quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Tchau Serra!




Sei não, a Mônica Bergamo, colunista da Folha, --que, por sinal segue nosso blog no Twitter--, deve ter cuidado com o Serra. se continuar contando o que o jornal faz questão de esconder, vai acabar sendo demitida da Folha. Vejam o que diz ela em sua coluna de hoje (assinante): O governador José Serra (PSDB-SP) convocou às pressas especialistas em pesquisa, do próprio Ibope, para entender sua queda na sondagem divulgada anteontem pelo instituto, em parceria com a CNI (Confederação Nacional da Indústria). O tucano foi surpreendido pelos números.

A comparação entre a pesquisa de ontem e os números divulgados pela mesma CNI em junho mostra que Serra caiu de 38% para 34%. Os técnicos e o governador, no entanto, trabalham com um número maior, já que comparam os dados com o de outra sondagem do Ibope, mais recente, feita entre 29 de agosto e 1º de setembro por encomenda do PMDB. Nela, Serra aparecia com 41%, Dilma com 13%, Ciro Gomes com 14%, Heloísa Helena com 9% e Marina Silva com 3%.

Em relação aos números divulgados ontem, portanto, Serra caiu sete pontos, Dilma, Ciro e Heloísa Helena se mantiveram no mesmo patamar e Marina Silva dobrou de tamanho, para 6%. Ou seja, Mônica disse o mesmo que eu disse aqui pra vocês

Nota do blog

O PT encomendou uma pesquisa de opinião ao Vox Populi - o partido tem uma parceria firmada com o instituto mineiro - e pretende colher os resultados e apresentá-los em outubro. Além disso, integrantes do diretório nacional vão se reunir com os técnicos do instituto para analisar os resultados das pesquisas divulgadas recentemente, como CNT/Sensus e CNI/Ibope. Na última, Ciro foi o único dos pré-candidatos à Presidência que apresentou crescimento nas intenções de voto. "Ele tem capacidade de aglutinar, faz um discurso econômico de alto nível, tem um recall importante. É natural que venha se destacando", ressaltou um dirigente petista, acrescentando que Ciro, por enquanto, só atingiu 25% em um cenário no qual o candidato do PSDB é Aécio Neves, não José Serra. Sei. Estão subestimando a inteligencia do Ciro

Lula nas manchetes de jornais... do exterior

"Lula reclama "un nuevo mundo" con más poder para los países en desarrollo", essa é a manchete de hoje no jornal El País. Lula discursou na ONU. O "El País" deu chamada de capa para "Lula pede atenção para os pobres". O "Wall Street Journal" deu destaque a frase de Lula, sobre a exigência da comunidade internacional da reinstalação de Zelaya.

O "New York Times" dá destque para o Pré Sal na manchete para a "Indústria do petróleo está à toda com novas descobertas", e claro, fala sobre o Brasil

No "NYT", mais uma vez o assunto é Lula. O jornal se empolgou com a defesa que Lula fez dos Jogos de 2016 no Brasil, destacando e assumindo a declaração de que seria "o trabalho mais fácil do mundo", por se tratar do Rio. O jornal e o "WSJ" também dá destaque ao Presidente Lula

Mais dos mesmos


Papai noel chegou mais cedo para 7.709 pessoas que querem emprego de vereador.As Mesas Diretoras do Senado e da Câmara realizaram na noite (Mais uma vez uma votação na calada da noite) de quarta-feira uma sessão solene para promulgar a PEC (proposta de emenda constitucional) que aumenta em 7.709 o número de cadeiras nas Câmaras de Vereadores em todo o país.

A promulgação,que ocorreu em tempo recorde um dia após a Câmara votar o texto, transfere para o Judiciário uma definição de quando a ampliação das vagas terá validade.

Que beleza! aumentou o numero,"dos boca livre"para o povão dar de comer

Os "senhores representantes do povo", deveriam realmente nos representar dignamente, buscando através de seus "projetos", aumentar o número de creches, escolas, unidades de saúde, hospitais.. procurando melhorar a qualidade de vida daqueles que neles votaram; o acréscimo de vereadores acabará onerando ainda mais os gastos, não trazendo benefícios nenhum a população, esa história de que com o aumento de vereadores seremos melhores representados e pura balela...veremos as próximas eleições.

Em todas as legislaturas e em conversas de rua é comum ouvir pessoas dizerem que vereador só serve para dar nome de rua e prestar homenagens. Será?

Mais um exemplo de como nossos políticos são prestativos e se preocupam acima de tudo com nosso bem estar. Desta vez foi o vereador cantor Aguinaldo Timóteo.

Ele enviou uma carta ao prefeito Gilberto Kassab onde solicita que o Parque do Ibirapuera e a Sala São Paulo mudem de nome e passem a se chamar “Michael Jackson“.
E tem mais, o elmo vereador quer também que seja erguida uma estátua do Rei do Pop no Ibirapuera.

Eu sinceramente estou emocionado e feliz por ter representantes tão sensíveis ao que realmente importa.

Fico feliz também por constatar que a cidade de São Paulo praticamente não sofre com nenhum problema, já que para um nobre vereador apresentar projetos de tamanha relevância só posso concluir que nada mais útil tem a fazer.

Começa onda de aumento...deles. Eles merecem?

Por unanimidade, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou ontem o projeto que aumenta em duas etapas os salários dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). A partir de 1º setembro, os salários passam de R$ 24,5 mil para R$ 25,725 mil. E para R$ 26,723 mil a partir de fevereiro de 2010. A comissão também aprovou o mesmo reajuste para o procurador-geral da República.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que recebeu um aviso do Ministério do Planejamento de que não há reserva no Orçamento de 2009 para custear o reajuste. Jucá disse que espera que ocorra um remanejamento no orçamento do Judiciário para que o aumento seja efetivado.

Agora, os projetos seguem para sanção presidencial. Só vão para o plenário do Senado se houver apresentação de recurso por parte de algum senador no prazo de cinco dias úteis.

Os senadores da CCJ mantiveram o texto aprovado pela Câmara que estabeleceu reajuste de 5% neste ano e de 3,88% em 2010. A soma é inferior aos 14,09% pretendidos pelo STF no projeto original, pois um destaque aprovado pelos deputados retirou o aumento intermediário de 4,6% previsto para 1º de novembro de 2009.

O presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, afirma na justificativa do projeto que o reajuste cor responde à variação acumulada do IPCA entre os anos de 2006 e 2008.

Se o aumento de 14,09% fosse aprovado, a folha de pagamento do STF e de órgãos do Judiciário ligados à Suprema Corte teria um aumento de R$ 343,7 milhões, já em 2010 - o que inclui o reajuste dos ministros e dos servidores da Corte que têm os salários vinculados ao subsídio dos ministros.

Os salários dos ministros do STF e do procurador-geral da República - que correspondem ao teto do serviço público - servem de referência para os demais integrantes do Poder Judiciário e do Ministério Público, respectivamente.

Senadores querem mais

Assim, os reajustes no topo das carreiras podem provocar um efeito cascata, inclusive no âmbito estadual. A Constituição Federal estabelece que os subsídios dos juízes dos tribunais estaduais devem corresponder a percentuais dos salários dos desembargadores - que receberão, no máximo, 90,25% do que ganham os ministros do STF.

Após a CCJ aprovar o reajuste para os ministros do STF, um grupo de senadores cobrou que o Legislativo coloque em discussão a equiparação dos salários dos três Poderes. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que a equiparação está prevista na Constituição.

"Todos os anos reajustamos o teto do Judiciário e congelamos o Executivo e o Legislativo. Não faz sentido um ministro ganhar mais do que o presidente da República, do que um senador e um deputado. Temos que ter coragem de colocar isso em discussão. Poderia se fazer um equacionamento da remuneração, não seria do dia para a noite, seria um escalonamento", diz Jucá.

Articulação acelerada

O senador Wellington Salgado (PMDB-MG) reforçou o pedido do líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), para que deputados e senadores tenham aumento salarial. Ele disse que o Congresso tem que ter coragem de enfrentar o desgaste provocado por discussões de reajuste.

"Por que não corrigimos os nossos? Eu não consigo entender. O critério tem de ser único. Não há razão para distorções", argumentou Wellington Salgado.

Na Câmara, um grupo de parlamentares articula nos bastidores a elaboração de uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) para asse gurar que os vencimentos da Suprema Corte sejam repassados para deputados, senadores e para o presidente da República.

O aumento do STF segue agora para sanção presidencial. Se for sancionado como está, os ministros vão passar a ganhar R$ 25,725 mil - logo após a aprovação - e R$ 26,723 mil a partir de fevereiro de 2010.

Atualmente, o salário dos ministros é de R$ 24.500, uma diferença de R$ 7.988 para o salário dos deputados, que é de R$ 16.512, e de R$ 13.080 para o vencimento do presidente Lula, que é de R$ 11.420. Ainda não há acordo entre os deputados sobre o aumento.

Então tá...

Há parlamentares que adoram comparar o que ganham com o que recebem astros dos meios de comunicação, em especial a TV. O debate é outro. O que importa é saber se os parlamentares valem o que custam. Se uma emissora paga, por exemplo, R$ 120 mil por mês para uma estrela do jornalismo, é porque a empresa ganha mais do que isso com o profissional. E o contribuinte ganha o quê?

Bancários do País iniciam greve

Hoje começa a greve dos bancários de todo o Brasil. Em São Paulo, a decisão foi tomada em assembleia ontem à noite, com a participação de cerca de 1,5 mil trabalhadores. A paralisação será por tempo indeterminado. Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino, a proposta mais recente feita pela Federação Nacional de Bancos (Fenaban) previa apenas a reposição da inflação dos últimos 12 meses, de 4,4%, e não fazia referência ao aumento real reivindicado pela categoria, que pede 5%. "Pedimos isso com base em contas, estamos dentro da realidade apresentada pelo sistema financeiro", explica o sindicalista.

A partir de agora a proposta dos bancos pode ser apresentada em mesa redonda a qualquer momento. A categoria tem 430 mil bancários em todo o País; 134 mil na base de São Paulo, Osasco e região. Segundo Marcolino, em média, no primeiro dia de paralisação cerca de 15% da categoria costuma cruzar os braços e, com o passar dos dias, a adesão ganha reforços.

