quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Cidadania

O Plebiscito de 2010


O discurso conservador vendeu a muita gente a teoria de que PT e PSDB são iguais tanto quando estão no poder quanto quando estão na oposição. Até 2010, este blog tentará provar que essa premissa é parcialmente falsa, ao menos no que tange o exercício do poder.
Para atingir o imaginário do brasileiro – povo que ainda tem uma mentalidade atrasada sobre a política, pois vota em pessoas em vez de votar em partidos –, podemos, então, usar dois nomes simbólicos dos “trabalhistas” e dos “social-democratas”.
Lula e José Serra representam, respectivamente, as personalidades da esquerda e da direita no imaginário popular, ainda que os conservadores, com seus jornais e tevês, neguem tais identificações, sempre em benefício do representante da direita.
Para os conservadores (PSDB e DEM) tirarem de Lula (PT) o que consideram a posição ideológica mais simpática ao eleitorado, a de político esquerdista, usam a rendição da esquerda aos ditames econômicos liberais, rendição que foi arrancada por meio de uma ordem econômica mundial que penaliza os países infratores das “leis de mercado” com fuga de capitais e de investimentos estrangeiros.
De fato, a interligação entre as economias nacionais, consolidada na década passada como nunca acontecera na história, permitiu que esse ardil ganhasse corpo.
Atualmente – e isso se pode ver em Barack Obama –, ser de esquerda significa agir para minimizar de fato os dramas sociais que o liberalismo compulsório gera.
Um exemplo eloqüente dessa premissa pode ser visto no principal programa social do governo Lula, o Bolsa Família.
De fato, as políticas de transferência de renda, adotadas pela primeira vez no Brasil no governo petista do ex-governador de Brasília Cristovam Buarque, foram adotadas em nível nacional no governo Fernando Henrique Cardoso como forma de reduzir as acusações que aquele governo sofria por ter adotado a versão brasileira do Consenso de Washington, batizada aqui de “Plano Real”.
Eram programas sociais de fachada, nos quais eram investidas migalhas com o propósito de mostrar alguma preocupação do Estado com o desemprego em massa, com o arrocho salarial, com todas as conseqüências nefandas decorrentes das privatizações, do superávit primário e de tudo mais que vitimou o país naquela época triste.
Ao fim dos anos 1990, o Brasil vivia um quadro de depressão econômica, de iniqüidade social estagnada, de aumento da criminalidade e da violência, do desemprego, do achatamento salarial, o que fez os brasileiros “correrem o risco” de eleger o ultra demonizado (pela mídia de direita) Luiz Inácio Lula da Silva, eternamente acusado de pretender instalar uma “ditadura cubana” no país.
Em 2002, o PT, depois de seguidas derrotas em eleições presidenciais, entendeu que, para criar mecanismos para suavizar a ditadura liberal, seria preciso parar de brigar com a realidade de que não havia como desafiar as formas de punição engendradas pelo capital transnacional para obrigar as nações aos ditames do Consenso de Washington.
Foi uma idéia feliz, dentro do contexto, porque, ao mesmo tempo em o governo trabalhista de Lula passou a praticar o superávit primário e a permitir aos bancos os lucros extraordinários que passaram a ter a partir da era FHC, tratou de ir compensando os males causados à população com políticas sociais nas quais investiu pesadamente, convertendo programas sociais paliativos em programas verdadeiramente efetivos.
Um detalhe: nas estimativas mais conservadoras, hoje se investe no social umas dez vezes mais do que na época de FHC.
Apesar da rendição inevitável da esquerda aos ditames liberais e globalizantes, a direita viu os recursos públicos que eram repassados (muitos vezes a fundo perdido) aos grandes empresários serem desviados para investimentos em grandes programas sociais.
Vê-se hoje claramente, portanto, quem é quem. A grande diferença entre Lula e Serra (para usar pessoas em vez de partidos, de forma a agradar à deformidade política que vitima o brasileiro) está no discurso do tucano – e de seus pares nos partidos de direita e na mídia – sobre um Bolsa Família, por exemplo.
Haveria diferença maior entre os partidos de direita e de esquerda do que tucanos e pefelistas considerarem “esmola” o Bolsa Família, a política social mais exitosa em todo mundo atualmente?
Vejam só esse caso da Embraer: enquanto Lula chama a empresa às falas argumentando que ela tem obrigação de ter responsabilidade social devido aos investimentos de dinheiro público que sempre recebeu, Serra inventa um programa paliativo de “requalificação” profissional para os demitidos, como se tivessem sido postos na rua por incompetência.
Os profissionais demitidos pela Embraer são, em maioria, altamente especializados. Não estariam trabalhando numa empresa de ponta como aquela se assim não fosse. Esse programa tucano-paulista de “requalificação” é uma piada, uma enganação que a mídia vende como ação “pró-ativa” do “presidente eleito” José Serra.
Governo de esquerda, hoje, é aquele que se preocupa em minimizar os efeitos danosos da “globalização”, ora ameaçada de morte. É aquele que usa o dinheiro dos impostos dos brasileiros para ajudar não apenas grupelhos de grandes empresários, mas também os trabalhadores e, sobretudo, os desempregados ou subempregados.
Os programas sociais petistas, que investem extraordinariamente mais do que os programas paliativos que os tucanos costumam formular, contrastam com os discursos conservadores de que esses programas seriam “esmolas”, o que permite supor que um Serra no poder os exterminaria.
Há um vasto cabedal de frases da direita sobre os programas sociais petistas que será usado em 2010, quando Lula e o PT proporão ao país que escolha entre a manutenção do rumo vigente e o retorno àquele no qual o PSDB havia posto o país. A eleição será plebiscitária.
É por isso que a direita, ao custo do faturamento de suas empresas, inclusive de suas empresas de mídia, tenta sabotar o país. Se a crise não nos levar à bancarrota, se não tornar pior a vida dos brasileiros, Serra (PSDB e PFL) não resistirá ao plebiscito de 2010.



Entenda o Bolsa Família


Quem quiser entender a dimensão do Bolsa Família e o respeito que o programa ganhou no mundo pode perder horas na internet procurando informações ou então acessar a Wikipedia. Lá constam dados interessantíssimos, como o apoio mundial ao programa brasileiro, percentuais de investimento etc.
Para acessar o verbete da Wikipedia sobre o Bolsa Família, clique
aqui

