o que perfaz um total de mais de duzentos mil empregos a menos no Brasil e janeiro deste ano.
Pode-se afirmar sem susto, no entanto, que os últimos números do Caged representam forte diminuição no processo de eliminação de empregos que eclodiu em dezembro, o que aconteceu devido à retomada da atividade na construção civil e nos setores automotivo e de eletrodomésticos.
Mas é nos números do IBGE que a natureza de escorpião da mídia mais salta aos olhos. São números para se comemorar, mas a mídia apresenta como negativos.
Para que vocês tenham uma idéia, o IBGE detectou 8,2% de desemprego no Brasil em janeiro, quando no mesmo mês do ano passado estava em 8,0%. Ou seja: o emprego, no país, sofreu, no máximo, uma marolinha.
E o que faz a mídia? Diz que essa é a maior alta do desemprego desde 2001. Meia verdade. Dá a impressão que hoje temos um nível de emprego menor do que há oito anos, quando, na verdade, temos um dos menores níveis de desemprego da história.
O que a mídia quis dizer é que, de um mês para outro (de dezembro para janeiro), o salto no nível de desemprego foi o maior. Só que ela não explica direito isso. Acontece que, no mês passado, o IBGE, que sempre divulga seus dados com defasagem de tempo, apurou uma das menores taxas de desemprego da história no Brasil: 6,8%. Assim, a subida só poderia ser grande.
O que os números do IBGE sobre desemprego mostraram, na verdade, é que foram criados tantos empregos no ano passado, mas tantos, que nem com as mais de setecentas mil demissões que aconteceram no Brasil a partir de outubro de 2008 o nível de emprego caiu significativamente, pois estamos no mesmo nível de há um ano.
Já no caso da Embraer, seria bom explicar que as demissões eram previsíveis e que apenas não se sabia em que nível ocorreriam. A empresa fabrica aviões e, como qualquer um minimamente informado sabe, exporta praticamente toda sua produção. Ora, se o mundo está em recessão, só poderia acontecer o que aconteceu.
Contudo, os setores que poderiam gerar saltos no nível de desemprego já quase que esgotaram seu estoque de maldades. No caso da indústria automobilística e na construção civil, os problemas já foram equacionados pelas acertadas medidas do governo e certamente não ocorrerão mais demissões.
Já entre os exportadores, devido à baixa participação deles no PIB as demissões que fizerem não deverão influir muito no nível de emprego, além de esse setor já dever ter feito a maioria das demissões que ainda terá que fazer.
O que poderia agravar o quadro, porém, seria a tal natureza de escorpião da mídia, pois, ao atacar seus anunciantes com um alarmismo que lhes prejudica os negócios, muitos desses veículos poderão entrar em dificuldades por redução na venda de espaços publicitários, o que certamente levaria as empresas de mídia a demitir.
Contudo, nem esse risco o Brasil corre, pois o "papai" (da mídia), José Serra, está torrando o dinheiro da paulistada burra com publicidade eleitoreira para seus aliados Globo, Folha, Veja e congêneres. Assim, os paulistas, que gostam tanto da imprensa golpista, estão tendo a chance de ajudá-la com o rico dinheirinho de seus impostos, o que me parece mais do que justo.
Era uma vez um sapo e um escorpião à beira de um rio. O escorpião pede ao sapo que o ajude a atravessar até a outra margem, mas o batráquio, escaldado pela longa história de morticínio de sapos por escorpiões, hesita, ao que o aracnídeo pondera que não haveria por que ele atacar seu benfeitor, pois ambos poderia se afogar se ele o picasse durante a travessia.
Confiante na lógica do escorpião, o sapo permite que ele suba em seu costado e, juntos, começam a atravessar o rio. Durante o percurso, porém, o escorpião dá uma ferroada no sapo, que, perplexo, pergunta ao seu carrasco, enquanto afunda na água, o motivo de atitude tão ilógica, ao que o escorpião responde que fez o que fez porque aquela era sua natureza.
Algumas vezes, a natureza do escorpião fala mais alto até em seres humanos.
Vejam só o caso da mídia: o alarmismo que ela vinha praticando sofrera uma redução drástica depois da queda da venda de espaços publicitários nas Globos, Vejas e Folhas da vida, campeões disparados em alarma social no Brasil.
O empresariado deu o troco à mídia depois de esta passar os últimos quatro meses incentivando os consumidores a não fazerem negócios com ele.
Ontem (quinta-feira) e hoje, porém, a natureza do escorpião da mídia falou mais alto e ela voltou a dar ferroadas nos sapos que a carregam nas costas, ou seja, nos anunciantes.
Simplesmente, os meios de comunicação não resistiram a alarmar um pouco mais o país ao divulgarem os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e do IBGE sobre o desemprego e ao não esclarecerem claramente o contexto das demissões na Embraer.