Além de brigar por um aumento real, o Sindicato dos Bancários reivindica a manutenção de uma cláusula antiga do acordo coletivo, a da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de 5% a 15% do lucro líquido do banco. As instituições financeiras querem reduzir o teto para 4%. Outra exigência é o compromisso de garantia de emprego dos bancários que trabalham nas instituições que passam por processos de fusão (Itaú e Unibanco, Banco do Brasil e Nossa Caixa e Santander e Real). Na semana passada os bancários fizeram uma greve de advertência de duas horas.

Os fatos de Honduras e as versões distorcidas

O governo de fato de Honduras restabeleceu o suprimento de água e energia elétrica à Embaixada do Brasil, que havia sido cortado em flagrante violência aos princípios diplomáticos internacionais. Esperava-se, no início da noite, a chegada do secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, a Tegucigalpa, com o objetivo de retomar o diálogo. Qualquer que venha a ser o desfecho da crise, o Brasil não pode desculpar o insulto à sua soberania. Os Estados Unidos estão atuando com firmeza no episódio, como mostram as declarações da secretária de Estado Hillary Clinton. Espera-se que Obama, passadas estas horas em que esteve ocupado com o problema da Palestina – onde se situa o Estado de Israel – venha a ocupar-se com maior atenção do que ocorre na América Central.

Quem ouve os comentários dos cientistas políticos e analistas internacionais das emissoras de televisão e lê alguns jornais brasileiros está certo de que Zelaya pretendia, em referendum popular – que ocorreria em junho passado – disputar um segundo mandato presidencial. Não é verdade. Zelaya queria – e sem efeito vinculante – que o povo dissesse se concordava, ou não, que nas eleições de novembro próximo uma quarta urna fosse colocada nas seções eleitorais. Nessa urna especial, os eleitores aceitariam, ou não, a convocação de Assembléia Nacional Constituinte para redigir nova Carta Política. A consulta direta ao povo, por iniciativa do presidente da República, é prevista pela atual Constituição de Honduras, em seu artigo 5º. Embora provavelmente nova Assembleia Constituinte pudesse tratar também do problema dos mandatos, a consulta de novembro não faria referência expressa a isso, nem Zelaya seria beneficiado: ela coincidiria com a eleição de seu sucessor, dentro das regras atuais do jogo.

Portanto, não é verdade que Zelaya pretendesse, com a consulta prévia – e frustrada com o golpe de junho – obter um segundo mandato presidencial. Zelaya e as forças políticas que o apoiam pareciam dispostas a avançar na luta pelo desenvolvimento econômico e social de um dos países mais pobres do mundo. Tendo sido eleito pelas oligarquias conservadoras, às quais pertence por origem familiar, Zelaya, no exercício do poder, modificou a sua orientação ideológica, encaminhando-se para uma posição de centro-esquerda.

A Constituição hondurenha, mesmo estando ultrapassada pela nova situação mundial, é taxativa, em seu artigo 3º, na condenação aos golpes de Estado. Diz o dispositivo: “Nadie debe obediencia a un gobierno usurpador ni a quienes asuman funciones o empleos publicos por la fuerza de las armas o usando medios o procedimientos que quebranten o desconozcan lo que esta Constitución y las leyes establecen. Los actos verificados por tales autoridades son nulos. El pueblo tiene derecho a recurrir a la insurrección en defensa del orden constitucional”. Se assim é, não foi exatamente Zelaya quem violou a Constituição, mas os golpistas, civis e militares, que o sequestraram com sua família, alta madrugada, e o baniram do país.

O que ocorreu em Honduras e tem ocorrido na América Latina é o conflito entre um presidente eleito por voto majoritário, com amplo apoio popular, e um Congresso que representa, sobretudo, o poder econômico conservador. Pouco a pouco, Zelaya se foi distanciando das forças que o haviam elegido. Daí, provavelmente, a sua preocupação em buscar a convocação de nova Assembleia Nacional Constituinte – que poderia, eventualmente, promover a sua volta ao poder em 2014 – mas, também, consolidar algumas de suas medidas.

Se o ocupante da Casa Branca ainda fosse Bush, provavelmente Washington passaria a mão na cabeça de Micheletti. Caberia aos partidários de Zelaya organizar movimento armado, como tem ocorrido em algumas ocasiões, contra os golpistas, ou suportar a ditadura, como em outras. Os tempos, felizmente, são outros. É preciso fazer da oportunidade – a da condenação continental quase unânime contra os golpistas hondurenhos – um ponto de inflexão na história continental.

O Brasil agiu corretamente. Não poderia ter fechado as suas portas a um presidente legitimamente eleito e violentamente deposto por um golpe. Os senadores Arthur Virgílio e Heráclito Fortes precisam reler os acordos internacionais sobre direito de asilo e de refúgio, além da inviolabilidade das representações diplomáticas e de sua proteção pela comunidade internacional, antes de criticar o Itamaraty.

Em resposta ao senhor Roberto Freire, a chancelaria pode informar que Zelaya chegou à embaixada de automóvel. Por: - Mauro Santayana

Quarta-feira, 23 de Setembro de 2009

“ Lula é o político mais popular do planeta, diz a Newsweek”

Reportagem do site da revista Newsweek chama o Presidente Lula, de "o político mais popular do planeta" e diz que Lula é a estrela da Assembleia Geral da ONU, que ocorre em Nova York. A tradução é de Marco Bahé, do site Contas Abertas.

Ele cresceu tão pobre que só veio descobrir o que era pão quando tinha 7 anos. Essa era a idade de Lula quando ele subiu num pau-de-arara com sua família de agricultores pés-descalços e todos os seus bens para uma viagem de 1.900 milhas do nordeste do país para uma vida nas favelas de São Paulo. Ele abandonou a escola na quinta série, lustrou sapatos na rua, e, aos 14, foi trabalhar em uma fábrica de auto-peças, até perder um dedo em um torno durante o turno da noite. Eventualmente, ele subiu na vida ao se tornar um líder sindical respeitado internacionalmente. Uma junta militar governava o Brasil na época e as greves eram ilegais, mas ele desafiou os generais e os patrões e praticamente coloco de joelhos a potência industrial do continente em nome dos metalúrgicos.

Lula está em Nova York, esta semana, para abrir a 64ª sessão da Assembleia Geral da ONU. As câmeras podem concentrar-se na personificação cool americana Barack Obama ou em autocratas flamboyant de peito estufado como Mahmoud Ahmadinejad, do Irã, e Hugo Chávez, e da Venezuela, mas a maior estrela presente será o barbudo operador de torno: o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. Após quase sete anos tumultuados de mandato, o homem a quem todos chamam de Lula continua a se beneficiar de uma taxa de aprovação acima de 70 por cento. Isso seria um feito notável em qualquer lugar, até mesmo em um continente onde os presidentes são uma mercadoria descartável. “Aquele ali é o cara”, saudou-o Obama na Cúpula das Américas deste ano. “O político mais popular na terra.”

Como da Silva ganhou tal aclamação diz muito sobre como a riqueza e o poder estão mudando nesta era de recessão. Com sua liderança, o Brasil tem resistido à crise melhor do que quase qualquer outra nação: nenhum único banco foi abaixo, a inflação está baixa e a economia está crescendo novamente. “As pessoas duvidavam quando eu disse que seria o último a cair em recessão e o primeiro a sair”, disse Lula a Newsweek, em uma entrevista exclusiva. “Mas espere para ver, em dezembro. Nós vamos criar um milhão de empregos este ano”. Isso não é tão bom quanto possa parecer: um milhão de empregos seria apenas o necessário para substituir os postos de trabalho que seu país perdeu desde outubro de 2008. Mas o Brasil parece muito melhor em comparação com a maioria dos lugares, está ultrapassando a Rússia e se juntando à Índia e à China, as outras grandes potências emergentes denominadas de BRIC – para liderar o caminho de volta ao crescimento econômico global. Longe estão os dias em que, como economista-chefe do Goldman Sachs, Jim O’Neill, brincando, lembrava: “as pessoas me disseram para eu colocar o B em BRIC só para fazer a sigla soar melhor.”

O “cara” do momento no Brasil diz que não poderia dar o fígado pelas pesquisas de opinião. “Se você tem políticas com falhas e tentar vendê-las com publicidade falsa, suas avaliações não vão durar”, diz ele. Mas a questão agora é saber se ele pode continuar a apostar na transformação da força de sua própria estrela em ganhos para o Brasil e, mais especificamente, se ele está prestes a jogar fora muito do que ele realizou como presidente. Ele tem apenas 15 meses de mandato e sua preferida na sucessão, a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, possui um nome pouco conhecido nacionalmente e nem um pouco do charme de seu chefe. Apesar da imensa popularidade de Lula, pesquisas recentes dizem que ela ocupa um distante segundo lugar e perdendo terreno para o candidato da oposição, o governador de São Paulo, José Serra. “A aura de Lula não é transferível”, observa Donna Hrinak, ex-embaixadora dos EUA para o Brasil. Para compensar, o ex-operário começou a fazer apenas o que seus críticos mais temiam quando ele tomou posse em 2003: apertar o controle governamental da economia, olhando para o outro lado quando aliados fundamentais são pegos com as mãos no dinheiro público.

Em nome de ajudar os pobres e os trabalhadores de classes mais baixas, mas com um olhar atento à eleição do próximo ano, Lula tem reiteradamente ‘bombado’ o salário mínimo (aumento de 67% desde 2003, quase 40% acima da inflação) e está impulsionando pagamento de benefícios sociais, um movimento que só pode acrescentar problemas à administração seguinte. “Temos que dar um pouco mais para aqueles que ganham menos”, diz Lula. No entanto, esse é o tipo de conversa populista que dá muitos calafrios. “O risco é o legado de despesas fixas e compromissos orçamentais que Lula vai deixar para o futuro”, adverte o ex-ministro Mailson da Nóbrega. A folha de pagamento pública está crescendo em mais de 10 vezes a taxa de investimento público em estradas, pontes e portos. Enquanto isso, Lula não tem feito nada para aliviar a carga tributária total do país, a mais elevada nos mercados emergentes em 36% do PIB. E quando o senador e ex-presidente José Sarney, que controla um bloco significativo de votos no aliado Partido do Movimento Democrático Brasileiro, viu-se sob o fogo por distribuir empregos para amigos e parentes, Lula correu em sua defesa, dizendo que Sarney “não poderia ser tratado como uma pessoa comum”, uma estranha escolha de palavras, vindo de um homem do povo.