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009


O desemprego e a natureza de escorpião do PIG=
(Folha-Veja-Globo, etc,etc,etc,etc...)
A fábula é antiga e de uso inflacionado, mas vale a pena rememorá-la. E a razão ficará clara, dentro de alguns parágrafos.
Era uma vez um sapo e um escorpião à beira de um rio. O escorpião pede ao sapo que o ajude a atravessar até a outra margem, mas o batráquio, escaldado pela longa história de morticínio de sapos por escorpiões, hesita, ao que o aracnídeo pondera que não haveria por que ele atacar seu benfeitor, pois ambos poderia se afogar se ele o picasse durante a travessia.
Confiante na lógica do escorpião, o sapo permite que ele suba em seu costado e, juntos, começam a atravessar o rio. Durante o percurso, porém, o escorpião dá uma ferroada no sapo, que, perplexo, pergunta ao seu carrasco, enquanto afunda na água, o motivo de atitude tão ilógica, ao que o escorpião responde que fez o que fez porque aquela era sua natureza.
Algumas vezes, a natureza do escorpião fala mais alto até em seres humanos.
Vejam só o caso da mídia: o alarmismo que ela vinha praticando sofrera uma redução drástica depois da queda da venda de espaços publicitários nas Globos, Vejas e Folhas da vida, campeões disparados em alarma social no Brasil.
O empresariado deu o troco à mídia depois de esta passar os últimos quatro meses incentivando os consumidores a não fazerem negócios com ele.
Ontem (quinta-feira) e hoje, porém, a natureza do escorpião da mídia falou mais alto e ela voltou a dar ferroadas nos sapos que a carregam nas costas, ou seja, nos anunciantes.
Simplesmente, os meios de comunicação não resistiram a alarmar um pouco mais o país ao divulgarem os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e do IBGE sobre o desemprego e ao não esclarecerem claramente o contexto das demissões na Embraer.
Só para constar: o Caged apontou perda de cerca de 100 mil empregos com carteira assinada, o IBGE apontou alta do desemprego ao patamar de 8,2% e a Embraer anunciou cerca de 4 mil demissões
Não irei entediá-los com as tabelas do Caged ou do IBGE que analisei. Farei uma síntese do que descobri, de forma a não obrigá-los a complicados cálculos mentais que vocês não têm obrigação de fazer.
Como eu disse, houve cerca de 100 mil demissões formais em janeiro deste anos. Em relação aos seiscentos e tantos mil empregos perdidos em dezembro, pode-se dizer categoricamente que houve uma freada brusca no ímpeto demissionários das empresas.
A perda de empregos em janeiro, portanto, representa uma boa notícia, pois ficou claro que o que aconteceu em dezembro foi uma decisão coletiva do empresariado de alguns setores de demitir preventivamente e numa paulada só, e que as demissões de janeiro constituíram-se em mero resíduo do processo iniciado em dezembro.
Mas não é só isso. Analisando-se os dados do Caged de janeiro deste ano e comparando-os com os de janeiro do ano passado, descobre-se que alguns setores, como a construção civil, tiveram criação de vagas (mais de 11 mil) no mês passado, e que, entre os setores que perderam e criaram vagas, o comércio varejista e a indústria de transformação responderam pela eliminação de cem mil empregos.
No caso do varejo, isso se deve à maior dispensa neste ano de contratados temporários para as festas de fim de ano. Em janeiro de 2008, perderam-se cerca de 14 mil empregos no varejo; neste ano, cerca de 50 mil.
No cômputo geral do mês, porém, em janeiro do ano passado foram criados 140 mil empregos, enquanto que, neste ano, perdemos os tais cem mil, o que perfaz um total de mais de duzentos mil empregos a menos no Brasil e janeiro deste ano.
Pode-se afirmar sem susto, no entanto, que os últimos números do Caged representam forte diminuição no processo de eliminação de empregos que eclodiu em dezembro, o que aconteceu devido à retomada da atividade na construção civil e nos setores automotivo e de eletrodomésticos.
Mas é nos números do IBGE que a natureza de escorpião da mídia mais salta aos olhos. São números para se comemorar, mas a mídia apresenta como negativos.
Para que vocês tenham uma idéia, o IBGE detectou 8,2% de desemprego no Brasil em janeiro, quando no mesmo mês do ano passado estava em 8,0%. Ou seja: o emprego, no país, sofreu, no máximo, uma marolinha.
E o que faz a mídia? Diz que essa é a maior alta do desemprego desde 2001. Meia verdade. Dá a impressão que hoje temos um nível de emprego menor do que há oito anos, quando, na verdade, temos um dos menores níveis de desemprego da história.
O que a mídia quis dizer é que, de um mês para outro (de dezembro para janeiro), o salto no nível de desemprego foi o maior. Só que ela não explica direito isso. Acontece que, no mês passado, o IBGE, que sempre divulga seus dados com defasagem de tempo, apurou uma das menores taxas de desemprego da história no Brasil: 6,8%. Assim, a subida só poderia ser grande.
O que os números do IBGE sobre desemprego mostraram, na verdade, é que foram criados tantos empregos no ano passado, mas tantos, que nem com as mais de setecentas mil demissões que aconteceram no Brasil a partir de outubro de 2008 o nível de emprego caiu significativamente, pois estamos no mesmo nível de há um ano.
Já no caso da Embraer, seria bom explicar que as demissões eram previsíveis e que apenas não se sabia em que nível ocorreriam. A empresa fabrica aviões e, como qualquer um minimamente informado sabe, exporta praticamente toda sua produção. Ora, se o mundo está em recessão, só poderia acontecer o que aconteceu.
Contudo, os setores que poderiam gerar saltos no nível de desemprego já quase que esgotaram seu estoque de maldades. No caso da indústria automobilística e na construção civil, os problemas já foram equacionados pelas acertadas medidas do governo e certamente não ocorrerão mais demissões.
Já entre os exportadores, devido à baixa participação deles no PIB as demissões que fizerem não deverão influir muito no nível de emprego, além de esse setor já dever ter feito a maioria das demissões que ainda terá que fazer.
O que poderia agravar o quadro, porém, seria a tal natureza de escorpião da mídia, pois, ao atacar seus anunciantes com um alarmismo que lhes prejudica os negócios, muitos desses veículos poderão entrar em dificuldades por redução na venda de espaços publicitários, o que certamente levaria as empresas de mídia a demitir.
Contudo, nem esse risco o Brasil corre, pois o "papai" (da mídia), José Serra, está torrando o dinheiro da paulistada burra com publicidade eleitoreira para seus aliados Globo, Folha, Veja e congêneres. Assim, os paulistas, que gostam tanto da imprensa golpista, estão tendo a chance de ajudá-la com o rico dinheirinho de seus impostos, o que me parece mais do que justo.


RUI MARTINS- DIRETO DA REDAÇÃO, PÔE O DEDO NA FERIDA DA BRASILEIRA NA SUIÇA!

Blog do Onipresente

A ELITE BRANCA: RICA E INTOCÁVELBerna (Suiça) - Vocês podem me contar quantas mulheres negras, mulatas, mestiças, pobres (são palavras quase sinônimas) são assassinadas por ano no Brasil ? Quantas mulheres brasileiras voluntariamente ou enganadas deixam o Brasil para viverem da prostituição no estrangeiro, sofrendo violências e mesmo sendo assassinadas por cafetões, fechadas sem documentos em bordéis, sujeitas a todas as humilhações ?
E quantas mulheres brasileiras estão, neste momento, fechadas num aeroporto europeu, Madri, Lisboa, Roma, por exemplo, impedidas de desembarcar mesmo se cumpriram com as exigências legais, mas consideradas pelos policiais como possíveis prostitutas ? Ou quantas mulheres brasileiras, indocumentadas, emigrantes clandestinas grávidas ou com bebês vivem um pesadêlo inimaginável neste rigoroso inverno europeu ?
Quantas mulheres emigrantes no Japão, despedidas de seus empregos nestas últimas semanas com seus maridos, estão comendo uma sopa por dia num dos refugios criados por entidades assistenciais geralmente religiosas, depois de terem deixado tudo que possuíam num apartamento que não podem mais pagar ?
Quantas meninas ainda nem moças satisfazem o turismo sexual em muitas áreas turísticas brasileiras ?
Alguém se lembra delas quando aparecem mortas no Bois de Boulogne em Paris, enforcadas ou apunhaladas num bordel do Ticino na Suíça ou drogadas e jogadas numa rua de Roma ? Será que só o fotógrafo Sebastião Salgado vê que, no Brasil, em meio à indiferença geral existe uma outra população pobre, negra, mulata, mestiça ?
Já imaginaram se a imprensa e povo sul-africanos, durante o apartheid, se revoltassem se uma branca da melhor sociedade boer fosse agredida numa rua de Londres ? Se isso ocorresse, seria um caso da chamada Síndrome de Estocolmo, quando o sequestrado chega até a se apaixonar por seu sequestrador.
Teria sido a Síndrome de Estocolmo que levou nossa população mestiça a se inflamar contra a Suíça, sem perceber a farsa da pobre menina rica, como diria Celso Lyra, que não é negra e nem mulata ?
Por que ato racista se ela tem tudo de uma branca européia ? Porque ela falava português ? Ora, o português é uma das línguas da União Européia. A mentira era grande demais, mas foi aceita e a maior televisão brasileira, a Globo, com o apoio de um blogueiro irresponsável levou o delírio adiante.
Nossa sociedade de apartheid econômico e social chegou a essa perfeição - ignora as humilhações de que são vítimas a grande maioria da população e se levanta de dedo em riste quando uma representante da elite branca e rica alega ter sofrido uma agressão. E o ministro dos Direitos Humanos fala até em holocausto ! Mas vamos com calma, o Brasil, mesmo se melhorou nestes últimos anos, vive ainda o holocausto. Não temos o maior número de assassinatos por ano quase igual ao dos mortos no Iraque ?
E o ministo Celso Amorim, que viveu tantos anos em Genebra, conhecedor da Suíça entra no show da Globo e arrasta consigo o presidente, na farsa que virou o fiasco do ano ? Nós emigrantes esperávamos uma tal reação em Lisboa, na Espanha, na Itália. Não veio e nem virá. A munição foi gasta e mal gasta para defender a farsa das intocáveis, que têm pai rico, pai influente, amigo de blogueiro, amigo de políticos. É isso que vale.
E como se não bastasse vem aquela afirmação de que o Brasil dará tratamento de VIP e apoio jurídico à brasileira Paula Oliveira se for necessário. E para as outras, que não mentiram, mas que sofrem e são humilhadas, só que são pé de chinelo ? Nada ? Que vergonha!
Ricardo Noblat pediu desculpas ? A Globo fez seu mea culpa ?
O que eu posso fazer ? Onde está a esquerda ? O que fizeram dos nossos sonhos ? Ficaram todos cegos, se acostumaram com nosso apartheid, mudaram de campo, mudaram de time ?
RUI MARTINS