Só para constar: o Caged apontou perda de cerca de 100 mil empregos com carteira assinada, o IBGE apontou alta do desemprego ao patamar de 8,2% e a Embraer anunciou cerca de 4 mil demissões
Não irei entediá-los com as tabelas do Caged ou do IBGE que analisei. Farei uma síntese do que descobri, de forma a não obrigá-los a complicados cálculos mentais que vocês não têm obrigação de fazer.
Como eu disse, houve cerca de 100 mil demissões formais em janeiro deste anos. Em relação aos seiscentos e tantos mil empregos perdidos em dezembro, pode-se dizer categoricamente que houve uma freada brusca no ímpeto demissionários das empresas.
A perda de empregos em janeiro, portanto, representa uma boa notícia, pois ficou claro que o que aconteceu em dezembro foi uma decisão coletiva do empresariado de alguns setores de demitir preventivamente e numa paulada só, e que as demissões de janeiro constituíram-se em mero resíduo do processo iniciado em dezembro.
Mas não é só isso. Analisando-se os dados do Caged de janeiro deste ano e comparando-os com os de janeiro do ano passado, descobre-se que alguns setores, como a construção civil, tiveram criação de vagas (mais de 11 mil) no mês passado, e que, entre os setores que perderam e criaram vagas, o comércio varejista e a indústria de transformação responderam pela eliminação de cem mil empregos.
No caso do varejo, isso se deve à maior dispensa neste ano de contratados temporários para as festas de fim de ano. Em janeiro de 2008, perderam-se cerca de 14 mil empregos no varejo; neste ano, cerca de 50 mil.
No cômputo geral do mês, porém, em janeiro do ano passado foram criados 140 mil empregos, enquanto que, neste ano, perdemos os tais cem mil, o que perfaz um total de mais de duzentos mil empregos a menos no Brasil e janeiro deste ano.
Pode-se afirmar sem susto, no entanto, que os últimos números do Caged representam forte diminuição no processo de eliminação de empregos que eclodiu em dezembro, o que aconteceu devido à retomada da atividade na construção civil e nos setores automotivo e de eletrodomésticos.
Mas é nos números do IBGE que a natureza de escorpião da mídia mais salta aos olhos. São números para se comemorar, mas a mídia apresenta como negativos.
Para que vocês tenham uma idéia, o IBGE detectou 8,2% de desemprego no Brasil em janeiro, quando no mesmo mês do ano passado estava em 8,0%. Ou seja: o emprego, no país, sofreu, no máximo, uma marolinha.
E o que faz a mídia? Diz que essa é a maior alta do desemprego desde 2001. Meia verdade. Dá a impressão que hoje temos um nível de emprego menor do que há oito anos, quando, na verdade, temos um dos menores níveis de desemprego da história.
O que a mídia quis dizer é que, de um mês para outro (de dezembro para janeiro), o salto no nível de desemprego foi o maior. Só que ela não explica direito isso. Acontece que, no mês passado, o IBGE, que sempre divulga seus dados com defasagem de tempo, apurou uma das menores taxas de desemprego da história no Brasil: 6,8%. Assim, a subida só poderia ser grande.
O que os números do IBGE sobre desemprego mostraram, na verdade, é que foram criados tantos empregos no ano passado, mas tantos, que nem com as mais de setecentas mil demissões que aconteceram no Brasil a partir de outubro de 2008 o nível de emprego caiu significativamente, pois estamos no mesmo nível de há um ano.
Já no caso da Embraer, seria bom explicar que as demissões eram previsíveis e que apenas não se sabia em que nível ocorreriam. A empresa fabrica aviões e, como qualquer um minimamente informado sabe, exporta praticamente toda sua produção. Ora, se o mundo está em recessão, só poderia acontecer o que aconteceu.
Contudo, os setores que poderiam gerar saltos no nível de desemprego já quase que esgotaram seu estoque de maldades. No caso da indústria automobilística e na construção civil, os problemas já foram equacionados pelas acertadas medidas do governo e certamente não ocorrerão mais demissões.
Já entre os exportadores, devido à baixa participação deles no PIB as demissões que fizerem não deverão influir muito no nível de emprego, além de esse setor já dever ter feito a maioria das demissões que ainda terá que fazer.
O que poderia agravar o quadro, porém, seria a tal natureza de escorpião da mídia, pois, ao atacar seus anunciantes com um alarmismo que lhes prejudica os negócios, muitos desses veículos poderão entrar em dificuldades por redução na venda de espaços publicitários, o que certamente levaria as empresas de mídia a demitir.
Contudo, nem esse risco o Brasil corre, pois o "papai" (da mídia), José Serra, está torrando o dinheiro da paulistada burra com publicidade eleitoreira para seus aliados Globo, Folha, Veja e congêneres. Assim, os paulistas, que gostam tanto da imprensa golpista, estão tendo a chance de ajudá-la com o rico dinheirinho de seus impostos, o que me parece mais do que justo.
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