Ainda assim, se há uma verdade constante sobre Lula, é que as coisas estão sujeitas a alterações. “Eu sou uma metamorfose ambulante”, ele gosta de dizer, citando o cantor cult brasileiro dos anos 1970 Raul Seixas. Na superfície, ele não tem mais do que uma leve semelhança com o sindicalista rude de 30 anos atrás, ou mesmo com o político se tornou nos anos 80 e 90, pregando para os pobres e esquecidos até que sua voz se tornou rouca. Os cachos negros agora são grisalhos e a barba desgrenhada é muito bem aparada. Em lugar de seu velho uniforme surrado e a calça jeans boca-sino, veste-se em belos ternos sob medida. Sua rispidez tem diminuído ao longo da vida, e longas horas de prática têm refinado sua gramática e vocabulário. O homem que assumiu o cargo dizendo que iria melhorar a sorte dos pobres brasileiros agora está convencido da missão do Brasil em transformar o mundo. “O Brasil é um país com sólidas instituições democráticas”, diz ele. “Nós mostramos às nações algumas lições sobre como enfrentar a crise econômica.”

De forma mais profunda, Lula é o mesmo de sempre. Ele ainda fala do mesmo jeito que eletrizou seus companheiros metalúrgicos. E, apesar de todas as suas maneiras polidas e roupas finas, nada irrita mais Lula do que ficar preso em seu escritório. “Ele fica nervoso quando passa muito tempo em sua mesa”, diz o chefe de gabinete, Gilberto Carvalho. “Ele diz: ‘Eu preciso sair e viajar e conhecer pessoas’. O presidente não gosta de protocolo rígido, gosta de sair do script, e (para o desespero de seus seguranças) adora ir ao encontro da multidão. No entanto, para seu crédito, ele tem resistido bravamente à pressão de seus seguidores para emendar a Constituição e buscar um terceiro mandato. E alerta para a condição falsa de celebridade. “Popularidade é como a pressão arterial”, diz ele. “Às vezes é alta e às vezes é baixa. O que você precisa é mantê-la sob controle.”

Essa é uma habilidade que ele adquiriu da maneira mais difícil. Começando em 1989, ele concorreu à presidência por três vezes, subindo nas pesquisas cedo só para bater de cara no muro no dia da votação. Até o final dos anos 90, ele estava à beira de abandonar a política. Em vez disso, Lula fez algo mais ousado: refez-se a si mesmo. Parou seu bradar arengas, vestiu um terno, e contratou um treinador de fala e um assistente de marketing. Mais importante, ele temperou a sua política de esquerda. O ponto de virada foi em junho de 2002. Ele estava à frente nas pesquisas, mas a economia do Brasil foi abalada em grande parte, ao que parece, porque os investidores estavam assustados com a perspectiva de Lula se tornar de fato presidente. Ele respondeu com uma “Carta ao Povo Brasileiro”, comprometendo-se a honrar os contratos, pagar as dívidas do país, cumprir as exigências do Fundo Monetário Internacional e, geralmente, jogar pelas regras do mercado. Foi o jogo da sua carreira, o equivalente político à aderência em um furacão. A linha dura de seu Partido dos Trabalhadores (PT) acusou-o de traição, de ceder aos banqueiros e de se tornar capacho dos capitalistas. Os executivos de negócios também foram cautelosos: seria esse “novo” Lula confiável? Mas os investidores se puseram em suas mãos.

Ganhou por um deslizamento de terra, mas o trabalho duro tinha apenas começado. A turbulência financeira pré-eleitoral comprometeu o crescimento econômico e forçou uma forte desvalorização da moeda do Brasil. “Não foi fácil”, lembra Lula. “Não tínhamos crédito externo. Nossas reservas eram extremamente baixas. A inflação mostrava fortes sinais de ressurgimento. A economia estava engarrafada.” Mas um desafio ainda maior foi pôr abaixo a imagem de esquerda radical que ele e o PT tinham adquirido ao longo dos anos. “Nós assumimos o cargo em meio a uma enorme crise de desconfiança”, diz Carvalho, seu chefe de gabinete e um amigo de longa data. “Nós éramos uma minoria no Congresso. A imprensa foi cética.” Afinal de contas, admite Carvalho, “até então, tudo o que eu defendia era não pagar a dívida externa, o aumento dos salários. Teria sido um desastre.”

Para convencer os credores do Brasil que era sua virada era séria, Lula aumentou o “superávit primário”, o dinheiro que o governo deixa de lado a cada ano para pagar dívidas e juros, e aumentou as taxas de empréstimo a escaldantes de 26% ao ano [Nota do tradutor: refere-se à Selic, juros básicos da economia brasileira pelos quais o governo remunera quem compra os títulos públicos], freando a aceleração do crescimento, a fim de matar a inflação. Ele também manteve os salários e aposentadorias sob controle. “Os sindicatos e muitas pessoas no partido odiava”, diz Ricardo Kotscho, amigo e ex-assessor de imprensa.

Mas os homens do dinheiro do mundo todo ainda não estavam convencidos. “Sabíamos que ele tinha sido um líder sindical e presidente de um partido político. O que eu realmente me perguntei foi se ele tinha as armas para ser presidente”, diz o ex-presidente do Banco Mundial James Wolfensohn. Assim Wolfensohn, enviou uma mensagem, oferecendo-se para encaminhar uma equipe de especialistas para discutir com o governo Lula sobre os principais problemas enfrentados na economia internacional e América Latina. Ele não sabia como o novo presidente iria responder. “Muitos líderes preferem lançar o selo presidencial sobre você”, disse Wolfensohn. “Mas Lula topou na hora. Ele era como um pedaço de papel em branco. Ele percebeu que tinha um grande trabalho a fazer e que a execução de uma eleição é diferente da execução de um país. Para mim, isso caracteriza o homem.”

Da Silva tem operado dessa maneira desde então, colocar o pragmatismo à frente da ideologia. “Ninguém nos seus sonhos teria pensado que Lula iria se comportar do jeito que ele se comportou”, disse-me o guru de investimentos em mercado emergentes Mark Mobius, da Templeton Asset Management, um ano atrás. Agora Templeton tem US$ 5 bilhões no Brasil, mais do que na China. Por certo, Lula tinha muito o que trabalhar. Com uma rede de centrais hidroelétricas e metade da sua frota de carros movidos a queima limpa de etanol de cana, o país tem sido o ponto de referência em energias renováveis. Agrônomos eficientes transformaram o duro sertão tropical em um celeiro, exportando mais carne, soja e frangos congelados do que qualquer outra nação. Mas Lula também agregou valor, subindo no palanque com marcas brasileiras no exterior. “Tivemos de deixar claro que o Brasil não é um país pequeno”, diz ele. “O Brasil tem a Amazônia [floresta], mas faz também aviões e telefones celulares.” E assim como nos comícios certa vez galvanizou os capacetes em São Paulo, sua diplomacia agressiva tem encorajado nações mais pobres na demanda de comércio livre e de um novo consenso na economia internacional.

Seu gênio real, entretanto, tem sido a sua capacidade de vender as reformas intragáveis para uma população majoritariamente pobre que olhou para ele como uma espécie de salvador. “A popularidade de Lula o ajudou a tomar decisões arriscadas que muitas vezes levava a sacrifícios necessários”, diz José Dirceu, um ex-dirigente do Partido dos Trabalhadores que caiu num escândalo de corrupção. Mais importante, ao contrário dos supremos e demagogos populistas que abundam na América Latina, ele fez tudo isso jogando pelas regras. “O respeito de Lula para a democracia e para as eleições é uma grande vantagem”, diz o ex-secretário do Tesouro Joaquim Levy. “Muitas vezes ele tem sido capaz de traduzir os valores fundamentais da democracia de modo a torná-las mais concretas para as pessoas”. O presidente ainda considera que seu trabalho está incompleto e que não resta muito tempo para realizá-lo. “Este é um país que tem sofrido de baixa auto-estima”, diz ele. “O Brasil precisa recuperar seu orgulho. E eu acho que as coisas estão acontecendo. Espero que quem vier depois de mim possa trabalhar para transformar o Brasil em uma grande economia.”

A crise econômica mundial colocou as habilidades de persuasão de Lula à prova. “Foi assustador”, lembra Silva. “Não tínhamos crédito, sem dinheiro, em setembro, outubro, novembro, dezembro, janeiro, fevereiro e março.” Mas em vez de balançar para a esquerda, seus instintos o levaram para o centro, fortalecendo-o contra pressões populistas. Ele deu ao Banco Central carta branca para controlar a inflação, mesmo ao preço de reduzir o crescimento. “Nós sabíamos que não haveria milagres”, diz ele.

Ainda assim, a crise inflamou o velho rancor de Lula sobre o “capitalismo selvagem” e a loucura do mercado livre. Ele culpou a confusão do mercado subprime aos banqueiros “pele branca, olhos azuis” e ridicularizou os campeões da desregulamentação e do estado “mínimo”. “Nos anos 80 e 90, era moda ridicularizar o Estado”, diz ele. “Mas, em um piscar de olho, o mercado desregulamentado quase faliu o mundo. E de quem eles foram buscar ajuda? Do Estado.” Isto não é tão forte quanto parece. Enquanto Lula denuncia veementemente seu antecessor de privatizar estatais, ele não fez nada para reverter o processo depois de tomar posse. “Eu acho que a privatização foi um erro, mas eu tinha que trabalhar para fazer”, diz ele. “Eu não podia dar ao luxo de gastar o meu mandato brigando com o antigo governo.” Consenso, não dogma, é o combustível de Lula.