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009


Peito de homem”

do excelente blog: Cidadania

A Folha parece mesmo decidida a dar trabalho ao seu ombudsman, Carlos Eduardo Lins da Silva. E o pior é que, se ele resolver aceitar fazer seu trabalho, a Folha poderá tirá-lo dele, afirmação que faço com base no histórico recente do jornal no trato com o ombudsman anterior.
Em sua última coluna dominical, o ombudsman da vez anotou uma boa série de desvios naquele tal equilíbrio jornalístico que a Folha tanto gosta de alardear que é um de seus paradigmas. A crítica dele não deixa dúvida quanto à opção político-partidária do jornal pela candidatura de José Serra à Presidência.
Na edição de hoje, o massacre opinativo naquele jornal tem ideologia e partido político. Todo mundo acusa Lula de estar fazendo campanha para Dilma Rousseff e, como contraponto, o jornal publica carta de leitor crítica ao veículo, só que sobre outro assunto, deixando ao leitorado só as acusações tucanas ao presidente e à ministra.
Todo o caderno de política de hoje foi voltado a vender a tese de que Lula e Dilma fazem campanha prematura, desdenhando da acusação do presidente de que Serra, como governador de São Paulo e diferentemente das autoridades federais, não tem por que participar de atos políticos em outros Estados e nem por que fazer publicidade oficial neles.
No resto da seção política, é Dilma que “ataca” a oposição enquanto faz campanha “prematura”. O caderno de política vende a acusação tucana em manchetes, mas, sobre a campanha que Serra faz tanto quanto Dilma – e ela faz, claro, como ele –, só se vê umas duas frases perdidas num caderno inteiro.
O atual ombudsman da Folha tem muito a dizer sobre partidarismo jornalístico, mas só se ele quiser e/ou se puder. Seu antecessor, Mário Magalhães, jogou o chapéu quando o jornal acabou com sua coluna diária na internet logo depois de o ex-ombudsman dizer que seu cargo era “Como peito de homem, que não serve para nada”.
Você, leitor, ficará confuso e se perguntará: “Será que eles acham que só com essa suposta ‘campanha prematura’ irão conseguir o que não conseguiram com todos os ataques ‘jornalísticos’ dos últimos seis anos?”. Engano seu, meu caro: não é isso o que a Folha e o resto da mídia querem.
A questão é o julgamento da ação que a oposição protocolou na Justiça Eleitoral para impedir Dilma de participar de eventos referentes à própria pasta, nos quais ela e o presidente fazem tantos discursos políticos quanto Serra.
Há que notar, porém, que os eventos de que Serra participa guardam uma fundamental diferença com aqueles dos quais participam o presidente e a ministra: o governador paulista não tem razão de Estado para participar deles.
Mas o ideal, sejamos honestos, seria que os dois lados se abstivessem de atividades políticas, já que a legislação não permite. Serra deveria ficar no Estado dele e Lula e Dilma deveriam parar de fazer discursos políticos nos eventos dos quais têm todo direito de participar.
Contudo, OS DOIS LADOS estão abusando do controle que exercem sobre o Estado, o que provavelmente fará a Justiça Eleitoral rejeitar tanto a reclamação do PSDB e do PFL contra Lula e Dilma quanto a que o PT fez contra Serra e que a mídia escondeu nos cantos de página enquanto levava a reclamação tucana às manchetes.
É isso que a mídia não entende. As pessoas estão aprendendo a ver esses detalhes, a raciocinar. A mídia acha, porém, que todos são burros. Ontem à noite, enquanto o Jornal Nacional vendia a acusação de Serra a Lula e a Dilma, nos intervalos uma propaganda do governo paulista, em tom apoteótico, falando de obras etc.
A mídia pensa que todo mundo é retardado. Ninguém nota. Daí vem a pesquisa sobre a popularidade de Lula e ela não entende por que o povo não lhe deu bola. Ficam todos indignados com "esse povo burro” que teima em não comprar o que vendem.
Agora, pessoal, é só esperar o próximo domingo para ver se o caro Carlos Eduardo Lins da Silva irá se comportar como “peito de homem” ou se terá peito, como homem, ao defender o público das manipulações de seu jornal. E não valerá a desculpa de não querer ser pautado, Carlos Eduardo. Trata-se de mero cumprimento do seu dever.


Ombudsman da Folha - coluna de 15 / 02 / 2009


CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
ombudsman@uol.com.br
A Folha e os problemas de São Paulo
O jornal deixa muito a desejar em relação ao que se espera do maior diário paulista na cobertura de temas como exame de professores e merenda
A CIDADE e o Estado de São Paulo, onde este jornal tem a maioria absoluta de seus assinantes e leitores, começam 2009 com problemas sérios.
A maneira com que a Folha os vem tratando deixa muito a desejar em relação ao que se pode esperar do maior diário paulista.
Um deles é o exame a que foram submetidos professores temporários da rede estadual de ensino público, no qual número expressivo tirou nota zero e metade não chegou a cinco.
Como na greve da categoria em 2008, o jornal trata do caso superficialmente. Reproduz declarações das autoridades e, em contraponto, ouve mecanicamente o sindicato dos trabalhadores.
O "outro lado" não é o sindicato, mas os professores, cujas histórias não chegam ao público. O jornal não vai fundo nem nas causas de haver tantos professores provisórios no sistema nem nas razões por que muitos se deram mal na prova.
As condições em que o teste foi concebido, formulado e aplicado (há indícios de que estiveram longe do ideal) não foram detalhadas.
O noticiário e opiniões do jornal acabaram passando a ideia de que a "culpa" do mau desempenho é apenas dos professores, mostrados como em geral despreparados. É claro que a explicação é muito mais complexa.
Outra situação é a da merenda escolar no município de São Paulo. Embora em 2007 a Folha tenha levantado o tema que agora está sendo retomado pelo Ministério Público, seu acompanhamento neste ano tem sido pouco arrojado.
O jornal precisa ser mais ativo. Em vez de quase se limitar ao pingue-pongue entre prefeitura e seus acusadores deve tomar a iniciativa de, por exemplo, verificar autonomamente a qualidade da merenda, pesquisar se pais, professores e alunos estão satisfeitos com ela em comparação com a que tinham antes.
O tema merece mais espaço, destaque e investimento do que tem recebido. Houve dia em que o noticiário sobre ele teve o mesmo tamanho de uma foto que mostrava as calças de um calouro estragadas em trote universitário.
Os paulistas, principalmente os paulistanos, estão sofrendo bastante com enchentes. Mas o jornal tem cuidado delas de forma acanhada. Relata os alagamentos que ocorrem, publica fotos de carros boiando nas ruas, conta os quilômetros de congestionamento. É muito pouco
No dia 10, por exemplo, reportagem registrou que a prefeitura "espera o pior fevereiro desde 2004" e fará novo estudo de riscos só depois do período de chuvas.
A placidez com que acata tal declaração só se compara com a aceitação passiva do argumento de que a prefeitura tapa os buracos "sempre que é informada". Ambas são constrangedoras.Nada de jornalismo preventivo. Nada de acompanhamento sistemático das providências que as autoridades dizem tomar.
Finalmente, a erupção de violência na favela de Paraisópolis, cujo acompanhamento anódino por este jornal já comentei, não o motiva a se aprofundar no exame desta e de outras comunidades em que a expressão "barril de pólvora" se aplica bem, apesar do lugar-comum. Até acontecer a próxima explosão.
Cobertura enviesada é um desserviço a leitor e jornal

A cobertura que a Folha fez do encontro de prefeitos em Brasília esta semana foi um desserviço ao leitor e ao jornal.
Textos, fotos e edição tinham todas as características de um trabalho enviesado, distante da imparcialidade que deve nortear o noticiário.
Imagens da ministra Dilma Rousseff com expressão sonolenta e de membro da audiência que cochilava ressaltaram sem motivo jornalístico aceitável situação banal em qualquer reunião desse tipo com o aparente objetivo de desqualificar o evento por razão irrelevante.
Reportagem disse que "pacote de bondades" anunciado pelo presidente Lula frustrou "parte da plateia", seguramente verdade, mas não mencionou se satisfez alguma outra "parte", o que provavelmente também deve ter ocorrido.
Cheios de expressões impróprias em texto informativo, os relatos denotavam inegável predisposição contrária ao discurso do presidente.
Mais grave foi dar inusitado destaque por dois dias seguidos a um lapso corriqueiro de Lula sobre o número de analfabetos em São Paulo como se ele pudesse criar uma crise política, o que nem o possível alvo do suposto ataque, o governador Serra, achou certo valorizar.
Eu só queria entender. Vocês me explicam?