É evidente que esta ‘realpolitik’ com que Lula trabalha é voltada para consolidar a preeminência do Brasil. “Como a economia dominante na região, o Brasil tem a compreensão de seus vizinhos”, diz ele. “É como as relações de pai para filho.” Ele ainda defende o governo do presidente venezuelano Hugo Chávez. “Dê-me um exemplo de como a Venezuela não é uma democracia!”, ele exige. Mas a maior ambição de Lula é fazer valer o lugar do Brasil no cenário mundial. Ele não faz segredo do seu próprio orgulho nacional. Já em 2003, as nações do G7, finalmente, abriram seu encontro anual para alguns dos países menos ricos, e Lula estava entre os convidados. Ele passou antes do encontro na França e ficou maravilhado com o quão improvável era que ele, filho de um camponês, agora abordar algumas das pessoas mais poderosas do planeta. Então ele virou a mesa: por que não realizar a próxima reunião do G7 no Brasil, ele desafiou. “Afinal, em 20 anos talvez apenas três de vocês vai continuar a existir.” Nem todo mundo se divertiu. Mas todos entenderam. Aqui a matéria em inglês na revista "Newsweek"

Lula faz sucesso no mundo; A imprensa brasileira se cala

Brasil alvoroça a ordem mundial", no espanhol "El País", a reportagem conta "Como Lula posicionou o Brasil no mundo", no argentino "La Nación". O primeiro diz que ele vai falar na ONU "com a autoridade de quem chega com os deveres de casa muito bem feitos". O segundo elogia a ação de Celso Amorim pelo mundo e sublinha seu "apelido no Itamaraty", Duracelso, referência à pilha.

A edição desta terça-feira (22) do El País, respeitado jornal espanhol, afirma que o Presidente Lula chega à Assembleia Geral das Nações Unidas em uma situação que não poderia ser melhor ("inmelhorável", nas palavras do jornal) para pedir aos 192 países participantes que se realizem reformas profundas nas instituições financeiras internacionais.

Para o El País, “o Brasil, que há anos persegue um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, falará com a autoridade de quem chega com os deveres bem feitos”.

O jornal lembra que a crise financeira global, que impactou a economia do “gigante sul-americano” no fim do ano passado, é nada mais que uma lembrança ruim para um país que se recuperou com rapidez e dinamismo, e certamente fechará o ano com crescimento bastante superior aos demais integrantes do G-20.

O Brasil não quer que os países baixem a guarda frente às alterações propostas desde o ano passado e acredita que é hora de colocar em práticas as medidas anti-crise discutidas no âmbito do G-20.

O correspondente Francho Barón aponta que, para Lula, é crucial a reforma das instituições financeiras como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), considerados completamente obsoletos e nada representativos da nova ordem mundial. O presidente acredita que as potências emergentes do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) estão sub-representadas nos órgãos decisórios.

O jornal lembra que recentemente o Brasil anunciou um empréstimo ao FMI de US$ 10 bilhões, passando a formar parte do seleto grupo de credores, e adianta que Lula dirá na reunião desta semana do G-20 em Pittsburgh que o Estado é fundamental para prevenir os excessos financeiros. “Nos foros internacionais, o Brasil assume há anos o papel de porta-voz extra-oficial dos país em vias de desenvolvimento, especialmente latino-americanos e africanos”, aponta a publicação.

O correspondente acrescenta que conseguir um assento no Conselho de Segurança da ONU, “órgão onde se tomam as verdadeiras decisões”, seria uma boa maneira de que a voz e os interesses do Terceiro Mundo fossem realmente levados em conta. O argumento é a indiscutível liderança brasileira na região sul-americana, supremacia que se assenta sobre uma sólida economia, fortalecida ainda mais pelas recentes descobertas no pré-sal – que confirmam “que o Brasil marcará o passo da região daqui para a frente”. Matéria completa aqui
Muito emocionante também, é essa longa matéria da revista "Newsweek", "'The Most Popular Politician on Earth' Vale a pena ler cada linha. Aqui tem um re

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Leitora do blog “flagra” jornalista do Estadão assessorando senador tucano na CPI


Não faz muito tempo, eu contei para vocês aqui no blog, uma conversa do senador ACM Júnior (DEM) quando explicou que a oposição contava com a "colaboração da imprensa", para fazer novas denúncias da Petrobras e que sem isso "fica difícil surgir mais informações contra a estatal". "Botamos fé na imprensa", comentou ele.

Tudo indica que a convocação do senador deu resultado.Para dar folego a CPI da Petrobrax do PSDB, a imprensa resolver assessorar o senador Álvaro Dias (PSDB)

Pelo menos é isso que denuncia, Aura Gomes, leitora do blog. Leia:

“Em visita ao Senado para assuntos profissionais, aproveitei para assistir à sessão de ontem da CPI da Petrobras.

Foi impressionante a forma ostensiva com que os representantes do PIG assessoravam os parlamentares da oposição, especialmente Alvaro Dias, o mais agressivo.

O jornalista Leandro Coli, do Estadão, pesquisava no seu notebook, redigia perguntas, passava bilhetinhos e coxixava no ouvido de Álvaro Dias o tempo todo. Parecia mais um assessor parlamentar do que um repórter.

Para quem estava lá, ficou claro o conluio entre o PIG e a oposição para usar uma CPI praticamente perdida para fabricar ataques midiáticos à Petrobras.

Deve ser uma reação desesperada da mídia oligárquica à choradeira da oposição, na semana passada, dizendo que contava com a imprensa para gerar denúncias na CPI”.Aura Gomes

Para quem não sabe, Nesta terça-feira (22/9) foi realizada a sessão da CPI da Petrobras que tratou do tema patrocínios. Os senadores ouviram o gerente Executivo da Comunicação Institucional da Petrobras, Wilson Santarosa, a gerente de patrocínios da Comunicação, Eliane Sarmento Costa e o gerente de Responsabilidade Social da Comunicação, Luis Fernando Nery.



Lula defendeu a restituição do presidente eleito de Honduras, Manuel Zelaya, ao cargo e arrancou aplausos


Em discurso na abertura dos debates da 64ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, o Presidente Lula advertiu que, um ano após a crise financeira mundial, os países ainda resistem em regular os mercados e se abrigam em medidas protecionistas. Lula ainda defendeu a restituição do presidente eleito de Honduras, Manuel Zelaya, ao cargo, arrancando aplausos dos representantes dos 192 países membros da ONU. Ele ainda defendeu a reforma dos organismos multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e do Conselho de Segurança da ONU.

O presidente alertou ainda que a comunidade internacional também "deve estar atenta à inviolabilidade da missão diplomática brasileira na capital hondurenha". Segundo ele, sem vontade política, "persistirão anacronismos" como o embargo econômico contra Cuba e golpes de Estado, como o que derrubaram o presidente hondurenho, Manuel Zelaya, que se encontra, desde segunda-feira, refugiado na embaixada do Brasil em Tegucigalpa.

O Presidente Lula, o primeiro a falar segundo a tradição da Assembleia Geral da ONU, abriu seu discurso criticando a resistência de países ricos em reformas multilaterais. Em referência à falência do banco de investimentos Lehman Brothers, ainda que não tenha citado nominalmente, o presidente brasileiro avaliou que, passados 12 meses, constata-se que "houve alguns progressos", mas alerta que "persistem muitas indefinições". "Ainda não há uma clara disposição para enfrentar, no âmbito multilateral, as graves distorções da economia global".

Lula afirmou que o Brasil propõe "uma autêntica reforma dos organismos financeiros multilaterais". "Os países pobres e em desenvolvimento têm de aumentar sua participação na direção do FMI e do Banco Mundial." Sem isso, ponderou, não haverá efetiva mudança e os riscos de novas e maiores crises serão inevitáveis. Para Lula, somente organismos mais representativos e democráticos terão condições de enfrentar complexos problemas, como os do reordenamento do sistema monetário internacional. O Presidente alerta que os países ricos "resistem em realizar reformas nos organismos multilaterais, como o FMI e o Banco Mundial".

"Não é possível que, passados 65 anos, o mundo continue a ser regido pelas mesmas normas e valores dominantes quando da conferência de Bretton Woods. Não é possível que as Nações Unidas, e seu Conselho de Segurança, sejam regidos pelos mesmos parâmetros que se seguiram à Segunda Guerra Mundial". O Presidente Lula classificou ainda como "incompreensível a paralisia da Rodada de Doha, cujo acordo beneficiará sobretudo as nações pobres". Lula avalia que há sinais inquietantes de recaídas protecionistas e pondera que pouco se avançou no combate aos paraísos fiscais.

Quanto à saída do Brasil da crise, disse que o país não fez mágica e sim preservou o sistema financeiro da especulação e reduziu a vulnerabilidade externa. Ele voltou a defender a presença do Estado na economia. "(O que faliu) foi a doutrina absurda de que os mercados podiam auto-regular-se, dispensando qualquer intervenção do Estado, considerado por muitos um mero estorvo", disse.

O Presidente Lula voltou a cobrar uma atuação maior dos países ricos no combate às mudanças climáticas. "Todos os países devem empenhar-se em realizar ações para reverter o aquecimento global". E prometeu que, mesmo com a descoberta do pré-sal, "o Brasil não renunciará à agenda ambiental para ser apenas um gigante do petróleo".


Chalita abandona o ninho tucano

O imbróglio do PSB pelo passe do vereador Gabriel Chalita (PSDB-SP) deve chegar ao fim hoje. O tucano mais votado nas últimas eleições municipais se reunirá com membros da Executiva Nacional do PSB, em Brasília, para bater o martelo sobre a sua candidatura ao Senado Federal em 2010. A informação é de assessores de Chalita, que anteciparam que o vereador quer discutir alguns pontos do acordo antes de uma eventual filiação.

Antes de decidir pelo PSB, Chalita reuniu-se com o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, e com a ministra Dilma Rousseff. No encontro, Chalita agradeceu o interesse da legenda em tê-lo como candidato, contudo, refutou o convite sob o argumento de que seria mal visto caso aderisse ao PT, opositor ao atual partido de Chalita. A estratégia tanto dos petistas como dos pessebistas é que o tucano articule uma dobradinha com o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) para arrebatarem as duas vagas disponíveis ao Senado Federal em 2010.


O político mais popular do mundo

A "Newsweek", deu a longa reportagem "'The Most Popular Politician on Earth'- O político mais popular do mundo", dizendo que "por sete anos ele fez um trabalho espetacular como presidente do Brasil. Mas Lula pode resistir às tentações para jogar isso fora?" (abaixo, na home).