Os Amigos do Presidente Lula

Ninho dos corruptos

Por que a nossa mídia (o PIG), não alardeia o impeachment do governador da Paraíba? Só porque ele é do PSDB? Muito estranho...Todo mundo sabeO Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou o mandato do governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima, do PSDB.O TSE rejeitou todos os recursos contra a cassação dos mandatos do governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima, do PSDB, e do vice-governador, José Lacerda Neto, do DEM, determinada por unanimidade em novembro do ano passado.O motivo foi abuso do poder, a distribuição de cheques à população carente no ano da eleição. Quase R$ 4 milhões dos cofres públicos.Não vejo estardalhaço na imprensa. E se fosse um governador do PT? A mídia daria ou não tratamento diferenciado? Acho que não né. Afinal a nossa mídia trabalha com imparcialidade e neutralidade!
Protógenes conta como FHC era corrupto

Os Amigos do Presidente Lula

Em entrevista na revista
Caros Amigos, o delegado Protógenes Queiroz conta sobre outras investigações que ele participou.Neste trecho, conta como FHC usava o Ministério da Fazenda e o Banco Central em esquema fraudulento com títulos da dívida, e depois conseguia barrar as investigações no STF (muito antes de Gilmar Mendes):MYLTON SEVERIANO - Fim da ditadura.PROTÓGENES - E transição para o regime civil. José Sarney pega o país em frangalhos, devendo até a alma, sem dinheiro para financiar as contas públicas, muito menos honrar compromissos, a famige­rada dívida com o FMI. Havia até o "decrete-se a moratória". Era o papo nosso, da esquerda, dos estudantes, "não vamos pagar, já levaram tudo". E o Sarney, o que faz? Bota a mão na ma­nivela e nossos títulos da dívida externa valiam, no mercado internacional, no máximo 20% do valor de face, era negociado na bolsa de Nova York. No paralelo valiam 1%. O que significa? Não passa pela bolsa. Comprei, quero me livrar, então 1% do valor de face, título de um país "à beira de uma convulsão social, ninguém sabe o que vai acontecer com aquele país, um conjunto de raças da pior espécie": essa, a visão primeiro­mundista, o que representávamos para os ban­queiros. Escória. E aqui estávamos, discutindo a reconstrução do país. Vamos dialogar, botar os partidos para funcionar, eleições, e o Sar­ney tendo que dar uma solução. Fecha a mani­vela e toca a jogar título no mercado de Nova York. Cada título que valia 10%, 15%, mandava dinheiro aqui para dentro. Seis anos depois, o mercado financeiro internacional detectou que no Brasil haveria desordem, até guerra civil, e eles não iam receber o que tinham colocado aqui com a compra dos papéis podres, queriam receber mesmo os 15%. E fazem uma regrinha de três e colocam para o Banco Central: "Você vai instituir uma norma, os títulos da dívida ex­terna brasileira adquiridos no mercado finan­ceiro internacional, no nacional poderão ser convertidos junto ao Banco Central pelo valor de face desde que esse dinheiro seja investido em empresas brasileiras." Bacana, não? Se fun­cionasse como ficou estabelecido, nosso país se­ria uma potência, não? Ainda que uma norma perfeita, acho um critério não normal, não é? Não é moralmente ético eu comprar um título por 15% e ter um lucro de 100%, em tão pou­co tempo. Mas enquanto regra de mercado fi­nanceiro tenho de admitir que sou devedor. Se vendi a 15%, na bolsa, assumi o risco de, no fu­turo, o lucro ser maior para o credor. Tenho que pagar. Foi assim que foi feito? Não. Será que o grupo Votorantim recebeu algum dinhei­ro convertido? Alguma outra empresa nacional do porte recebeu? Não. O que o sistema mon­tou? Uma grande operação em determi­nado período para sangrar as reservas do país, e ainda tinha as cartas de inten­ção, que diziam "se você não me pagar posso explorar o subsolo de 50 mil qui­lômetros da Amazônia".WAGNER NABUCO - Era a fiança?PROTÓGENES - Sim. Então me deparo com um ban­co, o Paribas, hoje BNP-Paribas que se uniu ao National de Paris. Com três diretores, em São Paulo, e dois outros, mais um contador que foi assassinado e um laranja que se chamava Alberto. O banco adquire esses títulos, no va­lor de 20 milhões de dólares, não é? E converte no Banco Central e aplica em empresas brasileiras, empresas-laran­ja. Comprou no paralelo a 1 %, eram 200 mil dólares, e converteu a 20 mi­lhões de dólares aqui no Brasil e colo­cou nessa empresa-laranja...MYLTON SEVERIANO Empresa de quê?PROTÓGENES - De participações. Chamava-se Al­berto Participações, com capital so­cial de 10 mil reais. Já tem coisa erra­da. Como uma empresa com capital de 10 mil reais pode receber um investi­mento estrangeiro da ordem de 20 mi­lhões? Cadê o patrimônio da empresa? Como é que o Banco Central aprova? Mando pegar o processo. Ela investiu, vamos ver aon­de o dinheiro vai. Converteu os 20 milhões e ao longo de doze meses o dinheiro é sacado mensalmente na boca do caixa em uma conta e convertido no dólar paralelo e enviado para a matriz em Paris. Eu digo "Banco Central, me dá o processo do Paribas". Aí não consi­go, quem consegue é o procurador que tra­balhava comigo, Luiz Francisco. Consegue e remete pra mim em São Paulo. Vejo que no Banco Central houve uma briga interna pela conversão. Os técnicos se indignaram, e inde­feriram. Aí houve uma gestão forte para que houvesse a conversão. De quem? Do ministro da fazenda. Que era quem?MYLTON SEVERIANO - Fernando.MARCOS ZIBORDI - Henrique.MYLTON SEVERIANO - Cardoso.PROTÓGENES - Tento localizar os banqueiros. Todos fugi­ram. Os franceses todos. O contador, assassina­do. O laranja Alberto morreu de morte natural, enquanto nós estudantes lutávamos, dizíamos que a dívida externa não existia, e, de fato, par­te dela era artificial. A coisa é grave, vamos fa­zer uma continha, nós contribuintes, que cre­mos que existe uma ordem no país. Títulos que adquiri por 200 mil, converti no Brasil os 20 milhões de dólares, quanto tive de lucro? 19 milhões e 800 mil. Vamos fazer essa continha para vocês dormirem direito hoje. Esses 19 mi­lhões mandei para minha matriz, o papel está na minha mão ainda, porque dizia o seguinte a norma do Banco Central: ao converter esse tí­tulo, invista em empresa brasileira, e ao final de doze anos "Brasil, mostre a sua cara e me pague aqui, você me deve, pois sou credor des­sa nota promissória chamada título da dívida externa brasileira". Está na lei. Bota aí. Soma 20 milhões com 19 milhões e 800 mil: 39 mi­lhões e 800 mil. Nós devemos isso aí? E mais, o que pedi? Que o juiz bloqueasse o título do Paribas, não pagasse, indiciei os diretores. Por quê? Porque estava se aproximando o final dos doze anos, o título estava vencendo e tínhamos que pagar. Pedi que o Banco Central enviasse cópia de todos os processos de conversão da dí­vida externa brasileira pra mim. Estou esperan­do até hoje. Sabe o que o Banco Central falou? "O departamento não existe, nunca existiu, era feito por uma seção aleatoriamente lá no Banco Central." Então nós não devemos esse montan­te de milhões que cobram.RENATO POMPEU - Só não entendi o que o Fernando Henrique Cardoso ganhou com isso.PROTÓGENES - Calma, calma. Sobrou uma para contar a his­tória. A Célia da Avenida São Luís. A mulher de verdade. Era companheira do Alberto, ex-embai­xador do Brasil no Líbano. Quando estourou a guerra ele fugiu e viveu na França, estudando na Sorbonne. Quem ele conhece lá?MYLTON SEVERIANO - Fernandinho.PROTÓGENES - Colegas de faculdade. A Célia, marquei de­poimento numa quinta, véspera de feriado, às seis da tarde na superintendência da Polícia Federal. Uma morena bonita, quase 60 anos, me disse que tinha sido miss, modelo, era só­cia nessa empresa, tinha tipo 1 %. Furiosa, "que absurdo, véspera de feriado, perder meus negó­cios, engarrafamento". Já estava gritando no corredor. Dei um molho de uns trinta minutos até ela se acalmar. Pensei "essa mulher está fu­riosa e tem culpa no cartório". Falei "obriga­do por ter vindo", e ela "obrigado nada, o se­nhor é indelicado, desumano, sou dona de uma indústria de sorvetes, e me chama numa hora importante porque tenho que distribuir sorve­te, é feriado, o senhor não tem coração". No meio da esculhambação, digo "tenho que cum­prir meu dever, sou funcionário público", e ela "aposto que é o caso daquele Paribas, não sei por que ficam me chamando, e tem mais, fui companheira do Alberto, e ele foi muito mais brasileiro que muita gente. Era digno, hones­to, ficam manchando a alma dele. Eu ajudei ele até o fim da vida, inclusive sustentei parte da família dele". Percebi que não sabia a verdade, ela disse "ele morreu pobre, ficou esperando a conversão dessa dívida que nunca houve". De­talhe: na quebra de sigilo bancário encontrei um cheque do Alberto que ele recebeu, 64 mi­lhões, na boca do caixa do banco Safra. E ele transfere as cotas para uma empresa criada pelo Paribas em nome dos diretores.MYLTON SEVERIANO - No Brasil?PROTÓGENES - Já é um Paribas do Brasil. Transfere para a subsidiária, e os diretores começam a sa­car. O primeiro quem recebe é ele, valor equi­valente a 5%. E ela disse "ele não recebeu a comissão dele que era de 5%". Bateu! Tran­quei o gabinete, falei "vou mostrar um do­cumento, mas se disser que mostrei, pren­do a senhora", era a cópia do cheque, com assinatura e data. A mulher começou a cho­rar. "Desgraçado. Que o inferno o acolha!" Ela disse "tenho muito documento na minha casa". Se fizesse pedido de busca e apreensão chamaria atenção da Justiça, teria um inde­ferimento. Essa investigação estava sendo arrastada. Fiz uma busca e apreensão ao in­verso, "a senhora permite que selecione o que quero?", ela disse "perfeito". Naquela véspera de feriado, peguei dois agentes, con­trariando colegas que queriam ir embora...MYLTON SEVERIANO - Qual o ano?PROTÓGENES - 2002. Saímos de lá de madrugada, era um apartamento antigo, magnífico. Ela cho­rando, "desgraçado, até comida na boca eu dei". Ela me dá uma agenda, "aqui parecia o Banco Central, eu atendia o doutor Alberto, da área internacional". Encontrei documen­tos, agendas que vinculavam ele ao Armínio Fraga, ao Fernando Henrique, inclusive uma carta manuscrita, não vou falar de quem, de­pois confirmada, ela falou "levei esse presen­te, pessoalmente, até a casa do Fernando". Mandei documentos para perícia. Na época era eleição do Fernando Henrique.RENATO POMPEU - Não, do Lula.PROTÓGENES - Isso. Lula venceu contra Serra. Fernando Henrique era presidente.RENATO POMPEU - Ele recebeu dinheiro então?PROTÓGENES - Vamos pegar a linha do tempo. Ele sai de ministro da Fazenda e vira presidente. O ge­rente da área internacional que dá o parecer no processo, quem era? Armínio Fraga. Que presidiu o Banco Central. Essa investigação não sei que fim deu. Pedi ao Banco Central o bloqueio de todos os títulos da dívida externa brasileira que foram convertidos. E pedi cópia de todos os processos de conversão junto ao Banco Central para investigação.RENATO POMPEU - Saiu na mídia?PROTÓGENES - Em parte, mas foi abafado. Quem conseguiu publicar foi, se não me engano, a Época.PALMÉRIO DÓRIA - Citando Fernando Henrique?PROTÓGENES - Não, não citou. A reportagem era "Fraude à francesa". Essa investigação surge da denúncia de um advogado, Marcos Davi de Figueiredo. Ele sofre uma pressão implacável dentro do ban­co. A Célia passa a ser ameaçada, logo que pres­ta depoimento entregando tudo. Inclusive os es­critórios que deram suporte a essa operação, um do Pinheiro Neto, e ela diz que sofria ameaça do próprio Pinheiro Neto. O procurador foi o dou­tor Kleber Uemura.MARCOS ZIBOROI - É a última notícia?PROTÓGENES - Sim. Parece que ele tinha conseguido a que­bra de sigilo bancário. Depois o dinheiro saiu no mercado paralelo e entraram grandes empresas com esquemas de saída de dinheiro. Tinha a Co­tia Trading, que tinha uma coisa com a Volkswa­gen. Entra gente muito poderosa no esquema. Pedi a quebra de sigilo de todas as pessoas que participaram da fraude. E o Kleber conseguiu, aí não acompanhei mais. O Tribunal Federal deu a decisão de que era para não ter quebra de sigilo, era a juíza, salvo engano, Sylvia Steiner. Dá de­cisão favorável ao banco. Meses depois é nomea­da juíza do Tribunal Penal Internacional pelo...RENATO POMPEU - ... excelentíssimo presidente da República.A entrevista completa só está disponível na revista impressa.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009


"É mais fácil Vesgo (do Pânico), ser Presidente do Brasil do que ZéSerra". PHAmorim
"Serra é sem escrúpluos, ele passaria com um trator por cima do cadáver da própria mãe". Ciro Gomes (PSB)
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Para Serra ser presidente
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do blog: Cidadania


Tenho uma boa e uma má notícia para o governador José Serra. A boa é que tem gente muito poderosa desesperada para que 2010 chegue logo e o governador paulista vença logo a eleição presidencial. A má, porém, é que quem deseja tanto que isso aconteça não é o povo, é só um punhado de gente que não lota um ginásio de esportes.
Vale notar: os ideólogos da eleição de Serra são alguns partidos de oposição, algumas associações de mega empresários e alguns mega meios de comunicação.
Claro que esses entusiastas da candidatura conservadora à Presidência têm muito poder de influência, mas essa influência já se demonstrou insuficiente para recolocar um conservador de novo na cadeira presidencial. E por duas vezes.
Aliás, pensando melhor, foram muitas vezes que Lula derrotou a direita desde 2002. Cada uma das campanhas de desmoralização na mídia que o presidente sofreu e que precederam pesquisas sobre sua popularidade foram pequenos processos eleitorais que ele venceu
Aconteceu assim: depois de cada rodada de ataques, uma pesquisa, e em cada pesquisa, uma derrota da oposição.
Assim como nada está ganho para Serra, assim como as pesquisas que mostram o tucano na frente na corrida presidencial não significam nada, pois Lula esteve na frente antes das eleições de 1994 e de 1998 e nas retas finais daqueles anos foi derrotado, nem tudo está perdido.
Serra pode, sim, tornar-se presidente daqui a dois anos. Há uma fórmula única e infalível para ele lograr tal feito. E como hoje acordei generoso, vou oferecê-la de bandeja aos tucanos que freqüentam o Cidadania.
Serra só precisa convencer o povo de que pode fazer mais por ele do que Lula fez e do que fará o candidato que o presidente ungir. Mas deixem-me lhes dar uma explicação: quando uso o verbo “convencer”, na verdade quero dizer provar. E sem tentar enganar.
Destaco meu ponto de vista de forma ainda mais explícita: mentir não deverá adiantar, nem com todas as tevês e jornais do mundo. O povo quererá provas. Não se contentará com promessas, sobretudo de políticos como os tucanos que já governaram o país com os resultados catastróficos conhecidos da maioria.
Não assino incondicionalmente embaixo da teoria de que o povão se tornou totalmente esclarecido, mas ninguém pode negar que parece não estar se deixando enganar no macro da política, ainda que no micro vejamos populações sendo enganadas o tempo todo.
O que pode estar acontecendo, para azar do tucano, é que as pessoas podem até estar brincando em eleições municipais ou estaduais, deixando-se levar por idiossincrasias quanto à simpatia ou antipatia que sentem pelos candidatos, por preconceitos etc., mas, quando se trata do governo do país, depois de tudo que o Brasil já passou todos devem estar refletindo muito mais sobre o voto.
Para convencer os brasileiros, portanto, Serra terá que tentar vender meras promessas contra obras e programas concretos e que estão agradando, o que certamente levará o tucano a persistir no erro que vem cometendo de tentar se apropriar desses ativos políticos. Aquela história de que tudo que dá certo é obra de FHC, que nunca funcionou.
O tucano terá ainda, contra si, o estigma de ter integrado o governo FHC. E, apesar de nenhum conservador aceitar o que direi, atualmente o ex-presidente está completamente desmoralizado entre a grande maioria dos brasileiros. Há fartura de pesquisas de opinião que mostram isso.
Em 2010, mais uma vez o PSDB e o PFL serão colocados diante do dilema de se mostrarem diferentes de FHC ou de tentarem reabilitar a imagem pública do ex-presidente. E isso num contexto de seis anos durante os quais nem os partidos nem sua mídia aceitaram reconhecer que FHC governou mal, o que deixa a eles só a opção da reabilitação, opção que tampouco jamais funcionou.
A cada defesa que fazem do ex-presidente, Serra e a mídia como que prometem que, se voltarem ao poder, repetirão o que ele fez, por mais que digam que a conjuntura hoje é diferente etc. e tal. Essas pessoas simplesmente não querem aceitar o fato de que o povo não gosta de FHC e não quer votar em ninguém ligado a ele.
A confiança da direita no poder da mídia é maior do que a sensatez permitiria. E a mídia estimula essa confiança, obviamente porque o que ela vende à direita é confiança no poder que afirma ter. Ou seja: o PSDB e o PFL têm sido vítimas de propaganda enganosa.
Não será muito difícil Serra se tornar presidente, mas só se ele tiver alguma razão para ser eleito que seja do interesse da maioria. Dizer à população, simplesmente, que tudo de bom que aconteceu no governo Lula é mérito de FHC e tudo o que aconteceu de ruim é demérito de Lula, não colará amanhã tanto quanto não cola hoje e tanto quanto não colou ontem.
Para ser presidente, Serra terá que provar que seu caminho não é o mesmo de Lula, que é um caminho alternativo e que é melhor. Todavia, continuo achando que o cidadão pró-Serra que está lendo isto não se convence quando falo que o candidato tucano terá que provar o que dirá.
A boa notícia final para Serra, enfim, é a de que, se ele conseguisse provar tudo o que enumerei, até eu votaria nele. Já a má notícia, é a de que é quase certo que ele não terá como dar prova alguma, restando-lhe apenas a tática manjada e fracassada do ilusionismo.
Carta aos jornais
Do blog: Cidadania