A revista postou separadamente a íntegra da entrevista com o "carismático Lula", "homem do momento". E fez até uma relação com os "transformadores" ou "líderes que refizeram radicalmente os seus países" encabeçada por Lula, mais Margaret Thatcher, Deng Xiaping, Nelson Mandela, Kim Dae-jung etc.Da coluna do Nelson de Sá

A nova viagem de Lula estimulou também análises com títulos como "Brasil alvoroça a ordem mundial", no espanhol "El País", e "Como Lula posicionou o Brasil no mundo", no argentino "La Nación". O primeiro diz que ele vai falar na ONU "com a autoridade de quem chega com os deveres de casa muito bem feitos". O segundo elogia a ação de Celso Amorim pelo mundo e sublinha seu "apelido no Itamaraty", Duracelso, referência à pilha.



Hoje tem discurso de Lula na ONU

A TV Brasil transmite ao vivo o discurso do Presidente Lula na ONU

O Presidente Lula abre, nesta quarta-feira, a Assembleia Geral das Nações Unidas com um discurso centrado na crise econômica, informou o assessor para assuntos especiais Marco Aurélio Garcia.

O discurso - que deve durar aproximadamente 15 minutos - abordará três grandes questões: a crise, a governança mundial e as mudanças climáticas.

O assessor afirmou ainda que a situação em Honduras será "evocada de passagem" pelo presidente.

"Ele vai mencionar Honduras assim como vai mencionar o embargo contra Cuba - que é um anacronismo das relações internacionais", afirmou.

Sobre a crise econômica, Lula deve antecipar algumas das questões que ele vai expor de forma mais evidente na reunião do G20 em Pittsburgh daqui a dois dias.

De acordo com Marco Aurélio, o Presidente deve falar de "como no ano passado estávamos no limiar de uma crise econômica, fazer um balanço de como (a crise) avançou nesse período, o que foi positivo na iniciativa dos governos, e o que resta a fazer".

Política externa

Marco Aurélio disse ainda que a segunda questão que Lula deve tratar no discurso de abertura é a governança mundial, até porque, segundo ele, está ligada ao assunto da crise econômica.

"Nós acreditamos que os organismos saídos de Breton Woods Fundo Monetário, Banco Mundial, estão efetivamente com um sistema de representação de países emergentes muito deficiente e, portanto é preciso que corrigir isso", disse Garcia.

"Ao mesmo tempo também nos acreditamos que não só os organismos multilaterais que se debruçam sobre a questão econômica, mas também aqueles que se debruçam sobre os temas políticos estão carentes de representatividade", disse.

Lula deve voltar a temas que são recorrentes no discurso da política externa brasileira, como a mudança das Nações Unidas para torná-la mais representativa, mudanças no Conselho de Segurança e uma maior representatividade do Conselho Econômico Social (o Ecosoc), para que o organismo possa se voltar mais à discussão dos temas relacionados com a crise.

Mudanças climáticas

Marco Aurélio antecipou que o último tema que vai ocupar a intervenção do presidente são as mudanças climáticas.

Lula deve reiterar as posições já conhecidas do Brasil e também antecipar as preocupações que o governo brasileiro levará a reunião de Copenhague, em novembro.

De Nova York, o Presidente Lula deve partir para Pittsburgh, onde participará da Cúpula do G20.



Lula tem 'trabalho mais fácil do mundo' ao promover Rio 2016, diz 'NYT'

As declarações do Presidente Lula sobre a candidatura do Rio para sediar as Olimpíadas de 2016 foram destaque na imprensa americana, nesta quarta-feira.

"O trabalho mais fácil do mundo pertence ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, ao promover a candidatura do Rio para sediar as Olimpíadas de 2016", afirma reportagem do jornal americano New York Times.

Lula conversou com a imprensa em Nova York, onde participa da Assembléia Geral da ONU, e segundo o repórter, basta ele dizer que "o Rio tem as praias mais lindas do mundo" que ele consegue uma "audiência imediata".

A reportagem comenta a reta final da disputa para sediar as Olimpíadas de 2016 e lembra da importância dos chefes de Estado neste lobby, citando os esforços do ex-primeiro ministro britânico Tony Blair para levar os Jogos de 2012 para Londres, e do ex-presidente russo Vladimir Putin para atrair os Jogos Olímpicos de Inverno para Sochi, em 2014.

"Depois dessas duas missões, a sabedoria popular é de que não custa nada ter um chefe de Estado cortejando os membros (do Comitê Olímpico Internacional) antes da votação secreta", afirma o NYT.

"Com isto em mente, o novo primeiro-ministro japonês, Yukio Hatoyama, está pensando em viajar para Copenhague (onde será realizada a votação) e espera-se a presença do rei Juan Carlos, da Espanha. Mas o presidente (Barack) Obama disse que não vai."

O presidente americano explicou que não pode deixar os Estados Unidos neste momento porque está lutando pelas reformas no setor de saúde, mas que sua mulher, a primeira-dama Michelle Obama, vai representá-lo.

Segundo a mídia, Rio e Chicago são apontadas como as favoritas na disputa. Tóquio e Madri também são finalistas.

Lula disse aos repórteres que sabe qual foi o papel de Blair na candidatura de Londres e revelou que vem conversando com membros do COI há dois anos sobre a candidatura do Rio.

"Quando alguém observou que Michelle Obama vai representar os Estados Unidos em Copenhague, Lula disse que está levando sua mulher com ele, 'então serão dois contra um'."

De acordo com a reportagem, Lula falou sobre as infra-estrutura da Copa de 2012, que estará garantida para as Olimpíadas. "Mas a melhor infra-estrutura de todas podem ser a areia e as ondas", diz a reportagem.

O NYT ainda lembra que, apesar de os Jogos Olímpicos serem realizados durante o inverno no hemisfério sul, a temperatura média na cidade é de 18º C a 24º C, "muito boa para andar na praia".

Os comentários de Lula também foram destaque no jornal americano Wall Street Journal, que ressalta que o presidente usou a pobreza para tentar atrair simpatia para a candidatura do Rio.

"Falando com repórteres em Nova York, o populista presidente fez um apelo emocionado para trazer os Jogos para o Rio, para que os pobres possam ter a experiência de passar pelo evento", afirma o WSJ.

Segundo o jornal, a disputa para sediar os Jogos está esquentando na reta final e "Lula já aprovou cerca de US$ 240 bilhões para financiar os Jogos e ofereceu a garantia do governo federal para cobrir buracos no orçamento do comitê organizador. Isso, combinado ao argumento de que a América do Sul merece uma oportunidade de sediar o evento, faz do Brasil um concorrente formidável". BBC Brasil


Baixaria política tem limite?

Xii, que coisa feia! No vale-tudo da política, o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), apelou para a baixaria total .A política brasileira vive clima de barraco.Recentemente, o Senador Pedro Simon (PMDB-RS), de um lado, e os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Fernando Collor (PTB-AL), do outro, protagonizaram bate-boca pra lá de feio.

Depois o Senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e o mesmo Senador Renan Calheiros trocaram fortes insultos, em uma discussão que envolveu, até mesmo, palavras de baixo calão proferidas no meio do Plenário...Coronel jagunço foi a palavra mais leve. Teve também o bate boca da Senadora e presidente da Confederação Nacional da Agricultura,escravocrata e desmatadora, Kátia Abreu (DEM), e o ministro Minc “essa está acostumada a lidar com boi no pasto e acha que todo mundo é assim”.Agora a descompostura do governador.Nada está tão ruim que não possa piorar. Vem ai,Romário no PSB, (no dia da filiação ele disse:A partir de agora sou um afiliado do PSDB, depois das risados dos jornalistas, corrigiu,ou melhor PSB). Popó se filia ao PRB. Edmundo, vai para o PP.



Tucanos e imprensa estão comemorando o que? Serra desceu serra a baixo

O índice da pesquisa CNI/Ibope que mede a rejeição dos candidatos apontou 40% para a ministra Dilma Rousseff, provável candidata do PT nas eleições do ano que vem. Os blogs de aluguel do PSDB, imprensa e oposição estão em festa.Vamos "destrinchar" os números para ver se os tucanos podem comemorar antecipadamente?

A pesquisa divulgada nesta terça-feira perguntou aos entrevistados quais candidatos conhecia, em quais votaria e em quais não votaria "de jeito nenhum". Os mais conhecidos entre a população - governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e o deputado Ciro Gomes (PSB)

Dos entrevistados, 66% conhecem Serra, 60% votariam nele e a outra metade, 30% não votariam nele "de jeito nenhum". Ou seja, Serra tem 30% de rejeição.

Quando a pergunta é feita em relação Dilma, apenas 32% dos ouvidos conhecem a ministra, 32% afirmam que votariam nela e 40% dos entrevistados afirmam que não votaria de jeito nenhum.- Não se esqueçam que na pesquisa estimulada da CNT/Sensus do dia 8 de setembro, Dilma, tinha 19,9% de intenção de votos...Agora, 32% dizem que vão votar na Dilma

Já Serra tinha 39,5% dos votos, na pesquisa CNT/Sensus . Agora, na pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta terça-feira, Serra está com 34% das intenções de voto. A Folha está comparando a pesquisa de hoje com a pesquisa Ibope anterior, para dizer que Serra perdeu 4 pontos só...Mas, se for comparada com a CNT/Sensus, Serra caiu 5.5%

Pois bem, é necessário levar em conta Dilma é conhecida por apenas 32% dos brasileiros, e desses 32% sim 40% a rejeitam. A maioria do povão (os outros 68%) que conhecem de perto as benfeitorias do governo Lula - não que outros não conheçam, mas levados pelo preconceito não assumem que grande governo o Lula está fazendo - passarem a conhecê-la, vocês tem alguma dúvida de que ela crescerá exponencialmente?

Um dos analistas da pesquisa, Amauri Teixeira, no entanto, afirma que ainda é "muito cedo" para se dizer que a candidata estaria "fora" da disputa por causa deste resultado.

"Faltando pouco mais de um ano para as eleições, essas informações devem ser analisadas com atenção, dada a diferença expressiva de conhecimento entre os concorrentes", diz o texto da pesquisa..Aqui do Terra

É impresionante a pouca capacidade da imprensa brasileira e da oposição em analisar uma notícia...Muitos já estão dando declarações comemorando. Calma pessoal, Falta ainda um ano para a eleição. A regra é clara. O jogo só termina no segundo tempo com apito do juiz.

Oposição e imprensa eufóricos com o fato de, segundo eles, a Dilma estar com 40% de rejeição.Mas ninguém questionou os 30% de rejeição do Serra, que para a Folha é "apenas"

A depender da pesquisa divulgada hoje, a névoa que impede os tucanos de enxergar mais longe ainda não se dissipou. José Serra lidera todos os cenários, tem votos consolidados em torno de 20%. Mas a rejeição aumentou e Serra desceu a serra, perdeu 4 pontos.

A pesquisa CNT/Sensus, do dia 8 de setembro, mostrou que Lula tem um potencial de transferência de votos de 20,8%, que foi o total de entrevistados que dizem que só votariam no candidato indicado por ele.Lembram? Se não lembram veja aqui. Em maio, esse indicador estava em 21,5%. O diretor da Sensus, Ricardo Guedes, disse que apesar da ligeira queda, o porcentual de transferência é "muito alto", já que tradicionalmente esse índice é de 5%.

Só um ponto da pesquisa deixou os partidos contentes: A pesquisa espontânea mostra que 58% ainda não escolheram candidato. Ou seja, o eleitor está cuidando da vida e só vai decidir em quem votar na época certa. Fora isso, a pesquisa deixou todos como aquela moça que vai para a primeira prova de um vestido de alta costura e sente algo "pinicando". A sorte é que a festa ainda está longe e dá tempo de corrigir defeitos, fazer dieta ou até mesmo mudar o modelito. É nisso que todos vão trabalhar até a hora de brilhar na telinha do horário eleitoral gratuito.Então a pergunta. Os tucanos estão comemorando o que?

Ahhh o Ciro

Ciro afirmou que há um acordo entre o PT e o PSB de decidir, no prazo limite de fevereiro do próximo ano, junto com o presidente Lula e com a ministra Dilma, se haverá um ou dois candidatos da base.

Apesar de estar bem situado nas pesquisas, Ciro Gomes disse não estar descartada a possibilidade de transferir seu domicílio eleitoral para São Paulo. "Eu dei ao meu partido a faculdade de decidir por essa transferência de domicílio eleitoral. Reafirmei a minha intenção de ser candidato à presidência da República, mas respeito e assumiria com entusiasmo qualquer outra tarefa que o meu partido a mim me desse inclusive eventualmente ser candidato a governador de São Paulo", afirmou.

Ciro, disse em que condições poderia transferir seu domicílio eleitoral para São Paulo. "Desde que seja para reunir a inteligência crítica de São Paulo em torno de um projeto. Não farei de conta que tenho intimidade e que tenho rotina com as questões de São Paulo. O que eu posso oferecer é minha experiência, é espírito público, é uma vivência, um conhecimento de causa para reunir a inteligência que acha que São Paulo precisa de alternativa", afirmou. "Para outra missão menor, ninguém conte comigo. Eu não me presto a esse serviço", completou.

Ciro Gomes disse ainda que Dilma é vítima de uma campanha permanente. "Há contra a Dilma um fenômeno que já aconteceu comigo que é uma desequilibrada agressão contra ela. É um processo de difamação contra a Dilma permanente, grave, que é só a tentativa de obstruir a projeção da liderança do projeto que o Lula representa. Isso é o que eu acho. A Dilma não tem sossego".Viu? esse é o cara que pode derrotar os tucanos enraizados em S.Paulo

Enviar por e-mail: Por: Helena™ . Terça-feira, Setembro 22, 2009 Comentarios (24) | Trackback Links para esta postagem

Tucano critica Lula no caso Honduras:'Brasil procura sarna para se coçar', diz


O presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado(acredite que isso existe), senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) (acredite que um corrupto é o presidente), disse nesta terça-feira, 22, que o Brasil "exagerou" ao abrigar na embaixada brasileira, em Tegucigalpa, Honduras, o presidente deposto daquele país, Manuel Zelaya. "Esta situação é grave, e o Brasil fica procurando sarna para se coçar. Essa história de que foi surpresa o Zelaya aparecer por lá não me convence", disse o senador.

No Twitter,O senador Aloizio Mercadante criticou a declaração de Azeredo. Mercadante respondeu;"No passado, brasileiros, inclusive tucanos, tiveram q procurar abrigo em embaixadas no Chile para fugir da ditadura Pinochet".

"O direito de abrigo em uma embaixada é uma condição fundamental do estatuto da defesa dos direitos humanos e foi utilizado por muitos brasileiros, inclusive por militantes do PSDB, no golpe do Chile, quando ficaram meses amontoados em embaixadas para fugir da perseguição da ditadura de Pinochet", disse Mercadante.

Na opinião do tucano Azeredo, o governo brasileiro deveria ter deixado a Organização dos Estados Americanos (OEA) procurar uma solução para o impasse.

PPS

O Partido Popular Socialista (PPS) pediu ao governo Lula para que esclareça como o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, chegou à Embaixada do Brasil em Tegucigalpa sob a alegação de que o ocorrido pode se tratar de uma "interferência em assuntos internos". O presidente do PPS, Roberto Freire, declarou que "como não se trata de um asilo, o que parece ter ocorrido é uma participação da diplomacia brasileira em uma ação clandestina e em uma clara interferência em assuntos internos de outro país."

O senador Mercadante afirmou que as críticas devem ser feita aos "golpistas" que tomaram o poder em Honduras, e não à Embaixada brasileira. "O que os democratas do Brasil precisam, neste momento, é condenar com veemência o golpe em Honduras e garantir a integridade física do presidente deposto Manuel Zelaya e restabelecer o estado democrático em Honduras como exigem a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Organização das Nações Unidas (ONU), que expulsou o represente dos golpistas da ultima reunião, e como têm feito os principais países democráticos", afirmou Mercadante.

Ao comentar sobre o abrigo ao hondurenho, ministra Dilma Rousseff, afirmou que a "regra do asilo é uma regra da civilização". "Esse é um direito humano elementar", completou. A ministra, entretanto, negou que o governo brasileiro tenha colaborado para que Zelaya entrasse em Honduras. "O fato de ele estar lá na embaixada não significa que o Brasil ajudou, incentivou ou deu cobertura", disse

'Esperamos que os golpistas não entrem na embaixada', diz Lula

O Presidente Lula pediu ao presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, que não haja pretextos para uma invasão da embaixada brasileira em Tegucigalpa, onde o líder hondurenho está abrigado desde ontem. Lula também alertou o governo de facto contra uma ação violenta na missão brasileira em Tegucigalpa.

"Conversei com o presidente Zelaya e pedi que tome cuidado para não dar pretextos aos líderes do golpe", disse Lula. "Esperamos que os golpistas não entrem na embaixada".

Nesta manhã, a chancelaria hondurenha disse que a inviolabilidade de uma sede diplomática não implica na proteção a foragidos da Justiça. Zelaya foi declarado fugitivo após ter sido expulso do país no golpe militar de junho.

A embaixada brasileira foi cercada na madrugada desta terça-feira. Água e telefone foram cortados e policiais enfrentaram manifestantes do lado de fora do prédio.

Lula também defendeu a volta de Zelaya ao poder e uma solução negociada e democrática para a crise em Honduras. "O normal que deveria acontecer era que os golpistas permitissem a volta de um presidente eleito democraticamente pelo povo", afirmou. "Não podemos aceitar que pessoas deponham um presidente eleito por diferenças políticas".

Dilma diz que governo não incentivou ingresso de Zelaya

A ministra Dilma Rousseff, afirmou que a entrada do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, na embaixada do Brasil em Tegucigalpa não significa que o governo brasileiro tenha dado incentivo para o gesto.

"O fato de ele ter entrado não significa em nenhum momento que o Brasil incentivou, adotou, deu cobertura ou nada disso, simplesmente respeitou", afirmou a ministra a jornalistas. "Isso são direitos humanos elementares", acrescentou.

Segundo a ministra, o Brasil não está interferindo em questão interna de Honduras. "Essa regra do asilo é uma regra da civilização, não é uma regra da incivilidade, da barbárie. Nós não estamos interferindo", destacou.

Dilma justificou o gesto de Zelaya recuperando a resistência de militantes de esquerda na época da ditadura brasileira (1964-1985). "Quantos de nós não fizemos isso no passado?", questionou.

Zelaya, deposto e expulso de Honduras em junho, retornou a seu país e desde segunda-feira está na embaixada brasileira na capital hondurenha.


Moody's eleva Brasil a grau de investimento; país é o primeiro a ser promovido na crise marolinha


O Brasil conquistou o selo "grau de investimento" por mais uma importante agência de classificação de risco. Nesta terça-feira, 22, a Moody''s elevou a nota do País para "Baa3". No dia 30 de abril do ano passado, o Brasil se tornou grau de investimento pela avaliação da Standard & Poor''s. E em 29 de maio de 2008 foi a vez da Fitch atribuir essa nota ao País.

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou que o grau de investimento concedido pela agência Moody's nesta terça-feira representa um selo que confirma o que o governo vem dizendo em relação à crise e à resistência do Brasil.

"É um acontecimento importante e relevante no mundo e, particularmente, para o Brasil", afirmou.

Ele citou três fatores para justificar a importância do grau de investimento.

Primeiro, segundo ele, porque, por ser a terceira agência a conceder a nota ao Brasil, a Moody's consolida o grau de investimento do país; segundo porque o upgrade foi dado ainda com o mundo em crise, "quando as agências ainda estão revisando o grau de muitos países" e, por último, porque a Moody's afirmou que o Brasil é um "vencedor" em meio a crise.

"Uma agência como essa, conservadora, considerar o país vencedor, isso é, de fato, um selo que confirma tudo aquilo que tem sido dito pelo presidente, no sentido de que o Brasil entrou forte, tomou as medidas adequadas, e sai da crise mais rápido e mais forte do que muitos países", afirmou.

A concessão do grau de investimento pelas três maiores agências de rating do mundo faz com que, segundo o Meirelles, haja uma melhora da qualidade dos investimentos no país.

"Isso é muito importante para o país. Quanto melhor o rating, mais nós teremos investimentos de longo prazo, mais investimentos que vêm para ficar, criar produção. Mais investimentos em máquinas, equipamentos e serviços", ressaltou.