Merenda, um crime
da imprensa
Como deveria ser - e não é – a merenda em São Paulo
Merendeiras de escola pública em Moema, bairro nobre paulistano

Prezados editores da Folha de São Paulo e do Estado de São Paulo,
[ao menos]
finalmente, depois de semanas sem publicar nenhuma notinha escondida nas páginas internas sobre o escândalo da merenda de Kassab, a Folha volta ao assunto, mas para criticar uma entidade particular por não fiscalizar a merenda que o governo Kassab oferece às crianças da rede pública e, de quebra, jogar nas costas do governo Lula uma responsabilidade que é exclusiva do município paulistano.
A reportagem "Órgão que fiscaliza a merenda só checou 3 escolas em 2008" é uma das maiores vergonhas jornalísticas que já vi. E a minúscula nota do mesmo dia "Base de apoio ao prefeito enterra CPI da merenda", é de um cinismo atroz. Se fosse Marta Suplicy a prefeita, a Folha estaria pressionando todos os dias em manchetes espalhafatosas, como fez com a CPI DO LIXO na gestão petista, até que saiu.
Partidarismo e jornalismo definitivamente não combinam, mas hoje temos ao menos uma tevê Record e os blogs denunciando a "competência" de José Serra e seu teleguiado "Geraldo Kassab", que, de quebra, ainda deixam as pessoas verem como a Folha e o Estadão, jornais que deveriam estar na vanguarda das denúncias dessa imundice tucano-pefelenta, não passam de panfletos a serviço de Serra.
Despeço-me com uma pergunta: onde estão os editoriais, artigos, cartas de leitores escandalizados e indignados da época de Marta Suplicy? Onde estão os Clóvis Rossis e Elianes Cantanhêdes, os Elios Gasparis e Janios de Freitas, e suas críticas irônicas? E as manchetes? Só quero saber das manchetes, sobretudo as de primeira página, tão freqüentes no tempo de Marta Suplicy.
A mídia teve que recuar no caso da promoção de pânico no âmbito da crise financeira internacional, que visava alarmar a população e o empresariado, os agentes econômicos, para agravar a crise e pôr a população contra o governo Lula e seu titular. A queda da receita da mídia com publicidade em janeiro correspondeu ao clima que ela gerou entre os agentes econômicos, importando a crise.
Será que dinheiro é a única palavra que o seu patrão entende, caro editor de seção de cartas de leitores?
Eduardo Guimarães
*

Órgão que fiscaliza merenda só checou 3 escolas em 2008
Em 2007, foram feitas 92 vistorias e achados até alimentos em decomposiçãoMembros do conselho que faz visita às escolas dizem que redução ocorre por falta de estrutura e de disponibilidade de tempo
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL - Folha de São Paulo
O principal órgão independente responsável por fiscalizar a qualidade da merenda escolar na cidade de São Paulo reduziu drasticamente seus trabalhos e realizou somente três vistorias nas escolas municipais no ano passado inteiro.
Em 2007, os integrantes do CAE (Conselho de Alimentação Escolar) fizeram 92 visitas -a rede municipal tem 2.300 unidades- e descobriram uma série de problemas na comida dos estudantes, que se tornou alvo de uma investigação do Ministério Público Estadual.
Por exemplo: alimentos em decomposição, salsicha cortada em três para render mais e prêmio para cozinheiras terceirizadas que economizassem nas porções fornecidas aos alunos.
O CAE é formado por representantes de pais, de professores e funcionários públicos. Tem a tarefa legal de acompanhar a merenda "visando garantir alimentos de boa qualidade e padrões de higiene".
Sem seu trabalho, a merenda fica sem controle social e praticamente sem fiscalização isenta -dependendo só da atividade dos próprios servidores da prefeitura, que também são alvo da investigação e que não conseguiram identificar as deficiências apontadas em 2006 e 2007 tanto pelo CAE como por um relatório da Fipe-USP.
O esvaziamento do trabalho do conselho -que, neste ano, não fez ainda nenhuma vistoria- é atribuído por seus membros à falta de infraestrutura.
Os conselheiros titulares se limitam a sete e são voluntários -não recebem remuneração.Os que fazem parte do poder público dizem não ter dispensa do serviço para participar das vistorias. Assim, na prática, a atividade do órgão tem sido restrita a uma reunião mensal na qual são discutidos principalmente problemas burocráticos, além da aprovação do uso das verbas pela prefeitura.
A precariedade do CAE também é física. Até hoje ele não tem telefone -nem para receber denúncias. Também não tem sala fixa de reuniões.
As deficiências são reconhecidas pelo órgão, que apresentou ontem um balanço de suas atividades num encontro presenciado pela Folha.
Num relatório, eles citam que a quantidade de vistorias feitas em 2006 e 2007 só foi possível devido à disponibilidade de tempo de alguns membros. Sobre 2008, relatam que a atividade de "auditorias" do CAE nas escolas "falece".
"Antes eu trabalhava por conta própria. Agora sou empregado, não tenho tempo livre", diz José Pereira da Conceição Jr., presidente do órgão e representante dos pais.
"Se continuar assim, ficará só no faz-de-conta. Um faz de conta que fiscaliza e outro faz de conta que é fiscalizado", diz José Ghiotto Neto, braço dos professores no CAE.
Ele atribui responsabilidades tanto ao governo federal (por definir normas frágeis de funcionamento do conselho) como à prefeitura (por não disponibilizar estrutura). Os atuais conselheiros terminarão seu mandato no mês que vem, quando parte será trocada.
A inatividade recente das vistorias do CAE virou até um trunfo para as empresas terceirizadas que fornecem a merenda e que são investigadas. Elas alegam que os problemas revelados recentemente pela Promotoria são antigos -até 2007. Nas três vistorias do conselho em 2008, as falhas verificadas foram na prestação de contas de entidades conveniadas.

*
Base de apoio ao prefeito enterra CPI da Merenda
DA REPORTAGEM LOCAL – Folha de São Paulo
A base do prefeito Gilberto Kassab (DEM) na Câmara enterrou ontem a CPI da Merenda, proposta pela oposição para investigar eventuais fraudes na contratação das seis empresas que prestam serviço na rede municipal de ensino.
Para evitar a interrupção dos trabalhos na Casa, já que o regimento interno exige duas CPIs em andamento, os governistas aprovaram uma comissão para apurar o despejo de esgoto no córrego Jurubatuba e outra para regular a cobrança do IPTU de grandes empreendimentos.
Essa última CPI foi motivada por reportagem da Folha publicada no último dia 6 que mostra que o shopping Bourbon não paga IPTU pelo prédio de 185 mil metros quadrados.
Segundo o líder do PT na Câmara, vereador João Antonio, os apoiadores de Kassab "abafaram" a investigação.
O líder do governo, vereador José Police Neto (PSDB), justificou a opção dos governistas pelas duas outras comissões. "No ano passado, uma subcomissão da Comissão de Finanças apurou o caso das merendas e não há fato novo."
*
CASA DOS ARTISTAS
Mônica Bergamo - Folha de São Paulo
O marido de Ana Maria Braga é o mais novo colaborador da administração de Gilberto Kassab (DEM-SP). Candidato derrotado à Câmara Municipal, Marcelo Frisoni vai assumir um cargo de "coordenação" na Secretaria de Modernização, Gestão e Desburocratização. O convite, diz ele, foi feito pelo secretário Rodrigo Garcia.
O jornalismo canalha de um blogueiro sem escrúpulos

Os Amigos do Presidente Lula

Tão servil diante do governo FHC, Josias de Souza virou um raivoso crítico do Presidente Lula.Nesta postura de cão-de-guarda da direita, Josias de Souza desqualificou duas importantes figuras da política brasileira: Dilma e Marta.Josias está sentindo falta do governo Fernando Henrique. Sente falta das regalias que ele e seu jornal recebia de FHC, principalmete, quando usava e abusava do dinheiro do contribuinte. Para quem não sabe ou não lembra, o Incra ‘financiou’ com recursos públicos a locomoção do ‘grande’ Josias de Souza a assentamentos do movimento MST no Paraná em 2000, quando recebeu pagamento de diárias e uso de carro do órgão. É bom lembrar o leitor que nesta época o ministro era ninguém mais que Raul Jungmann (PPS). Vamos
relembrar aqui:“O Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo, que inclui entidades como a CPT (Comissão Pastoral da Terra) e o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), fez na semana passada uma denúncia envolvendo a Superintendência Regional do Incra do Paraná, o jornalista Josias de Souza e o repórter-fotográfico Alan Marques, ambos da Folha de S.Paulo.De acordo com o Fórum, o Incra pagou uma viagem dos jornalistas Josias de Souza – entre Curitiba e alguns assentamentos no interior do estado –, e estadias em hotel durante os dias 8 e 10 de maio(2000). Em função disso, as entidades protocolaram, no último dia 9, na sede do Ministério Público Federal de Curitiba, uma representação contra a Superintendência Regional do Incra-PR”.
O Incra do Fernando Henrique Cardoso era a mãe dos jornalistas. Lembremos também, do envolvimento de Rebeca Scatrut, mulher de Ricardo Noblat, no escândalo do desvio de R$ 33 milhões do Incra/Ministério do Desenvolvimento Agrário, que envolve também o atual deputado federal Raul Jungmann do PPS
Leia também-> Blogueiro vadio de um jornal vagabundo
O fenômeno Lula