A classificação de risco é uma ferramenta usada pelos investidores estrangeiros na hora de decidir em que país irão colocar suas aplicações. Ela reflete o risco que um país tem de não honrar o pagamento de seus títulos. Quanto melhor é a avaliação, menor é o risco e, portanto, maior é a capacidade do país de atrair investimentos.

A partir de um determinado patamar de classificação de risco o país é considerado "grau de investimento". Ou seja, o risco de calote é muito baixo. Muitos fundos de investimento estrangeiro direcionam recursos apenas para países que têm esta classificação.

"A Moody''s Investors Service elevou os ratings de dívida do Governo do Brasil em moeda local e estrangeira do grau especulativo Ba1 para Baa3, patamar inicial para créditos com grau de investimento. A perspectiva para os novos ratings é positiva. A elevação reflete o reconhecimento pela Moody''s de que a capacidade de absorção de choques, incluindo a capacidade de resposta das autoridades, aponta para uma melhora significativa do perfil de crédito soberano do Brasil," afirmou Mauro Leos, Regional Credit Officer da Moody''s para a América Latina.

Evidências de robusta flexibilidade econômica e financeira, tipicamente associados a créditos com grau de investimento, podem ser vistas na rápida contração do PIB, no enfraquecimento mínimo das posições de reservas internacionais do país, na moderada deterioração dos indicadores de dívida do governo e na ausência de estresse financeiro no sistema bancário" afirmou Leos. Estas características sugerem que o Brasil é um "vencedor" se comparado aos outros países globalmente integrados classificados pela Moody''s.

O teto soberano do Brasil para dívida em moeda estrangeira também foi elevado de Baa3 para Baa2, e o teto soberano para depósitos bancários em moeda estrangeira foi elevado de Ba2 para Baa3. Estes ratings têm perspectiva positiva. Os tetos do país em moeda local para depósitos e dívidas não foram afetados.

A ultima ação de ratings do Brasil foi feita no dia 6 de julho de 2009, ocasião em que a Moody''s colocou os ratings de dívida do governo em moeda local e estrangeira em revisão para possível elevação. O teto soberano do Brasil para dívida em moeda estrangeira também foi colocado em revisão, assim como o teto soberano para depósitos bancários em moeda estrangeira."Agência Reuters



Senado aprova indicação de Múcio ao TCU por 25 a 1

José Múcio Monteiro teve a indicação ao cargo de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) aprovada, por 25 votos a 1, nesta terça-feira, após ser sabatinado durante sessão da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. A indicação do então ministro das Relações Institucionais foi feita pelo Presidente Lula. A decisão deve ser enviada ao Plenário, onde deve ser lida para que passe a valer.

Lula também indicou o atual advogado-geral da União, José Antonio Dias Toffoli, para ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Se aprovado, Toffoli vai ocupar a vaga deixada pelo ministro Carlos Alberto Menezes Direito, que morreu no dia 1º de setembro. O advogado-geral da União foi visto nos corredores do Senado na manhã desta terça para tentar garantir votos favoráveis à sua indicação. A sabatina de Toffoli está marcada para 30 de setembro, na Comissão de Constituição e Justiça.



Aprovação ao Presidente Lula sobe para 81%, aponta CNI/Ibope


Pesquisa CNI/Ibope divulgada hoje (22) revela que a aprovação popular ao Presidente Lula aumentou um ponto em relação a junho, atingindo 81%. O resultado é o mesmo de setembro do ano passado, quando eclodiu a crise financeira internacional, e representa o segundo melhor resultado da série histórica, realizada desde 2003.

A aprovação do governo também cresceu um ponto, passando de 68% para 69%. Já o índice de desaprovação passou de 16% para 17%.

“Em todos os nove itens houve crescimento da aprovação da atuação do governo. O crescimento mais expressivo ocorreu na atuação de combate à fome e à pobreza, com a aprovação chegando a 68%”, afirma a pesquisa.

Houve queda no índice dos que não sabem ounão responderam, que passou de 4% para 2%.

De acordo com a pesquisa, a nota média para o governo Lula subiu de 7,5 para 7,6, em escala dezero a 10. Já a confiança no presidente ficou estável, em 76%, enquanto 22% disseram não confiar no presidente, ante 21% no levantamento anterior.

A pesquisa também fez uma comparação entre o primeiro e o segundo mandatos do governo Lula, em que, para 44% a atual gestão do presidente é melhor que a anterior. Antes, 45% entendiam que o segundo mandato era melhor que o primeiro. O índice dos que consideram o atual mandato igual ao primeiro se manteve em 40% e os que consideram o segundo mandato pior que o primeiro ficou estável em 14%.

A pesquisa CNI/Ibope foi realizada no período de 11 a 14 de setembro, ouvindo 2.002 pessoas, em142 municípios.



Saiu a pesquisa!. Serra cai 4 pontos, está agora com 34%

Serra demonstrou queda livre em relação à pesquisa CNI/Ibopeanterior...Tem candidato aí que começou a descer a SERRA e perdeu 4 pontos

Dados da pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta terça-feira apontam que, em um cenário em que o candidato do PSDB à Presidência da República em 2010 seria o governador mineiro Aécio Neves, Ciro Gomes (PSB) aparece em primeiro lugar, com 25%, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff em segundo, com 16%, Aécio em terceiro, com 12%, seguido por Heloísa Helena (Psol) com 11% e Marina Silva (PV) com 8%.

A pesquisa realizou 2 mil e duas entrevistas em 142 municípios entre os dias 11 e 14 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Na lista na qual o candidato tucano é José Serra, ele aparece em primeiro, com 35%, Ciro Gomes vem em em segundo, com 17%, e Dilma em terceiro, com 15%, seguida de marina Silva, com 8%.

Na pesquisa espontânea, ao serem questionados apenas sobre "se as eleições fossem hoje, em quem você votaria", 34% dos entrevistados responderam Serra, 14% ficaram com Dilma, 14% com Ciro, 8% com Heloísa Helena e 6% com Marina Silva.

Em outro cenário, os entrevistados são questionados se, entre os candidatos Aécio, Dilma, Ciro e Marina, qual deles siria votado se as eleições presidenciais fossem realizadas hoje. Nesta lista, 28% responderam Ciro Gomes, 18% Dilma Roussef, 13% Aécio Neves, e 11% em Marina Silva.

Em uma comparação entre os resultados divulgados hoje e os da última pesquisa, em junho deste ano, Ciro é o que apresenta alta mais significativa. Em junho, ao serem deparados com a lista de candidatos Serra, Dilma, Ciro e Heloísa Helena, e questionados sobre em qual votaria, os entrevistados escolheram Serra, com 38%, e Dilma obteve 18%, enquanto Ciro ficou com 12%. Heloísa Helena tinha 7%. Nesta mesma pesquisa, com Aécio como candidato tucano, Ciro obteve 22% em junho, Dilma 21%, Aécio se manteve em 12% e Heloísa Helena obteve 11%.

Então ficamos assim

A maior novidade da pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta terça-feira sobre a disputa presidencial de 2010 foi a evolução da taxa de intenção de voto no deputado Ciro Gomes (PSB-CE). Na pesquisa de setembro, Ciro apresenta 14% das intenções de voto.Na pesquisa anterior, Ciro tinha 12%

Com esse resultado, Ciro aparece empatado em segundo lugar com a ministra Dilma Rousseff, que também tem 14% das intenções de voto.

O governador tucano José Serra (SP) está com 34% das intenções de voto.Na pesquisa anterior, ele tinha 38%, portanto perdeu 4% para o Ciro. A Dilma permanece na mesma, com seus 14% A senadora Marina Silva (AC), que aparece pela primeira vez na pesquisa, tem 6%.

Excelente resultado! Serra e a direita conservadora, que colocou o Brasil de joelhos no desastroso governo de FHC,começou descer a serra. Só os progressistas crescem. Quando a campanha começar pra valer e o governo Lula mostrar todos os avanços, em todas as áreas, a Dilma cresce e na pior hipótese vai para 2o turno com Serra.

Aí então eleitores de Ciro, Marina e Heloísa Helena vão escolher a continuidade dos avanços e o progresso do governo Lula.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Brasil alvoroça ordem mundial, diz 'El País'.


Óleo do Diabo


Presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai à Assembleia da ONU 'com autoridade de quem chega com os deveres feitos'.
- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega a Nova York para participar da abertura da Assembleia Geral da Onu em situação "que não poderia estar melhor", segundo reportagem publicada nesta terça-feira pelo diário espanhol El País. Lula deve pedir reformas nas instituições financeiras internacionais, um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU e deve defender a intervenção do Estado na economia para evitar excessos financeiros, diz o jornal. Lula "falará com a autoridade de quem chega com os deveres de casa muito bem feitos", afirma a reportagem, destacando que a crise financeira "não passa de uma lembrança no Brasil". "O Brasil se recuperou com rapidez e dinamismo e provavelmente vai fechar o ano com crescimento bastante superior ao do resto dos países membros do G20." O presidente também deve pedir aos 192 países participantes da Assembleia Geral que não baixem a guarda diante da recente recuperação econômica e coloquem em prática as medidas anticrise que vêm sendo discutidas desde a cúpula do G20 em Washington, em novembro passado. "Quando a crise mundial alcançou seu ápice, o Brasil anunciou um empréstimo ao FMI no valor de US$ 10 bilhões e, desta maneira, passou a formar parte do seleto grupo de sócios doadores da instituição", diz o jornal. O jornal diz que Brasília considera a estrutura de órgãos como o Banco Mundial e o FMI está hoje totalmente obsoleta e não é representativa dos países emergentes. "Desta maneira, o Brasil enfrenta uma semana de ofensiva diplomática para consolidar sua condição de líder regional sul-americano e novo ator de transcendência no panorama internacional." O Brasil, "que há anos assume o papel de porta-voz oficioso dos países em vias de desenvolvimento", também deverá reclamar um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, "orgão onde se tomam as verdadeiras decisões", diz o jornal. Para o Brasil, o assento seria uma forma de fazer com que os interesses do Terceiro Mundo sejam levados em conta "verdadeiramente". Como argumento, o país conta com a indiscutível liderança na América do Sul, "esta supremacia se assenta em uma sólida economia que, segundo os analistas, já representa 57% do capital sul-americano".