Com o título "Y Lula se comió a la oposición", o espanhol "El País" escreveu que "na política brasileira se produziu fenômeno único na América Latina e talvez no mundo: o carismático presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que goza de 84% de popularidade depois de seis anos de governo, comeu a oposição". O jornal diz que "já se sabia que Lula é um gênio político", descreve como Lula venceu as resistências de seu partido e depois secou as bandeiras de seus opositores. A tal ponto que, agora, "os dois aspirantes do PSDB sabem que não poderão ser eleitos contra Lula". Leia a matéria completa
Ok, sabemos antecipadamente que a nossa imprensa não tocará neste assunto. Queira a oposição em coligação com a imprensa, ou não, o fato é que, Lula hoje é comparável a Getúlio e Juscelino em termos históricos e de ligação com a massa popular. Imagina um menino, retirante nordestino, cujo pai tinha se mandado de Pernambuco para São Paulo, a mãe, dona Lindu, oito filhos pequenos no colo, sem notícias, vai atrás dele e descobre que ele tinha casado com uma sobrinha e já tinha outros filhos.Dona Lindu, analfabeta, garante educação para os filhos, coloca-os a fazer cursos no Senai, o jovem Lula torna-se metalúrgico, dirigente sindical, é o principal líder do sindicalismo combativo dos anos 70/80, funda um partido, o PT, funda a CUT, torna-se líder e referência nacional, deputado federal constituinte mais votado do país, concorre a presidente e só não ganha por manobras da Rede Globo que quer Collor, concorre mais vezes, finalmente elege-se presidente, é atacado por todos os lados, sofre um bombardeio jamais visto, mas reelege-se com a maior votação percentual da história do Brasil e nominal do mundo. É ou não é um fenômeno? Qualquer outro teria sido derrubado, deposto do governo, ‘impichado’, quase condenado às profundezas do inferno.Ele não. Soberano, reafirma seus compromissos e afirma que o centro do seu segundo governo será ‘desenvolvimento com distribuição de renda e educação de qualidade’. Lula passou definitivamente para os livros de história do Brasil. Tô certa ou tô errada na minha análise?
Quanto ao governador José Serra...Leia no blog Os Amigos da Presidente Dilma o que ele anda aprontando...Governador José Serra (PSDB)põe aluno em puxadinho de madeira

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Outro embuste de Zé Pedágio: Ele não tem o direito de se dizer economista


Fonte: ConversaAfiada

O Conversa Afiada tem o prazer de anunciar que tira do ar a trepidante enquete “qual a melhor coisa da ‘jestão’ do Governo Pedágio?”
. Ali, a resposta mais votada, com 18% dos votos, foi Pedágio “fingir que gosta de nordestino”.
. Em seguida, Pedágio pagar o Pior Salário Do Brasil, o PSDB de São Paulo.
. E, em terceiro, com 216 votos, ou 12% dos votos, a resposta “dizer que é economista”.
. Essa enquete acaba de ser substituída por outra, sugestão de amigo que trabalha na Globo de São Paulo (onde tenho vários amigos): se a crise não for A crise, o que eles vão fazer? Vote ao lado.
. Fiquei muito intrigado com o número de respostas para “dizer que é economista”.
. O Conversa Afiada já disse que o PiG(**) de São Paulo, entre os muitos blefes que criou e sustenta, propaga que Zé Pedágio é um “economista competente”: não é uma coisa nem outra.
. Porém, como Pedágio não tem escrúpulos – e passaria com um trator por cima da mãe, como previu Ciro Gomes, em sabatina na Folha (*), - Pedágio, sem nenhum escrúpulo se diz “economista” (o “competente” fica implícito).
. Zé Pedágio fez uns cursos de meia tigela no Chile e nos Estados Unidos e não se graduou no Brasil.
. Das duas, uma: ou ele revalida os “diplomas” de meia tigela que trouxe do Chile e dos Estados Unidos;
. Ou volta aos bancos escolares e se forma em economia no Brasil.
. Só com um diploma revalidado ou com uma graduação no Brasil ele tem direito a se chamar de “economista” (o “competente” o PiG deixa implícito).
. O Renato Machado, por exemplo, que nos enriquece todas as manhãs com seus argutos comentários sobre a economia brasileira, mundial e planetária, por exemplo, tem tanto direito a se dizer economista quanto o Zé Pedágio.
. Quem sabe da vida acadêmica do Zé Pedágio é o nosso amigo navegante Nylson:
NYLSON GOMES FILHO em 5/fevereiro/2009 as 13:04Caro PHA, você disse que o Serra não é economista competente. Como poderá constatar abaixo, nem economista é. Vejamos a trajetória dele:Serra, aos 18 anos, ingressou no curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, o qual nunca concluiu. Com o golpe militar de 1964, ele exilou-se na Bolívia, no Uruguai e, em seguida, no Chile, onde fez o “Curso de economia” da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), de 1965 a 1966, especializando-se em planejamento industrial. Apenas 2 (dois) anos de curso! Quer dizer, não é um curso superior formal. Depois disso, fez mestrado em Economia pela Universidade do Chile (1968), da qual foi professor entre 1968 e 1973. Em 1974, fez Mestrado e Doutorado em Ciências Econômicas na Universidade Cornell, nos Estados Unidos, sem nunca ter cuncluído uma faculdade. Como foi possivel isso? No Chile e nos EUA não é exigido curso superior para fazer pós-graduação, o que não é permitido aqui no Brasil. Além disso, os cursos de pós-graduação que Serra cursou na Cornell (com que dinheiro não sei, porque são caríssimos) não são “strictu senso“ mas “lato senso“ como os fornecidos pela rede privada aqui no Brasil. Em suma: não valem nada em termos acadêmicos.O pior disso tudo é que ele usou toda esta papelada aqui no Brasil para ser professor na UNICAMP. Como? Não sei mas seria uma pauta interessante para o jornalismo investigativo.Grande abraço.
. Agora, vejam só como Zé Pedágio, na maior cara de pau, se diz economista em documentos oficiais: no Portal do Governo de São Paulo e na ficha do Tribunal Eleitoral


O Governador José Serra nasceu em São Paulo, no bairro da Mooca. Logo cedo ingressou na política, como presidente da União Estadual dos Estudantes de São Paulo em 1962/63, e depois, como presidente da UNE em 1963/64. Foi perseguido pelo golpe de Estado que derrubou João Goulart em 1º de abril de 1964, e partiu para o exílio três meses depois. No exterior, José Serra enfrentou dificuldades e não pôde concluir seus estudos de engenharia. Decidiu então formar-se em Economia, obtendo o diploma de mestre nessa disciplina pela Universidade do Chile, onde tornou-se professor. Foi, também, funcionário das Nações Unidas nesse período.Obrigado a exilar-se novamente, Serra foi para os Estados Unidos, onde obteve outro mestrado e o doutorado em Ciências Econômicas pela Universidade de Cornell. E foi, por dois anos, professor do Instituto de Estudos Avançados de Princeton. Em 1978 José Serra retornou ao Brasil. Tornou-se professor da Unicamp, pesquisador do Cebrap e editorialista da Folha de S. Paulo. Ajudou a fundar o PMDB, sendo relator do primeiro programa do partido.
Em tempo: agora, aqui para nós, amigo navegante: existe sorriso mais simpático do que esse do Pedágio, com aquelas extensas gengivas “implícitas” ?
(*) Já estava na hora de a Folha tirar os cães de guarda do armário e confessar que foi “Cão de Guarda” do regime militar. Instigado pelo Azenha –
clique aqui para ir ao Viomundo – acabei de ler o excelente livro “Cães de Guarda – jornalistas e censores do AI-5 à Constituição de 1989”, de Beatriz Kushnir, Boitempo Editorial, que trata das relações especiais da Folha (e a Folha da Tarde) com a repressão dos anos militares. Octavio Frias Filho, publisher da Folha (da Tarde), não quis dar entrevista a Kushnir.
(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista

O Senador Jarbas Vasconcelos descreveu seu partido, o PMDB, como composto de quadrilhas que cometem diversos crimes tipificados no código penal:- manipulação de licitações;- contratações dirigidas;- corrupção em geral.Vários desses crimes foram objetos da ação do Ministério Público e de grandes operações Polícia Federal nos últimos anos, atingindo, não só o PMDB, mas praticamente todos os partidos, sendo os campeões no ranking da corrupção o DEMos e os tucanos.Se Jarbas Vasconcelos está se referindo aos casos que todos nós estamos cansados de saber, e que deixaram de ser abafados a partir do momento em que a Polícia Federal ganhou maior autonomia e verbas no governo Lula, ele está fazendo a prática surrada da velhacaria política de deturpar os fatos, que cansamos de ver de 2004 para cá, principalmente nas mesmas páginas marrons de Veja.Se Jarbas está se referindo a algo que ele saiba que continua acontecendo impunemente, o endereço da Polícia Federal é este:SAIS Quadra 7 - Lote 23 - Setor Policial Sul Brasília-DFE o endereço da Procuradoria Geral da República é este:SAF Sul Quadra 4 Conjunto C - Brasília / DFEsconder-se por trás da revista Veja com esse discurso hipócrita, sem denunciar ao PGR, nem à Polícia Federal é coisa de covardes.Covarde com o Brasil, covarde com Pernambuco, e covarde com seus eleitores.Em tempo:O circo de Jarbas Vasconcelos continua e deve sair no Jornal Nacional. Nesta segunda-feira, 16, marcou
entrevista coletiva, para "reafirmar" o que disse à revista Veja.Ou seja, a coletiva foi para "repercutir".Dessa vez alguns repórteres tiveram a "curiosidade" que o repórter da Veja não teve: pedir ao Senador para "dar nome aos bois".Pessionado para citar nomes, o senador COVARDEMENTE esquivou-se, dizendo ser uma denúncia "genérica".COVARDEMENTE, disse: "eu tinha que ser generalista mesmo porque primeiro o volume (de pessoas envolvidas em práticas irregulares) é muito volumoso. Depois eu não quero citar ninguém, por enquanto, pois tenho de ter o mínimo de estratégia".Um Senador que sabe de irregularidades e as usa para ESTRATÉGIA política, em vez de denunciar ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal, é CHANTAGISTA e COVARDE.

Meu comentário:
A ficha corrida de JV é conhecidíssima aqui pelas plagas de Pernambuco: quando desgovernou nosso Estado, à época do triste desgoverno FHC, nosso Estado era discriminado, humilhado e desprezado pelo mequetrefe FHC, mesmo tendo como vice-presidente (infelizmente), o também pernambucano Marco Maciel, um sabujo que viveu à sombra da ditadura e que ainda hoje mama nas tetas do governo Pernambucano. Jarbas calou e apoiou todos os atos do falecido FHC contra nosso Estado. Quando o lendário Miguel Arraes, então governador do Estado tentou privatizar a CELPE (Companhia Energética de Pernambuco), Jarbas e seu grupo de abutres caíram em cima de Arraes, com o argumento de que a CELPE era um patrimônio do povo pernambucano. Eleito governador (sem meu voto, claro), qual o primeiro ato de Jarbas ? - doar a CELPE. E rapidinho encontrou interessados para os quais entregou a companhia por míseros 10 bilhões. E cadê o dinheiro da doação? - segundo ele (e com a concordância e o aplauso do PIG), usou TODO o dinheiro na duplicação da BR 232, que liga Recife a Caruarú (131 kms), a qual passou a chamar-se BR-464, tal o superfaturamento da obra. O material que foi usado era de terceira e a buraqueira hoje toma conta da BR 464. Este é Jarbas Vasconcelos, “o pai da ética”, que jamais voltará a ganhar uma eleição em Pernambuco, posando de vestal, atacando Sarney (que apóia Lula), e poupando Temer (que apóia Serra), comendo ananás e arrotando caviar. Delenda Jarbas !

Acesse: http://www.miron-miron.blogspot.com.br/

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Lula/Dilma 2010


Lula diz que imprensa é 'pequena' e abusa de sua inteligência
do blog: Desabafo Brasil
Presidente centra fogo nos jornais que asssociaram encontro de prefeitos a promoção de DilmaA. gência Estado - BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em discurso exaltado, reclamou das críticas dos jornais e disse que a imprensa foi "pequena" ao afirmar que ele convocou o "Encontro Nacional com Novos Prefeitos e Prefeitas" para anunciar medidas de apoio às prefeituras e, assim, promover a candidatura presidencial da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.De improviso, falando para 3,5 mil prefeitos, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, Lula disse que ficou "frustrado e triste" ao ler os jornais, de manhã."Fiquei triste como leitor, porque abusaram de minha inteligência e pensam que o povo é marionete e pensa como boi, como manada", afirmou. "Mas acabou o tempo em que alguém achava que poderia influenciar uma eleição por ser formador de opinião", acrescentou.O presidente reclamou ainda da interpretação de alguns veículos da imprensa de que o pacote de medidas anunciadas nesta terça de ajuda aos municípios - como o reparcelamento das dívidas das prefeituras com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) - foi um "ato de bondade".Um dos jornais, disse Lula - sem identificá-lo - "foi mais longe" ao questionar "Como o presidente vai dar dinheiro para bandido?" Lula lamentou: "Como é fácil julgar as pessoas e condenar sem dar sequer uma oportunidade para vocês provarem que não são ladrões como eles escrevem!"O presidente disse que não poderia se calar. "Outros (jornais) foram além e disseram que (o pacote de medidas) é um ato para promover a ministra Dilma Rousseff. São pessoas pequenas."No discurso, Lula centrou seus ataques na imprensa. "Não é porque a imprensa me ajudou que fui eleito, mas porque suei para enfrentar o preconceito e o ódio dos de cima para com os de baixo", afirmou. "Eu posso ter a minha postura, mas não perco a minha vergonha e o meu caráter", declarou, qualificando as interpretações de jornais de "insinuações grotescas".Ricos e os impostosO presidente disse ainda que "tem gente que não gosta de pagar imposto". Em seguida, disse ao público que, às vezes, pessoas de classe média não reclamam de um aumento, por exemplo, no IPTU. "Mas, se você aumentar em um centavo o imposto da mansão...".Lula ressuscitou a discussão do fim da CPMF ao dizer que, na época, esperava que houvesse uma marcha de prefeitos para preservar o imposto. "Sem a CPMF, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) da saúde está parado desde o começo de 2007", disse. O presidente também falou aos prefeitos que a política, às vezes, é "ingrata" e lembrou que alguns prefeitos que acabaram de comemorar a eleição já tiveram seus mandatos cassados.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

do Blog: Desabafo Brasil
Martins Andrade

A Ditadura da Mídia

Fora Futebol: Tenho insistido na questão da mídia brasileira. Tem sido ditatorial, corporativa e golpista. É por isso que, de vez em quando, um amigo me interpela sobre esse ou aquele assunto da vida nacional, mas sempre colocando o atual governo em cheque com palavras pejorativas. Na atual crise mundial a mídia brasileira está tendo uma atuação catastrófica. Não interessa a esses gângsteres ditadores da comunicação social brasileira, se o povo tenha ou não emprego. Se consiga ou não alimentar seus filhos cotidianamente. Ou morrem nos corredores dos hospitais. Interessa-lhes causar nesse povo um impacto muito negativo, de tal forma a influenciar na queda da popularidade do presidente da república para que não consiga transferir votos para seu sucessor. E assim, trazer de volta um neoliberal para governar o Brasil. Mal a crise havia estourado nos Estados Unidos e a mídia já pedia aos brasileiros para fugir dos balcões das lojas e supermercados. Os desavisados pensariam estar essa mídia interessada em proteger a população. Nada disso. Não comprando, as empresas entrariam mais cedo na crise, desempregando milhões de brasileiros. Desempregado, esse povo vociferaria suas idiossincrasias contra o governo. Impopular, o governo correria o risco de uma desestabilização. Ou até a ameaça de um atentado à democracia, como já se viu nos primórdios de 1964. É isso que interessa, nesse momento, à grande mídia. Mesmo que para atingir seus os objetivos, ela tenha que negar sua própria função, que é a de bem informar. Assim, esconde do povo que essa grave crise, que atinge o mundo nesse instante, surgiu exatamente do modelo econômico que os políticos que ela defende, querem implantar novamente no Brasil. O neoliberalismo, modelo econômico centrado na saída do estado das atribuições sociais e até econômicas, foi o principal alavancador dessa grave crise que assola o mundo, desestabiliza economias e países, desemprega milhões de trabalhadores, desagrega famílias e as arremete à fome e à deploração social de seus entes. Essa crise revelou os malefícios da política neoliberal para o mundo inteiro. A mídia brasileira quer colocar os neoliberais do Brasil no comando do nosso país. Nem que para isso, nosso povo venha a sofrer um holocausto velado, sem câmara de gás, mas com a inanição causada pela fome, conseqüência da ausência do trabalho dignificador. A mídia mundial está sob suspeita. O recente Fórum de Belém(leia mais), acontecido no Pará, reacende a discussão dos novos rumos para os meios de comunicação, sobretudo na America Latina. Oxalá que esses novos caminhos coloquem os anseios do povo como primordiais. E se pautem discussões sobre melhores formas de vida para os cidadãos no mundo. Nunca a defesa da eleição de verdadeiras quadrilhas para governar nações. Ou a mídia assume esse papel ou a internet, que já ultrapassou a mídia escrita, assume de vez o comando da informação no planeta. Outro risco que se corre. O da ditadura da comunicação mudar de lugar.