Honduras: o Papel do Brasil e o papel da mídia golpista, de lá e de cá


Honduras voltou a chamar atenção da mídia internacional. E por uma razão. Zelaya regressou ao país e agora se encontra na embaixada brasileira de Tegucigalpa, capital. O que ocorre hoje em Honduras é, de longe, o fato político e geopolítico mais importante nas Américas. Todos os elementos que caracterizam as lutas políticas nos países latino-americanos encontram-se em Honduras em estado bruto e radicalizado. Imprensa e elite associadas, mafiosamente, em atitude golpista. Povo acuado e desorganizado, de outro. Políticos no meio, ao sabor do vento. Um presidente sendo empurrado cada vez mais para a esquerda. A história é uma mulher triste e chorando, mas sempre linda. O golpe em Honduras desmoralizou a direita, e pôs em cheque a honestidade da Sociedade Interamericana de Imprensa e demais organizações sindicais midiáticas do continente. O que a imprensa fez e está fazendo em Honduras é tortura psicológica inconcebível. Acompanho, no RSS aí do lado, dois blogs hondurenhos, de luta antigolpista, os quais também estão no Twitter, e o protesto principal que vejo por lá é a desonestidade sem limite da mídia nacional, que procura distorcer absolutamente tudo que acontece no país.
Como é um país pobre, com baixo uso de internet, a influência da mídia convencional é muito forte. A mídia hondurenha criou uma realidade virtual, com apoio dos intelectuais midiáticos (as mesmas repugnantes espécies que temos por aqui), que justificam o golpe juridica e politicamente. Uma das coisas que realmente me impressionam foi a maneira repentina e inexplicável como Honduras sumiu da pauta midiática brasileira por várias semanas. Depois da cobertura dos primeiros dias, a mídia iniciou uma cobertura cada vez mais hesitante. Ontem, ouvi o Boris Casoy falar em governo "de fato" em Honduras, substituindo o termo que havia se generalizado antes, "governo golpista". A verdade é que houve uma campanha da extrema-direita no Brasil, liderada por Reinaldo Azevedo, editorialista da revista Veja, para que a cobertura do golpe em Honduras fosse radicalmente modificada. Como não podia inverter a posição editorial que, embora hesitantemente e pressionada pela reação internacional, havia assumido de início, a mídia brasileira optou pelo silêncio sepulcral. Semanas e semanas sem uma linha, uma notinha, uma palavra sequer sobre Honduras. Agora, repito, o fato político impõe-se, derrubando o pacto de silêncio, porque o Brasil abrigou Zelaya na embaixada brasileira. Reações negativas midiáticas começam a pipocar, como a entrevista com o embaixador Rubens Barbosa, que é incompetente (patrocinou o plano de retenção de café em 2001, que deu prejuízo superior a 400 milhões de dólares ao Brasil), invejoso e colonizado, quase afirmando que o Zelaya deveria estar na embaixada americana e não na brasileira; e o Estadão dando manchete alarmista sobre os riscos de "fratura social" que a volta de Zelaya traz ao país.
Pesquisadores, historiadores, jornalistas, cientistas políticos, ativistas, parlamentares, cidadãos, observem atentamente o que acontece em Honduras. O destino da democracia da América Latina reside neste pequeno e sofrido país centro-americano. O golpe vai fracassar, disso eu tenho certeza. O que devemos observar é todo o contexto político, a reação das mídias latinas ao pós-golpe. Depois que Zelaya retornar ao poder, deverá ocorrer, uma hora ou outra, um julgamento interno sobre os responsáveis por esse tenebroso atentado contra o espírito democrático das Américas. É muito pior que qualquer atentado terrorista, porque mexe com nossos traumas mais profundos. Milhões de latino-americanos que sofreram, na pele, as consequências nefastas de ditaduras militares, seguramente sentiram um horrível frio na espinha quando chegaram notícias de Tegucigalpa. Esse progressismo latino, forjado nas lutas sangrentas anti-totalitárias, revelou-se na condenação veemente e absoluta, pela classe política de todo o continente. O golpe em Honduras pendurou-se, então, no apoio midiático interno, no silêncio dos sindicatos internacionais de imprensa, além da participação histérica de figuras isoladas, mas barulhentas, da extrema-direita no continente, do Brasil aos Estados Unidos.
Um leitor pediu-me que falasse alguma coisa sobre a entrevista de Ciro Gomes à rede Bandeirantes, no último domingo. Pois é, por coincidência, eu assisti. Tenho a dizer o seguinte: valeu Ciro! A entrevista lavou-me a alma. Assisti-a pontuando de palmas e gritos de entusiasmo. Ciro Gomes não fugiu de nenhum tema político. Ao contrário, trouxe-os à baila: Chávez, corrupção, mensalão, Lula, mídia, golpismo midiático, golpismo de setores da elite. Não gaguejou uma vez. Não tergiversou. Mais uma vez cito aquela moça triste, sempre chorando, e contudo tão absurdamente linda, a História. O radicalismo midiático produziu um fenômeno interessante: a esquerda brasileira, mesmo estando no poder, tem à sua disposição um eficaz e necessário discurso de oposição. Isso é ótimo, porque a esquerda pode bater em seus adversários por todos os lados. Bate no Congresso, onde tem maioria; bate no Executivo, onde tem o controle, através de Lula, Dilma Roussef e Tarso Genro; e bate na mídia, através do debate político que começa a esquentar agora; e o melhor, bate aqui na blogosfera, onde nossa diversão, nos últimos anos, não tem sido outra. Eu quero mais é que a direita se dane. A direita já matou e torturou centenas de milhões de latino-americanos desde o início da colonização. Quando analisamos a história das civilizações, observamos que sempre houve uma dialética política. Roma antiga experimentou lutas acirradas entre as forças populares e conservadoras, e ambas obtiveram vitórias memoráveis. Roma não apenas a sociedade dos patrícios e dos escravos, foi também onde os plebeus exerceram o poder através de seus tribunos sagrados. Os plebeus romanos experimentaram diversos momentos emocionantes de vitória, com Mario, com os irmãos Graco e, enfim, com Júlio César. Da Grécia, então, nem se fala, porque foi uma civilização notoriamente de esquerda, democrática, em oposição à Ásia conservadora, mística e totalitária. Na Europa, tivemos a revolução francesa e as repercussões ideológicas que até hoje se observam em todo o continente. Nos EUA, a revolução americana da independência, um movimento de cunho fortemente progressista e, sobretudo, presidentes como Roosevelt, além da própria continuidade democrática, que permitiu à cultura se organizar de maneira que o cinema e a literatura norte-americanos desenvolveram uma sólida musculatura ideológica, com capacidade de resistir e combater os governos mais odiosamente conservadores.Enfim, a América Latina precisa aprender a praticar o debate ideológico com a ferocidade e a determinação que ele merece, por constituir a base da civilização e da cultura. No Brasil, o processo de Anistia não pode significar a distorção da História. Nossas crianças e adolescentes devem saber que forças apoiaram o golpe de Estado de 1964, e quais foram os métodos usados: moralismo hipócrita, mentira sistemática, terrorismo ideológico, denúncias de corrupção seletivas. Por exemplo, o golpe militar foi patrocinado com desvio de recursos públicos do Adhemar de Barros, governador de São Paulo. Esses desvios não eram denunciados pela imprensa nacional, que focava suas denúncias na esquerda, como faz até hoje. Todos os assuntos abordados no post de hoje foram abordados na entrevista de Ciro Gomes à Bandeirantes, e por aí podemos ver como um debate político franco e corajoso será útil para esclarecer a nação brasileira sobre sua história e seu destino. A participação de Ciro na campanha eleitoral de 2010, seja na presidencial, seja para o Estado de São Paulo, será valiosa, porque ele sentiu de onde vem o cheiro ruim que infesta a política nacional e tem a coragem de dar nome aos bois. Sua presença é particularmente importante em função da atitude frágil de Marina Silva. A força de Ciro Gomes, pode-se notar, é física, concreta. Para enfrentar os setores golpistas da imprensa e da elite, precisa-se de uma coragem física. É triste que tantos parlamentares do PT, por exemplo, deixem tanto a desejar nesse quesito; mesmo apanhando feio no lombo não se resolvem a assumir uma postura mais combativa e orgulhosa, que é o que os brasileiros desejam. Sempre que um parlamentar abaixa a cabeça para a mídia no debate político, os milhões de brasileiros que não querem a volta da direita ao poder, e intuem, com razão, que a vitória, ou derrota, se contrói nessas pequenas lutas cotidianas, sentem-se impotentes, humilhados e, por fim, revoltados e indignados. A humilhação, convertida em revolta, torna-se uma força. A mídia anseia continuamente em produzir um exército de indignados, mas é frustrada pela ação política concreta do governo Lula, de um lado, e pela argumentação ideológica inovadora produzida na internet, de outro.
Registro também que setores importantes da Academia e da classe artística estão antenados na crescente polarização entre as forças políticas do continente americano, com uma mídia corporativa inclinando-se cada vez mais para uma postura reacionária e neoliberal, e classes políticas, pressionadas pelo voto popular, indo para o lado oposto, para ampliação do papel do Estado, adotando políticas públicas de redistribuição de renda. Debate ocorrido no Centro Cultural Banco do Brasil no último final de semana falou sobre a nova lei de mídia da Argentina. Em todo continente, começa-se a discutir novos marcos regulatórios para a imprensa. Essa é a razão de ser da democracia: um regime político dinâmico, com parlamentares eleitos pelo povo para estarem sempre atualizando as leis aos novos tempos, às novas forças sociais que emergem. A liberdade não pertence aos proprietário de meios de comunicação. A liberdade, assim como o poder, pertence ao povo. E quando falo em povo, não refiro-me à massa ignara, e sim ao povo compreendido diacronicamente, ou seja, o povo na história, organizado, com suas vanguardas intelectuais e artísticas. O futuro da humanidade é a união dos povos. É a criação de uma moeda única. É ser governada por organizações internacionais centralizadas, democráticas, que garantam a liberdade das nações e dos indivíduos. Mas isso é outra história. Por enquanto, o destino do mundo reside em Honduras. Prestemos atenção.